Submissa-9

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— Vamos? — Gelei com o susto, tinha acabado de jogar a manta pela janela quando o Malik entrou no quarto. Ele parecia impaciente. Ter que atura qualquer que fosse o assunto da Vanda também me deixaria.

— Sim, senhor.

— Ei, vou sentir sua falta. — Ela me abraçou novamente, era bom.

—Eu te amo. — Eu disse me agarrando a ela como se fosse o meu mundo...

—Eu vivo você. — Ela sempre conseguia me fazendo rir...

—Boba. — A cara do Malik não estava das mais agradáveis com nossas declarações, dava para perceber que ele não gostava de dividir atenção. Depois dos beijos e abraços eu o acompanhei, a Vanda nos deixou na porta e logo eu corro para pegar a manta a escondendo na blusa, ele reprovou minha atitude, mas eu expliquei que era meu e ela não me deixaria levar, ele compreendeu, então fomos para faculdade.

Nunca tinha ido nem mesmo a escola, nossa educação foi feita no orfanato. Também nunca pensei em estudar além disso. Acho que o Malik só quer que eu ocupe o tempo enquanto ele trabalha. Também não sabia o que esperar, sempre aprendemos tudo em casa, a Vanda era um tanto rígida com o ensino, os diplomatas não queriam só mulheres jovens, queriam alguém para descarregar as frustrações, os segredos. Mas a uma escola, nunca tinha ido. Deveria ser como o orfanato, sem tanto martírio.

— O que você tem? — Ele perguntou ao se dar conta da minha falta de atenção.

— Nada... — Eu disse um pouco seca, não era por nada.

—Chegamos, até sexta. Em sua mala tem um aparelho celular com meu número, ligue se precisar.

—Sim. Senhor.

Vi um homem se aproximar e abrir a minha porta, ele pegou minhas malas assim que desci do carro, havia uma senhora na porta me esperando, ela me mostrou toda a faculdade e as acomodações, não me perderia fácil ali, era uma faculdade pequena, porém luxuosa. Todo o campus tinha cerca de 4 a 5 prédios. 2 eram destinados aos dormitórios.

Quando ela me deixou no quarto que seria dividido com mais duas meninas, eu arrumei minhas coisas e voltei a andar pela área. Primeiro dia era para isso conhecer cada canto e as regras. Ao chegar no jardim eu me sentei embaixo da árvore, enquanto esperava o horário da apresentação, o lugar era lindo, aconchegante, parecia ser muito caro. Coisa que eu não teria que me preocupar.

— Posso? — Ouvi uma voz suave invadir meus ouvidos e olhei. Vi um jovem da minha idade se sentar ao meu lado, ele era daqueles que gostava de malhar, corpo definido até demais para 18 anos, eu acho. Tinha olhos verdes tão penetrantes e atraentes. Um sorriso convidativo, meigo também.

— Claro, já estou saindo... — Ele segurou meu braço e me deu um certo medo, ninguém me tocava além do Malik essa era a regra, o puxei enquanto ouvia sua explicação.

— Eu não quis incomodar, só ajudar. Você é nova aqui, certo? Só queria que fosse bem recebida.

—Obrigado... — Esperei para que ele completasse com seu nome.

—Beltrano...Henry Beltrano

— Então Beltrano, a Sra. Fernandes já me acolheu muito bem.

— Pode chamar de Henry, geral chama assim. E qualquer coisa estou aqui...

—Obrigado agora tenho que ir. — Fui em direção a ginásio, consegui uma cadeira e me sentei. Tinha muita gente lá, não quis sentar logo na frente fiquei em um lugar que dava para ver tudo.

Logo vi o garoto, ele sentou do outro lado, eu rir quando ele acenou para mim, maluco.

Depois das apresentações que duraram quase toda a tarde, entre regras e apresentações de professores. Quando finalmente acabou, corri para o quarto na tentativa de ficar sozinha, mas foi em vão. Lá estavam minhas companheiras de quarto.

Lost- Entre o céu e o infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora