Lembranças.
Um futuro incerto
VAGAROSAMENTE ABRI MEUS olhos estranhando o silêncio. Normalmente eu acordava com os barulhos da minha mãe preparando o café da manhã.
Um feche de luz adentrava pelas cortinas de seda da sacada aberta. Sacada? Em um sobressalto me levantei lembrando-me de estar em território desconhecido e perigoso.
Minha mente não tinha um pensamento fixo. Eram tantas coisas, que minha cabeça parecia um controle remoto na mão de uma criança que não escolhia um programa especifico. Minhas tentativas de fuga da noite anterior fora um fracasso. O único jeito era conhecer o ambiente para conseguir planejar perfeitamente uma escapada. Mas como eu faria isso?
Nada de ter medo agora, Ally.
Antes que eu choramingasse por não ter ideia do que fazer em uma situação como aquela, ouvi duas batidas na porta seguida por uma doce voz feminina:
— Oi, está acordada? — perguntou uma voz feminina.
O som da fechadura foi a única coisa que ouvi antes de dizer:
— Meu espirito vai se comunicar com você, só um momento — respondi por fim, não temendo a pessoa do outro lado da porta.
Sua risada baixa soou.
— Sua presença foi solicitada no café da manhã — ela riu abafado. Talvez, tenha tampado a boca com a mão. — Desça em dez minutos.
Café da manhã?
Quem era?
Que tipo de sequestro era esse?
Ao invés de pedir resgate escolheram me matar envenenada? Sacanagem.
Segui para o banheiro com minha mente limitada de imaginar coisas chiques, mas ao abrir a porta do toalete e me deparar com tamanho luxo, foi indispensável uma breve pausa para racionar que eu estava mesmo entrando em um banheiro. Os armários brancos, com seus detalhes dourado reluzentes, destacavam-se na cor bege das paredes, desenhadas. Atrás da banheira uma pequena sacada sem cortina permitia uma vista do céu, e das arvores aquela altura. Era necessário subir dois degraus para chegar até a banheira branca e bem polida. Fucei um dos armários com a curiosidade de saber o que havia neles, e se possível pegar alguma coisa para escovar os dentes.
— Remédios, pasta dental, fio dental, escovas lacradas e hidratantes — citei alguns dos pertences dali, extremamente caros.
O uso de uma única escova não faria falta dentre as seis que restaram. Suspirando usei um pouco da pasta dental também.
Novamente ouvi as batidas na porta, mas dessa vez eram um pouco mais pesadas e a mulher não chamou outra vez. Corri até ela e abri, me deparando com um rapaz de olhos castanhos avermelhados e inexpressivos, me encarando. Eram tão lindos que só podiam ser lentes. Não o encarei por muito tempo para examinar os traços de seu rosto. Apenas um olhar poderia despertar a raiva daquele ser humano.
— O café da manhã está sendo servido — ele disse. Pela voz que ouvira dando as ordens na noite anterior ele era o chefe.
E que chefe!
Ele deu passagem para eu sair do quarto e fechou a porta. O rapaz misterioso de olhos castanhos avermelhados, disse que estaria andando a trás de mim.
Era a sua maneira de dizer para andar?
Caminhei na frente lutando para não olhar para trás e ver se eu estava certa em achar ele uma beldade só de ter visto seus olhos.
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Verdadeiro Sequestro, uma história de Amor
Romance"Passei tempo suficiente para me apaixonar por você" Se apaixonar por heróis é tão estressante para Ally Backer, uma jovem de vinte e três anos, que em toda sua vida, foi apaixonada por vilões. Desde pequena acreditou secretamente em uma organizaçã...