Capítulo 17

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Um nova história se inicia em um dia de diversão.

Parte II

— Sente-se de frente Backer — Dixon empurrava delicadamente as minhas pernas, quando o barco descia.

— Não... — apertei sua mão quando o ar bateu novamente em minha barriga me fazendo arfar — Não... Dixon.

— Sinta a brisa, Backer.

Ao completar as cinco voltas eu desci com calafrio, pensando em um brinquedo onde eu poderia me vingar da "crueldade" que Dixon me fez passar. Era legal, e ao mesmo tempo agoniante sentir como se o ar estivesse faltando.

— Vamos naquele ai! — falei, apontando para o brinquedo desconhecido.

— Chama-se Over Loop. E não vamos, é muito perigoso. Ele dá giros alucinantes, em vários sentidos. — Dixon disse olhando para o brinquedo em movimento.

— Como posso tirar minhas próprias conclusões se nunca fui? Vamos por favor?

Dixon não pareceu gostar, mas cedeu.

A fila estava um pouco maior que a do barco. As pessoas gostavam de brinquedos com mais adrenalina. À medida que a fila andava Dixon falou uma única vez — e fora um aviso —, que eu, possivelmente, poderia vomitar meu café da manhã pela quantidade de giros que o brinquedo dava. Eu preferia colocar tudo pra fora a voltar para casa sem experimentar um brinquedo novo.

Nossa vez chegou. Dixon colocou seu cinto e antes que o homem o responsável pelo brinquedo colocasse o meu ele, Dixon pendeu o meu, checando duas vezes para ver se estava seguro.

O brinquedo começou de vagar, depois foi dando giros aleatórios até parar por alguns segundos e decidir para que lado girar. Os movimentos começaram a ficar mais intenso e rápido. As pessoas lá embaixo olhavam entusiasmadas para chegar a vez delas.

Eu ria. Aquele momento eu só queria rir como não fazia há tempos. Percebi Dixon olhando eu tenho minha crise de riso, mas isso só a fez se intensificar.

— Meu café ainda está no meu estômago — eu disse assim que pisamos no chão.

— Você precisa de um cientista para descobrir onde esse café está exatamente.

— Não brinca — ironizei.

O trampolim seria o quinto e último brinquedo que andaríamos antes de sair do parque para ir ao shopping, mas Dixon não me deixou ir, nem que eu fizesse um escândalo. É claro que eu não faria. Segundo ele, o brinquedo era perigoso demais, ainda mais eu que era desastrada podia acabar me machucando. Evitei fazer algum comentário, que estragasse o momento.

Parei de frente a um homem que vendia algodão-doce e pedi um azul e outro verde. Entreguei um na mão de Dixon que resmungou por estar comendo apenas açúcar e esperei ele pagar. Tirei do saquinho e antes de saborear o meu peguei um pedaço do azul dele.

Dixon realmente era diferente. Eu voltaria atrás com as minhas palavras. Ele tinha sim, uma expressão durona mesmo que sorrisse um pouco. Mas não parecia ser um assassino. De repente me veio à mente uma frase que minha professora no ginásio dissera: Assassino, é um assassino, sorrir é apenas uma máscara para esconder sua verdadeira personalidade.

A expressão surpresa de Dixon ao olhar para baixo me tirou dos meus devaneios. Segui seu olhar me deparando com uma criancinha agarrando a sua perna. A garotinha era tão pequenina que eu não dava mais que três anos para ela.

Dixon abaixou-se pegando a criança no colo, olhando para os lados a procura dos pais. Com a mão esquerda ele segurava seu algodão-doce, enquanto a menininha arrancava alguns pedaços. Sem ele perceber, tirei uma foto registrando aquele momento único.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora