Capítulo 08

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(A mansão descrita no livro é essa da imagem acima)

Um tarde fora com mafiosos

— Okay, isso está estranho — murmurou Steve.

— Apenas vamos! — Dixon não ocultou a impaciência. — Deixei avisado aos seguranças para nos esperarem na garagem. Vamos com carro mais simples para evitar chamar atenção.

Eu não entendia o motivo súbito de ele querer nos acompanhar até um shopping. Sempre achei atraente homens ir às compras com a namorada ou esposa por vontade própria. Mas, esse não era o meu caso. Ele estava desconfiado de que eu poderia aproveitar essa oportunidade para fugir? Bem, a porcentagem de ele estar certo era de 99%. No entanto, eu pensava no um por cento.

Maldito um por cento!

Calada e não muito feliz, segui os dois até a garagem. Quando Dixon disse que iriamos no carro mais simples, pensei no meu simples e não no dele. A garagem estava repleta de carros que em toda minha vida jamais imaginei ver em minha frente. Todos aqueles veículos eram para mim cinquenta anos de trabalho sem mesmo tirar um centavo para fazer minhas compras do mês.

Caminhamos até um carro preto e não pude deixar de bisbilhotar o modelo. Minhas sobrancelhas se arquearam ao ver uma Mercedes-Benz S- Class W222. Se esse era o "simples" o Fiat do meu pai, mesmo que muito bem conservado, não podia nem ficar em um ferro velho.

Eu queria fazer algumas perguntas e comentários também, mas até escrever para Steve demoraria muito. Olhei em volta, os vários Cadillacs, Lincolns, Buicks, Auds, mais Mercedes e ainda outros carros que não consegui identificar.

Ver filmes de máfia ajudava muito.

— Pela sua expressão é evidente que tem conhecimento sobre carros. — Steve colocou as mãos para trás observando a garagem.

Assenti em resposta.

— Está vendo aquele ali — me inclinei para ver o carro que ele apontava. Quando assenti ele continuou: — É um Cadillac Escalade blindado. O criador dele tem o seu sobrenome. Acha que há uma possibilidade de vocês serem parentes?

Neguei, antes que Steve abrisse a porta do carro para que eu entrasse. Dixon entrou em seguida, depois Steve. Agradeci mentalmente pelo carro ser espaçoso, mesmo assim meu corpo ficou tenso por estar ao lado de Dixon. Arrisquei uma olhada para o lado e para minha sorte os dois tinham começado uma conversa tranquila.

Por um momento, achei que eles tinham se esquecido de vendar meus olhos como fizeram quando fui trazida. Porém, eu sabia que eles tinham consciência disso e, mesmo assim, não se importaram.

Em todo o trajeto eu lia nas placas o nome das ruas. Não havia passado por ali uma única vez na vida. E nem ousava sonhar que um dia passaria. Era um bairro nobre. Pessoas bem vestidas atravessavam a avenida com pérolas caras sem se importar, ou se preocupar, com assaltos.

É Claro, chovia dinheiro na horta deles.

O carro foi para o lado esquerdo onde as ruas eram ainda mais chiques. O veículo andou uns minutos a mais até entrar em um enorme estacionamento dentro do Shopping. O ar dos meus pulmões estava por um fio. Eu iria entrar em um shopping de alta sociedade, mesmo que em momentos não agradáveis.

— Está bem para continuar?

Acenei positivamente para Steve esperando os dois saírem do carro para depois eu sair. Parei ao lado do carro respirando o ar poluído das ruas a qual eu sentia tanta falta. Steve riu. Dixon olhou para mim não ligando para minha reação.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora