Capítulo 36

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Te amaria outra vez se você quiser perguntar

— Bom dia...

— Bom dia! — Dixon sorriu. —Sentiu-se a vontade dormindo aqui. Comigo?

— Foi maravilhoso.

— Isso é um alivio — sussurrou. — Levantei mais cedo e deixei uma roupa para Noah sobre a cômoda. Trarei o café da amanhã.

— Esse não é um trabalho de uma mãe?

— Quem disse isso? — Suas sobrancelhas se curvaram numa evidente confusão.

— É assim que funciona.

— Não para mim — ele olhou para Noah, acariciando seus cabelos. — Ele é meu filho, farei o necessário para te ajudar. Vou pedir conselhos a Greice se preciso, mas não ficarei parado. Não há uma lei que somente as mães devem se encarregar dos filhos.

— Desculpe se te fiz pensar...

Dixon se aproximou e deixou um beijo casto em minha testa.

— Poderia parar de se desculpar quando não fez nada de errado? Você tem todo o direito de expressar o que pensa. Vou trazer nosso café. — Ele levantou-se e foi para seu toalete.

Ontem, quando deitamos na cama, demorou um pouco para dormirmos com medo de que esquecêssemos Noah em nosso meio. Dixon, então, o envolveu em seus braços, protetoramente. Foi uma sensação única, indescritível. Senti-me uma mulher casada com meu filho recém-nascido e meu marido. Peguei-me pensando em ter uma filha. Só de pensar que Noah seria o mais velho e protegeria a irmã, me fazia ansiar em ter uma filha. Dixon tinha falado sobre isso, embora eu tenha escapado do assunto. Mas, agora parecia aceitável.

— É estranho pensar assim, quando a mamãe não tem uma aliança no dedo — acariciei o dedo de Noah.

— Hoje o dia vai ser intenso — Olhei apreensiva para Dixon parado na porta do toalete. Ele tinha ouvido o que eu disse? — O berço vai ser montado aqui.

— Hã... Vai ficar ótimo. Vai organizar o quarto dele também, Dix?

Eu queria era saber se ele tinha ou não ouvido. Só não sabia como perguntar e me entregar caso ele não houvesse escutado.

— Passarei o dia em casa hoje. Tem opiniões a respeito do quarto? — Ele caminhou até o closet e eu me levantei para usar o banheiro.

— Você comprou os moveis da mesma cor do seu quarto. Então deixe o do Noah assim também. Não precisa ser azul só por que ele é menino.

— Estou de acordo.

Dixon já estava vestido quando sai do banheiro. Sua calça jeans justa realçava ainda mais suas coxas fartas, a blusa grafite em gola V deixava mais exposto o seu pescoço. Senti uma súbita vontade de acaricia-lo.

— Você gosta de usar calças coladas, não é?

Dixon avaliou a si mesmo antes de responder.

— Elas me fazem lembrar de que estou vestido — ele me lançou um olhar malicioso, que decidi ignorar.

— É interessante — eu ri. — Você vai passar a tarde ocupado com o quarto do Noah, então pensei em dar um pulo no orfanato. Prometi que faria alguma coisa a favor das crianças.

— Não imagina o quanto estou orgulhoso de você — ele disse, aproximando-se. — O que pretende fazer?

— Estou pensando em fazer um anuncio ou um documentário.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora