Capítulo 41

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Música do vídeo é: Don't say Goodbye, Skillet

Agora é a sua vez

— Vai levar só isso — Greice olhava minha única mala dentro do táxi. — Podemos levar mais coisas, Ally.

— Ainda não estou pronta para tirar muitas coisas dessa casa — respondi, entrando no carro. Mandy entrou e sentou-se ao meu lado seguida por Greice. — Vou tomar minhas decisões cuidadosamente, a partir de agora.

Elas me olharam compreensivas e sorriram. Tinha tomado a minha primeira decisão: voltar para a mansão, não podia deixar Noah. E tinha Greice, ela não voltaria para casa, para sua família, se eu não estivesse totalmente bem. Eu não queria que pensassem que eu estava me fazendo de coitadinha para prendê-las comigo, embora eu quisesse porque me sentia solitária.

Tinha parado de chorar depois que fui ao cemitério, mesmo assim meus olhos não deixavam de lacrimejar e eu os sentia pesados como se a cada piscada uma pedra ficava pendurada em meus cílios. Olhei uma última vez para a casa e suspirei quando o motorista deu partida.

— Você está sendo corajosa, Ally — Mandy quebrou o silêncio. — Mas, por favor, pense em você também.

Assenti em resposta e ficamos em silêncio. Quando finalmente chegamos aos portões da mansão, a voz de Mia sondou meus pensamentos, todos me achavam inofensiva. Eu sentia minhas mãos tremer lembrando-me do último ocorrido. Engoli em seco, quando os portões foram abertos.

Greice pagou a um motorista embasbacado e se adiantou até a porta. O som das notas musicais do piano ecoou alto na sala vazia e solitária. Passei a mão pelos cabelos, funguei e sorri. Era hora de vestir a mascara "tudo bem".

— Obrigada pela ajuda — olhei para minhas amigas e peguei minha mala da mão de Greice. — Não precisam se preocupar comigo, eu assumo daqui.

— Dixon está em casa — comentou Greice, olhando para a escada.

— O som do piano comprova isso — eu disse, antes de me afastar.

— Espera! O que vai fazer? — Mandy agarrou meu braço, e olhou em direção ao corredor e as escadas. — Ninguém sabe que voltou.

— Vou ver Noah. E quanto ao Dixon, talvez eu converse com ele. Não vou fugir.

— Por favor, não faça nada que vá se arrepender.

— Deixe minha mala no meu antigo quarto, Mandy? — desconversei. Não queria ir até lá e encontrar alguém no caminho. — Não se preocupe, confiem em mim.

Eu não faria nada que me arrependesse, já estava dolorida demais para carregar mais dores em meu coração.

Quando Mandy se afastou segui Greice para o segundo andar. Ela se encaminhou para a sala de jogos sabendo que Demitri manteria os filhos ali para não notarem a tensão na casa. Por uns instantes me senti culpada.

Enquanto seguia para o quarto de Dixon, eu me deleitava na melodia que irradiava por completo meu interior. A porta estava encostada, então entrei olhando diretamente para o berço com um pequeno sorriso no rosto, que logo se fechou ao ver o mesmo vazio. Antes de sair olhei ao redor e estava da mesma forma que a última manhã que dormi com ele, exceto pelos novos forros de cama.

Sai do quarto fuçando a mente em busca da sala onde vi Dixon tocando pela primeira vez. Continuei meu caminho em direção ao som que se tornava ainda mais alto pela proximidade. E lá estavam eles. O carrinho de bebê estava ao lado do banco de frente para o piano. Era a cena mais meiga que eu presenciara em toda minha vida, até agora. Dixon parou de tocar e olhou para Noah já adormecido.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora