Capítulo 11

32K 2.8K 239
                                    

Não decida por mim!

Dixon me colocou sobre a cama, ordenando para que eu esperasse até ele voltasse com a médica. Levantei e me sentei, não estava com dor no corpo.

Eu não sabia nenhum motivo para que Dixon fosse prestativo comigo. Talvez, ele estivesse querendo se redimir comigo?

Depois de meia hora esperando, Dixon retornou com uma moça alta de rosto risonho assustador. Seus cabelos loiros curtos na altura dos ombros estavam quase desgrenhados. Um dos botões de seu avental preto não estava abotoado, deixando a mostra sua blusa branca.

— Pode tirar esse sorriso psicopata do rosto? — Dixon pediu a loira, sem dizer seu nome.

— Dix, o cabelo dela é incrível! Castanho e mechas rosa. Perfeito, não acha?

— Acho que me enganei ao contratar você como médica — Dixon suspirou. Ele era tão rude. — Recomponha-se e faça seu trabalho.

Como se as palavras de Dixon fossem mágicas, o semblante da loira se fechou de forma assustadora:

— Pode se levantar? — assenti achando ela ainda mais assustadora quando estalou os dedos no ar. — Dix, pode espere no corredor, por favor.

Dixon saiu fechando a porta. Se não fosse pelo leve ruído da tranca acharia que ele ainda permanecia no quarto.

— Quando cuidei dos seus ferimentos da primeira vez, não prestei atenção em seu cabelo — ela comentou. — Tire sua blusa, e vire-se de costas pra mim.

Sob seu olhar fiz o que me foi pedido. Ela havia cuidado de mim, antes?

— Você já olhou alguma vez no espelho, Backer? Se quiser olhar, podemos fazer isso agora.

Neguei a fazendo suspirar.

— Você ter sobrevivido é um milagre. Dixon disse alguma coisa a você sobre isso?

Neguei novamente. As desculpas deles não seriam o motivo de sua pergunta, havia algo mais em suas palavras.

— Backer, a mentira por mais que ela seja bem contada, jamais fica escondida por muito tempo.

Franzi o cenho em desentendimento.

— Uma pessoa para descobrir a verdade ela vai acreditar em uma mentira — ela prosseguiu.

Quando fui pegar a caderneta, ela segurou delicadamente o meu braço. Eu não estava entendendo nada de suas palavras enigmáticas.

— Cubra a parte da frente, mandarei Dixon entrar, quero falar sobre algo com ele, e para que esteja de acordo ele precisa ver suas costas. — disse ela, me entregando uma toalha branca para cobrir a parte da frente do meu corpo. O assunto morreu ali, sem quaisquer outras explicações. — Dixon!

Sem responder Dixon adentrou o quarto, ao contrário do que eu pensei — se ele me visse só de toalha —, ele não ficou surpreso nem fascinado. E eu também não tive vergonha de estar com as costas exposta, o que ele iria pensar, pouco me importava.

— Vire-se mais uma vez, por favor, querida — me virei na frente do espelho para ter uma visão das pessoas atrás de mim. — Dixon, como pode ver a situação está feia, ficarão profundas cicatrizes nas costas dela, ela não pode ficar assim pra sempre. A única solução é uma plástica.

Virei para trás rapidamente, amarrando as pontas da toalha sobre meus seios. Dixon olhava fixamente para a médica, refletindo sobre o que acabara de ouvir. Eu não faria cirurgia nenhuma! Eles estavam querendo estragar o meu corpo?

— Quantas cirurgias? — Dixon perguntou, como se já estivessem marcado uma data.

— Não posso dizer, sem ao menos ter feito a primeira.

Verdadeiro Sequestro, uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora