Nos não ficamos muito tempo com elas, logo subimos a escada para um andar onde tinham os quartos de hóspedes. Miguel disse que existiam quartos suficiente para todos, mas que alguns teriam que comportar mais de 3 pessoas, e o fato de que onda assim ficaria confortável para as pessoas não devia ter me surpreendido tanto levando em consideração o tamanho da casa.
- É realmente uma casa bem grande. - comento enquanto andamos por um longo corredor.
- É sim. E no andar de cima ficam os quartos dos moradores, no caso minhas tias, minha mãe, minha irmã...
- Entendo. E você? ainda tem um quarto mesmo não morando mais aqui filho pródigo? -pergunto rindo.
- Tenho. - responde com uma gargalhada. - Tia Marta os manteve, o meu e o do filho dela. Ninguém entra lá. Ela sabe que o bom filho a casa torna.
Vejo piscar para mim em meio ao riso.
- Mesmo que seja uma vez no ano?
- É isso aí. - ele responde e paramos em frente a uma bela porta branca.
- Aqui, chegamos aos seus aposentos. - disse Miguel. - É este. Espero que você goste.
Ele abre a porta e me dá passagem para entrar na frente. Fico encantada com o que vejo. É um lugar bem espaçoso com duas belas janelas bem grandes e todas em vidro. Estavam abertas e o quarto estava extremamente agradável.
As paredes eram em um tom
marfim e o teto branco puro, a cama grande estava tão bem posicionada entre no centro do quarto encostada em uma parece e tento uma das janelas que proporcionava uma bela Vista de um campo ao ambiente. Graças ao dia ensolarado o lugar estava extremamente aconchegante, e embora simples era sofisticado e convidativo.Caminhei até a cama e passei meus dedos sobre o grosso cobertor.
- Acho que vou ficar por aqui hoje. - digo com os olhos fechados me deitando sobre a cama. Que delícia de cama. Meus músculos logo se acostumam e clamam para uma soneca nesse pedaço de céu.
- Que bom que gostou. - a voz de Miguel me trás de volta a realidade e abro meus olhos rindo.
- É maravilhoso! - respondo me sentando novamente. - com quem irei dividir?
-Não. Não, não. Você não vai dividir o quarto com mais ninguém. - responde colocando minha mala sobre uma poltrona que ficava posicionada em frente a janela.
- Mas, você disse qu... - Não consigo terminar pois Miguel começa a falar.
- Sim eu sei. E a maioria dos convidados irá dividir porquê temos muitos convidados esse final de semana, mas tia Marta insistiu para que você tivesse um lugar só para você.
- Por que? - pergunto confusa.
- Ela gosta de fazer as pessoas se sentirem bem, como se estivessem em casa. E disse que você merece essa privacidade. Talvez ano que vem você divida o quarto.
Ai meu Deus
Ele quer que eu venha ano que vem?
- Ano que vem? - pergunto encarando seus olhos risonhos.
- Sim. Acho que Sofia gostou muito de você. Provavelmente não vai largar do seu pé.
Ah.
E voltamos a estaca zero.
- Vocês conhecem muitas pessoas. Vai caber todos? - pergunto mudando de assunto afinal as falas dele sobre mim me confundem muito.
- Não vão ficar todos até.domingo. - diz ele com um meio sorriso que me fazia estremecer. Serio ele precisa parar com isso! - Só os familiares e os melhores amigos da família acabam ficando até domingo. Hoje como é o primeiro dia geralmente fica muito cheio, mas você vai ver como domingo vai está vazio isso aqui.
-ah sim. - digo.
-vocês são tipo celebridades? - ele solta uma gargalhada e se senta na cama a minha frente.
-Não exatamente... só temos muitos primos...
- Mas você disse que tem apenas duas tias. Quantos filhos elas têm? Vinte?
-Não não... vou te explicar do começo... - tiro os sapatos para me posicionar mais confortavelmente sobre a cama de frete para ele e escutar mais sobre sua família. - a minha família tem uma vovó, Sônia, ela é maravilhosa e espero que venha para conhece-la. Ela teve quatro filhos minha mãe Luiza, Marta, José e Lurdes, exatamente nessa ordem. Minha mãe teve dois lindos filhos que você já conhece, tia Luiza um, tio José quatro e tia Lurdes quatro. Não somos tantos mas a tia Marta meio que ainda tem contato com a família do marido falecido dela, então os "sobrinhos" como ela chama virão também. É basicamente isso.
- Posso perguntar mais sobre sua tia Marta? Ela é bem rica... digo a casa é linda e enorme e você me disse que é dela então suponho que seja...
- Sim... bom tia Marta de casou bem Nova, com 18 anos, o contrário do que pode pensar ela não foi obrigada a isso, eles se amavam muito, Dennis o marido faleceu em um acidente de carro quando minha tia ficou grávida. Ela nunca superou isso totalmente. A herança do marido ficou para ela é o filho, o que fez deles ricos, mas aposto que minha tia trocaria tudo para ter o amor da vida dela de volta. Ela mantém os familiares do tio Dennis por perto sempre e gosta de manter essa casa cheia... Acho que é uma boa forma de... Não sei, talvez não sentir falta do marido.
- Nossa. - digo realmente tocada pela história. Essa mulher que não conheço mas já admiro muito foi extremamente forte, e não consigo sequer imaginar a dor que ela sentiu. - Sua tia é uma guerreira.
- Ela é sim... deu suporte a minha mãe quando meu pai morreu, abriu a casa dela para nós três. É também a tia Lurdes...
- Espera. O marido de Lurdes também morreu?
- Sim. Ela o matou.
OI?
- OQUE? - falo um pouco mais alto do que deveria pois a informação me pega de surpresa. Aquela mulher matou o marido! O MARIDO! que supostamente um dia amou para decidir se casa com Ele, o que ela faria comigo? Que claramente não foi com a cara?
Eu estou ferrada!
Daniel explode em uma gargalhada se jogando para trás com as mãos sobre a barriga e o olho atônita. Sinto meu rosto queimar. Estou realmente assustada e ele se divertindo de minha expressão.
- Você precisava ver sua cara. -diz entre o riso.
- Qual a graça? Miguel aquela mulher ela...
- Relaxa Nat. - me corta se sentando novamente, mas ainda rindo. Reviro os olhos para ele e cruzo os braços. - minha adorável tia o matou de tédio provavelmente por que o Santo pediu divórcio.
Sinto meu rosto quente novamente. Agora entendi sua explosão levando em conta minha reação. Não consigo segurar e dou um tapa em seu braço e Miguel volta a rir novamente.
- Palhaço. - digo mas um sorriso se forma em meus lábios.