Capítulo 24

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Assim que o filme acabou todos saem para o almoço e de longe Daniel me mostra uma linda senhora de cabelos escuros e olhos castanhos. Tia Marta. Ela tinha um belo sorriso, doce e gentil, muito parecido com o sorriso de Luiza sua mãe.

Ao final da refeição alguns primos e Miguel decidem jogar uma partida de vôlei e fico sentada os observando jogar, mas logo minha atenção está em Marta novamente. Ela conversa graciosamente com alguma convidada e posso ver por sua postura perfeita que ela é um mulher forte.

E posso imaginar que seja mesmo. Uma jovem que encontra o amor e o perde tão cedo deve ser uma dor inexplicável,  juntando com o fato de ter que criar um filho sozinha. Sabe Deus quais dificuldades eles enfrentaram sozinhos, só os dois. E agora a observando me pego pensando quantas vezes ela chorou sozinha nessa casa enorme sem ter certeza que iria conseguir continuar.

Como se percebesse que alguém a observa Marta vira os olhos e me pega  desprevidida, sinto minhas bochechas virarem e desvio o olhar para diminuir a humilhação que sinto de ter sido pega como uma criança que faz algo errado.

Levo meus olhos de volta aos jovens que estão se divertindo com o jogo e não me atrevo a olhar em sua direção novamente temendo que seja pega no flagra novamente.

Alguém se senta ao meu lado e olho para descobrir quem é a pessoa.

- Oi. - Marta diz com um sorriso.

Ai meu senhor.

- Oi. - respondo com as bochechas em chamas. - me desculpe... por... por tê-la olhado...

Acabo me perdendo com as palavras na intenção de parecer menos idiota e me sinto falhar miserávelmente, mas Marta abre um sorriso ainda mais bonito para mim.

- Você é a Natasha certo? - fico surpresa por ela saber meu nome e mais  surpresa ainda por não se referir a mim como " a amiga do Miguel".

- Sim senhora sou eu mesma.

-Não precisa me chamar de senhora filha. Me chame de Marta. - Ela leva o olhar para os meninos e seu sorriso volta a se alargar como se estivesse vendo o maior tesouro da face da terra. Ela é linda. O sorriso é encantador e sincero. - Eles são horríveis não São?

Diz se referindo ao jogo e acabo rindo vendo Bruno se chocar contra outro primo ao ir a bola.

- São sim.

- Mas em compensação são pessoas maravilhosas. Todos eles. Meus meninos...

Vejo seus olhos brilharem ao contemplar a família e sorrio para ela.

- Seu filho está jogando? - pergunto olhando para os rapazes.

- Oh não... infelizmente Dan não chegou ainda e não sei se irá conseguir vir... - ouço sua resposta. - Mas como sabe que tenho um filho?

Sua pergunta faz meu rosto queimar.
Fui curiosa e não percebi que podia está sendo inteometida demais ou pior, que podia está expondo as coisas que Miguel me contou sobre ela.

Idiota. Idiota. Idiota.

- Me perdoe não quis ser intrometida!- respondo olhando para ela. - me perdoe mesmo!

- Não se preocupe minha filha. Fique tranquila, sei que Miguel meu sobrinho amado lhe contou sobre mim. Não fique preocupada está tudo bem. - busco em seu rosto algum sinal de decepção ou raiva mas encontro um lindo brilho gentil em um grande sorriso.

Suspiro aliviada.

-Eu achei sua casa muito bonita! Parabéns! - digo tentando mudar de assunto.

- Ah obrigada, mas foi um trabalho de meu marido antes de morrer. Ele fez tudo isso para nós dois quando ficamos noivos. Segundo ele era pra ser nosso abrigo inabalável... - seus olhos brilham e percebo que a mesma olha para o céu enquanto fala.

- Sinto muito por sua perda. - digo sinceramente e ela sorri voltando seu olhar para mim. - Não consigo imaginar viver o que viveu, perder um grande amor.

- Obrigada filha, mas não perdi um grande amor, o que eu e Dennis vivemos foi tão forte e intenso que ele me deixou um ser que foi nosso amor em carne e osso. - sorrio para a forma amável que fala do filho.

- Posso dizer uma coisa? - pergunto para ter certeza que poderei ser intrometida. Ela sorri.

- Claro.

- Admiro muito você. O que viveu, como se posicionou diante das circunstâncias... É realmente admirável.

Ela me olha surpresa e vejo seus olhos  ficarem cheios de lágrimas.

Não. Não. Não.

O que eu fiz?

Minha intenção jamais seria a fazer chorar, eu só queria mostrar um pouco da admiração que sinto por ela.

Ai meu Deus. Não a deixe chorar!

- Obrigada minha filha. - Marta me puxa para um abraço apertado e me sinto tão bem em seus braços, são tão acolhedores e receptivos que consigo entender ainda mais o amor que Miguel tem pela tia. Sorrio em seu abraço e desejo tê-lo sempre.

- Oi. - Miguel nos tira de nosso momento e Marta se afasta limpando os olhos e sorri.

- Vou deixá-los conversar em paz. - Marta me dá um beijo na testa e outro no sobrinho e se afasta. Seu gesto doce me fez sentir como parte da família.

Estamos e fui para meu quarto tomar um banho e me preparar para o jantar.  As pessoas estavam realmente animadas e durante toda a ceia risos e piadas foram contados. O sono já me chamavam, mas não desisti de ficar acordada na companhia de Miguel o máximo que eu pudesse, mesmo desejando loucamente ir dormi aceitei ver mais um filme após o final do jantar.

O filme não está nem na metade e eu
Já cochilei sobre Miguel umas três vezes e ele riu baixinho me fazendo despertar. Ele me olhava com carinho e passava a mão em minha bochecha.

-Vamos te levo pro seu quarto. - Diz ele me  ajudando a levantar. - seria maldade manter você aqui enquanto você está caindo de sono.

- Eu agradeço por isso. - Não protesto porque eu estou realmente  morrendo de sono.

Ele pega minha mão e me guia até o quarto onde entramos e sem cerimônias eu me jogo na cama. Ele ri.

-Boa noite anjo. - diz ele se abaixando ao meu lado e beijando minha testa. - Dorme bem!

Minha vontade era puxa- lo para que me beijasse de verdade mas decido não arriscar por causa do sono. Se o beijo realmente acontecesse u nunca saberia se foi real ou sonho.

Decido esperar para que aconteça quanto eu estiver no controle de todas as minhas faculdades mentais o mais perfeitamente.

-Boa noite Miguel. - respondo e ele sai do quarto me deixando sozinha e logo caio no sono.











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