capítulo 5

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Sinto minha cabeça tremer um pouco e me mexo na cama tentando encontrar uma posição melhor para acabar com a tremedeira. O que não acontece. Acabo abrindo os olhos e me deparando com pura escuridão.

Não sei bem a hora que acabei caindo no sono, mas lembro me de conversar com Caco até isso acontecer. Viro-me e encontro meu Notebook ainda aberto e a imagem de um Caco adormecido invade toda a tela. Olho a hora 3:49am. Bufo me levantando e meus ouvidos capturam novamente o barulho ensurdecedor da música que ainda toca na rua. Caminho até a janela e abro as cortinas para ver o que está acontecendo. Me arrependo na hora.

O rua está tão cheia que me pergunto como coube tanta gente nesse lugar, parecem formigas dançando, andando, pulando. Está uma bagunça. Milhares de casais estão agarrados e uns mais corajosos estão passando um pouco dos limites e se pegam em baixo do prédio a frente sem vergonha nenhuma. Reviro os olhos fechando a cortina e voltando para a cama e na mesma hora uma música extremamente alta começa a tocar. Tampo os ouvidos com as mãos e a imagem de Caco se mexendo na cama chama minha atenção.

Ele vai acordar.

Fecho o notebook por que ele não precisa passar por isso estando do outro lado do mundo. Coloco o computador sobre o criado mudo e volto a me deitar.

Fecho os olhos e coloco um travesseiro sobre meu ouvido para evitar o barulho mas não obtive sucesso.

Levanto-me e começo a arrumar as últimas caixas que faltavam pela próximas horas.

Abro caixa, arrumo, jogo a caixa vazia no lixo. Faço tudo isso diversas e repetidas vezes até que o som acaba. Sorrio. Finalmente poderei dormir!

Caminho até a janela para ver o que aconteceu e me deparo com alguns jovens dormindo no chão, em cima das mesas e bancos, alguns deles estão indo embora cambaleando, outros estão sentados com as mãos na cabeça provavelmente sentindo uma dor terrível. Um grupo desliga a máquina diabólica de som extremamente potente e sorrio.

Finalmente poderei dormir.

Olho no relógio e vejo que já são 6:35am.

Não acredito no que vejo e sinto uma súbita raiva no mix profundo do meu ser. Puxo um respiração funda e fecho os olhos.

Não  vou conseguir dormir!

Volto para a janela e lá estão eles, os responsáveis pela pior noite de sono da minha vida. Muitos deles estão dormindo no meio da rua sem preocupação nenhuma.

Bufo revirando os olhos.

Eu não posso deixar que eles durmam até mais tarde já que tinham acabado com minha noite, então eu faço o que uma garota com raiva faria na ocasião mesma ocasião...  ou não.

Caminho em direção a minha caixa de som e ligo o amplificador. Nunca tinha entendido o por que comprar aquilo, mas nesse momento me pareceu ter uma serventia espetacular. Levo o aparelho até o parapeito da janela e volto pegando meu celular e conectando o Bluetooth.

O que seria pior? Penso procurando uma boa música.

Sorrio ao encontrar forço o sorriso mais maléfico que consigo o que é difícil graças ao sono e provavelmente aos olhos inchados por falta do mesmo.

Aumento o volume o aparelho de som e do meu celular no máximo, deixo a música em ponto de refrão e dou o play

A voz de Ricky Martin invade meus ouvidos em uma batida animada de Livin'La vida loca.

Upside, inside out
(De cima, de fora pra dentro)

She's living la vida loca
(Ela está vivendo a vida louca)

She'll push and pull you down
(Ela vai empurrar e puxar você para)

Livin' la vida loca
(Vivendo a vida louca)

Her lips are devil red
(Seus lábios são vermelhos como o demônio)

And her skins the color moca
(E a sua pele é cor de café)

She will wear you out
(Ela vai deixá-lo exausto)

Livin' la vida loca
(Vivendo a vida louca)

Livin' la vida loca
(Vivendo a vida louca)

She's livin la vida loca
(Ela está vivendo a vida louca)

Alguns pularam de susto outros pareciam que estavam a ponto de ter os ouvidos arrancados, outros xingavam palavras que eu não conseguia entender, eu nunca ri tanto, enquanto eles se levantavam ou ao menos tentavam fazer isso, eu comecei a dançar, cantar e pular pela casa toda, não tinha outra saída, meu corpo estava exausto pela falta de sono e meus olhos estava pesado. Aproveito a música alta e me movimento para espantar o sono e tentar salvar o meu dia.

Sorrio e escuto alguém batendo na porta insistentemente.

-Já estou indo... -cantarolo procurando a chave. A pessoa continua a bater.

-já vai! - digo mais alto pegando a chave sobre a mesa e sigo para a porta. O ser humano continua a bater e dessa vez não para. Bufo abrindo a porta pronta pra começar uma briga.

- Nossa você não tem educação nã... - Digo bufando. Quando vejo quem é não consigo segurar um sorriso.

- E você não pode abaixar essa música  jamaaaaais.- Diz minha melhor amiga, Megan.

Ela não espera um convite para entrar e agarra minhas mãos jogando sua mala no chão e chutando a porta fazendo com que a mesma se feche. Ela me puxa para o meio da sala e se sacode de forma cômica, mas no ritmo da música. Não espero e começo a sentir o embalo da musica me sacudindo junto com ela.

Megs era uma figura nossa amizade surgiu na faculdade,eu estava cursando publicidade e ela teatro, nos estávamos na lanchonete e eu pedi um Xbomba que se for acompanhado de fritas o ser humano pode morrer de tanta caloria ingerida.

Nossos lanches foram trocados e quando eu vi aquele tanto de alface quase tive um treco, e por julgar pelo gritinho horripilante que Megan soltou ela também não gostou da troca.

Sentamos juntas naquele dia e ela passou a tarde toda tentando me convencer do mal que meu lanche podia fazer. Palavras dela " Você e sua alimentação de ogro. Não, nem ogro come isso." E foi assim que tudo começou, ela ganhou uma ogra e eu uma melhor amiga/nutricionista.

Eu lhe dou um abraço apertado em meio a nossa dança e começamos a cantar junto com nosso divo.

-Rebola esse bumbum amigaaaaaa. -Megam grita me fazendo rir.

- Livin' la vida loca
(Vivendo a vida louca)

Livin' la vida loca
(Vivendo a vida louca)

She's livin la vida loca
(Ela está vivendo a vida louca) - cantamos juntas em meio a sorrisos e uma dança bizarra.

A música acaba e nós caímos sentadas no sofá. Estou exausta. O sono já se foi, mas a falta de ar devido a pequena atividade física no ritmo da música castiga meus pulmões sedentários.

- nunca pensei que antes da 7:00 da manhã você estaria dando uma festa. -Megan comenta indo até meu celular.

- Não foi bem isso... - digo puxando o ar. - É  mais sobre vingança.

- vingança? - repete rindo e arqueando um sobrancelha. Sorrio.

- Sim. - me levanto. - Vem, vou te mostrar.

- Espera! -Megan mexe em meu celular e de repente a voz da Diva Rihanna começa a ecoar pela casa. - Agora sim...

Então Man Down começa a tocar.

Nada mais genial...















Meu DesRomance •Livro 1• (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora