Medo

763 55 4
                                    


"Mesmo que doa. Mesmo que eu tente afastar você. Você voltará? E lembre-me de quem eu realmente sou. Por favor, lembre-me de quem eu realmente sou..."

Fechei o notebook enquanto bufava, as notícias divulgadas nos sites desconhecidos eram superficiais e baseadas em fotografias, mas a veracidade do que apontavam no tópico me deixava apreensiva. Já havia visto vários fóruns daquele tipo, mas naquele momento era diferente, havia sim alguma coisa acontecendo entre eu e Demi.

Demi. Ainda tinha que pensar sobre esse assunto. Não queria perdê-la, mas também não poderíamos nos assumir até porque tecnicamente não tínhamos nada, ainda. Como se meus pensamentos à chamassem o celular vibrou sobre a mesa acompanhado da batida de violão. Me levantei da cadeira aceitando a chamada e me deitando na cama.

– Hey você. - Suspirei olhando para o relógio digital que marcava o inicio da meia noite.

– Selenalenalena. - Franzi o cenho notando a voz arrastada.

– Está tudo bem?

– Não. Está. Quer dizer, não sei. - Suspirou com a voz enrolada.

– Você está bêbada? - Sentei sobre o colchão prestando atenção nos suspiros curtos do outro lado da linha.

– Não. Talvez um pouquinho. - Comentou com a voz infantil me confirmando o estado de embriaguez.

– Demi, aonde é que você está?

– Eu não sei. - Um riso curto e débil chegou até mim. – Eu estava com o pessoal do filme, aí eles resolveram ir para uma boate e depois chegamos em uma casa.. - Pausou. – Não sei de quem é essa casa.

– Onde está Dallas?

– Ih, não sei não viu. - A voz ficando cada vez mais arrastada. – Estou sem babá hoje. - A gargalhada me fez fechar a cara.

Se ela fosse ser tão inconsequente então era bom mesmo ter uma babá por perto. Reprimi a vontade de brigar com a garota lembrando de um ponto no inicio do telefonema.

– Você disse que não está bem. O que houve? Por que me ligou?

– Eu te amo, Selly. - A declaração sincera me fez acalmar. – Nunca esqueça disso. Eu sei que sou uma idiota, sei que de vez em quando deixo você triste, mas você é a única coisa que faz meus pés ficarem no chão, é a única coisa que presta na minha vida. - Cerrei os dentes sentindo a sutil tremedeira subir pela espinha, Demi suspirou. – Mas..

Franzi o cenho mais uma vez ouvindo um soluço do outro lado.

– Demi, você está chorando? - Perguntei preocupada.

– Não. - A voz embargada e mais um soluço me disse o contrário. – Nós não podemos estar fazendo isso, Lena.

Engoli em seco ouvindo tal frase. Quantos meses haviam se passado desde a primeira vez que aquela frase havia sido pronunciada? Senti minha respiração ficando superficial e meu corpo amolecer, minha cabeça rodou me obrigando a fechar os olhos.

– Dem's. - Sussurrei me deitando sobre os travesseiros ainda de olhos fechados, sentimentos ruins subiam pela minha garganta. - O que você está dizendo?

– Eu não mereço você. Eu não posso estragar a sua vida. - Mais soluços.

Fiquei em silêncio olhando para o teto de meu quarto, do outro lado só podia se ouvir a respiração forte da Lovato contra o aparelho. Estávamos bem, não estávamos? O que tinha acontecido para a mudança repentina?

– Você está bêbada, Demi. Não acha melhor falarmos sobre isso quando estiver sóbria? - Tentei colocar panos quentes na conversa, mas não deu muito certo.

Everything (fanfic semi)Onde histórias criam vida. Descubra agora