"Nunca quis dizer as coisas que eu disse para fazer você chorar, posso dizer que sinto muito? É difícil esquecer e sim, eu me arrependo de todos esses erros. Eu não sei porque você está me deixando, mas eu sei que você deve ter suas razões..."
A cidade não passava de um borrão para mim. Estava sentada no banco traseiro do carro de Brian enquanto meus pais ocupavam os da frente. Estávamos indo à uma entrevista importante para falar sobre o CD que já havia sido lançado e meu próximo filme, nada do que eu já não vinha fazendo nas últimas semanas.
Estava absorta em pensamentos quando a sintonia do rádio começou a chamar minha atenção, por cima da conversa entre meu padrasto e dona Mandy, consegui entender do que se tratava a notícia. Bufei impaciente, me inclinei para a frente ficando entre os dois bancos e desliguei o aparelho de som. Voltei a me jogar no encosto do banco, cruzei os braços ignorando a troca de olhares entre meus pais.
– Está com dor de cabeça? - A voz de minha mãe me fez olhá-la através do espelho retrovisor.
– Não. - Respondi seca, mas o olhar inquisitor da mulher me fez soltar mais palavras. - Não suporto essa briga para aprovar ou não o casamento homossexual em outros estados. - Expliquei ganhando dessa vez os olhos azuis de Brian.
– E isso significa que é a favor ou contra? - O espelho me mostrou sua sobrancelha grossa arqueada em curiosidade.
– Significa que eu acho todos iguais. - Cortei me voltando para a janela. - Significa que não importa qual o sexo da pessoa e sim quem é. Somos todos criaturas de Deus, então quem são essas pessoas que nos dizem quem podemos ou não podemos amar? - Conclui olhando para os dois mais uma vez.
Minha mãe me encarou por breves segundos antes de colocar um CD no rádio, a música latina preencheu o silêncio do automóvel me fazendo voltar a atenção para a visão borrada da cidade através da janela.
Estávamos deitadas no terraço da casa de meu pai. A tranquilidade do Texas não deixava a serenidade da noite ser abalada. Nenhum som chegava aos nossos ouvidos e a iluminação da cidade não nos privavam das estrelas magnificas que enfeitavam o céu.
– O céu parece tão ao meu alcance. - Esticou a mão como se fosse tocar a lua cheia. - Adoro esse lugar.
Sorri virando o rosto para a face alegre, a pele alva ganhava um tom diferente com a iluminação que a lua proporcionava. Não sabia exatamente o porque de querer sempre aquela visão para mim; olhos brilhantes; sorriso gasto nos lábios rosados; cabelos lisos esvoaçando com a brisa leve. Eu poderia ficar mais alguns minutos a observando, mas seu rosto virou me encarando de maneira divertida.
– Você é linda. - Comentei casualmente.
– O quê? - Demi indagou risonha.
Sorri ao notar a fissura entre os dentes, achava fofo. As bochechas coraram levemente me fazendo sorrir ainda mais largo, a garota rolou os olhos para o céu novamente.
– Pare com isso. - Bateu levemente em meu braço.
– Parar com o quê?
– De me olhar assim.
– O que tem de errado no meu olhar pra você? - Perguntei ganhando a face em minha direção mais uma vez.
– Não sei. - Estreitou os olhos. - Só é diferente.
– Diferente? - Foi a minha vez de corar e desviar a atenção para o céu estrelado.
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Everything (fanfic semi)
FanfictionPermaneci de pé no meio da sua explosão, senti mais dor do que se fosse a minha carne se rasgando, mas permaneci contigo. Você foi o meu mundo, meu tudo. A pergunta é: Em algum momento eu fui o seu?