Capítulo 6

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A vida realmente queria brincar comigo, eu queria me aproximar de Demétria. Sabe aquela uva passa no arroz que você tanto odeia pelo simples fato da aparência dela ser estranha sem ao menos terem experimentado para saber se realmente odeiam? Então, eu estava assim, assim era meu ponto de vista por Demétria, eu a julgava sem motivos, sem motivo algum, ela não era um bicho de sete cabeças, ela era apenas uma garota comum que via a vida de uma maneira diferente dos outros.

Depois do dia do beijo, prometi a mim mesmo que jamais tentaria algo com ela, se ela não quisesse. O dia do teatro estava próximo, próximo até demais o que me assustava, o dia do baile de formatura fora adiado para dois dias após a peça e eu precisava de um par, eu precisava convida-la.

Por incrível que pareça eu e Demétria nos tornamos amigos, e aos poucos eu descobria sobre sua vida, descobri que a mesma ama olhar as estrelas, e que também amava cantar e tocar .

Ela tinha uma voz maravilhosamente linda, e como a peça de Shakespeare fora readapitada pela professora Lourdes, ela não iria seguir formalmente como está no livro.

Estavamos falando de uma peça moderna, no mundo moderno, Romeu e Julieta modernos, sem castelos ou princesa, sem guardas ou soldados, estavamos falando de dois adolescentes que ambas famílias tinham uma rincha, famílias normais.

Dianna estava surpresa com nossa amizade, um dia desses quando Demétria subiu para pegar seu violão para tocar alguma canção, sua mãe se aproximou de mim perguntando, "O que quer da minha filha?" Eu somente respondi que Demétria era interessante, era uma pessoa iluminada. Dianna sorriu pela primeira vez parecendo acreditar, pronunciando "Não a machuque".

Uma coisa que eu havia notado, era que Dianna se preocupava demais com a filha, e qualquer coisa que aflingisse Demétria, ela iria atrás do responsável.

Demétria também tomava alguns remédios, remédios estranhos, isso é quando não faltava a aula para ir ao médico. Ela era totalmente fiel a Deus, sempre procurava fazer as coisas que o agradace.

Eu estava parado em frente de sua casa, com um terno preto aguardando que a mesma saisse, no dia anterior eu havia a convidado para jantar, no começo Dianna pensou em não autorizar, porém a mesma disse que me daria um voto de confiança.

Sai de meus pensamentos ao ver Dianna abrir a porta.

_Valderrama, quero ela em casa as 22:30, tudo bem?

Assenti a mulher parada em minha frente, logo mudando sua expressão séria, para um sorriso ao ver a filha sair pela porta.

Minha boca fez um "ó" ela estava linda, usava um vestido branco com detalhes pretos "aquele mesmo da premiere da Disney, qual flagraram os cortes" seus cabelos não estavam lisos, e sim meio ondulados, ela estava linda.

Dianna e Demétria conversavam entre si, e pude notar que Dianna estava chorando, me aproximei de Demi estendendo meu braço para a mesma que imediatamente agarrou, após se despedir da mãe.

_Querida, qualquer coisa me ligue.

Dianna falava secando as lágrimas.

_Não se preocupe mamãe, vai dar tudo certo, amo você.

_Também amo você docinho, Wilmer?

Dianna me chamou, fazendo com que eu a fitasse.

_Sim senhora?

A mulher muito mais velha que eu, se aproximou ajeitando minha gravata e fitando fundo nos meus olhos.

_Cuide dela, estou lhe dando um voto de confiança, você ultimamente anda se mostrando outra pessoa, e como minha filha mesmo diz "todos merecem uma segunda chance" e está é a sua.

Eu Sempre Lembrarei (Dilmer)Onde histórias criam vida. Descubra agora