Capítulo 16

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Meus dias se resumiam em: Acordar, desejar que Demi esteja viva, ficar com ela, me alimentar,  ficar com ela, e descansar.

Era uma rotina cansativa, cansativa pelo simples fato de eu me lembrar que ela não iria fazer faculdade comigo na primavera, que eu poderia ser acordado no meio da noite com a notícia de que ela havia partido, eu estava aguentando muita coisa para passar confiança a ela.

Minha mãe a todo instante ia até meu quarto pela madrugada checar se eu realmente estava dormindo, pelo simples fato de eu estar preocupado com ela.

A doença de Demétria não era pública, só o médico, Dianna e parentes, fichas da escola, minha mãe e eu sabiamos. Do resto, nunca souberam, pelo menos ainda não. Fico tentando imaginar.

O que o pessoal que zoavam ela na escola iriam dizer ou fazer quando descobrissem?

No mínimo teriam remorso, e tentariam se desculpar. Demétria como tem a alma boa, perdoaria todos.

Aqui estava eu, tomando meu café para ir até a casa de Demi, ela estava um pouco bem, e iriamos ao parque. Ela estava trancada em casa a muito tempo, só saia para observar as estrelas, ou abria a sacada para tomar um ar.

Doía, e muito verla daquela forma, por mais que ela estivesse mal e com dores, ela nunca parou de sorrir, o sorriso dela sempre era bonito. E ultimamente dor, era o que mais a incomodava.

O Suéter, agora entendi o porque do suéter.  Imunidadr baixa, frio, e as manchas roxas que apareciam em sua pele como se tivesse batido por causa da leucemia.

Demétria gostava de caminhar comigo pela manhã, tomar um sol, andavamos pelo quarteirão apenas, e não tão apressados por causa das dores. Ela me disse que doía as articulações, doía os ossos e isso a deixava fraca.

_Já vai visita-la?

Minha mãe perguntou repousando suas mãos em meus ombros, enquanto eu terminava meu café.

_Sim, preciso aproveitar cada segundo.

Respondi vendo tristeza no olhar de minha mãe.

_Querido... Independente de tudo sou sua mãe e quero que saiba que eu estou aqui para o que você precisar.

Ela falava calmamente fazendo com que eu concordasse.

_Obrigada, já vou indo.

Forcei um riso.

Eu havia aprendido a dar valor as coisas a agradecer tudo, sou grato a tudo, desde algo minimo, até algo grandioso. Eu havia aprendido a crer em Deus e tentava esbanjar minha fé de alguma maneira.

Cheguei em sua casa, Demétria estava deitada lendo um livro, segundo Dianna.

_Entre meu filho.

Dianna falou com um sorriso nos lábios.

_Bom dia Senhora.

Adentrei a casa.

_Bom dia Wilmer,  Demi está em seu quarto lendo. Ela faz isso a maior parte do tempo.

Concordei com Dianna.

_Vamos ao parque hoje.

Dianna sorriu, indo até a cozinha fazendo com que eu a seguisse.

_Aceita tomar uma xícara de café comigo? Por favor, Demi sempre fazia isso, más agora, melhor evitar cafeína, ela precisa descansar.

Assenti me sentando numa cadeira. Engoli em seco... Ela havia usado o passado de faz ela havia dito fazia, um arrepio percorreu minha espinha ao me lembrar que logo eu também iria me referir a Demétria usando verbos no passado.

Eu Sempre Lembrarei (Dilmer)Onde histórias criam vida. Descubra agora