Capítulo 17

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Logo após a ambulância sair com as sirenes ligadas, Dianna pegou sua bolsa e a de Demi. Corremos em direção ao meu carro que estava mais acessível. Eu estava preocupado, Dianna chorava no banco do carona ao mesmo tempo que mantinha suas mãos unidas em forma de oração, pedindo por Demi.

Eu sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer.

Eu sabia.

Aquilo me atingiu como uma facada certeira apunhalada em meu coração. Eu precisava ser forte, precisava me manter assim por Demi e sua mãe.

Eu dirigia rápido pelas ruas da Califórnia acompanhando a ambulância. Na medida que a mesma passava por sinais vermelhos, eu acelerava passando logo atrás. Eu não me importava se receberia multas por conta do radar, eu só estava preocupado.

Dianna viu minha tensão tocando em meu braço.

_Temos que estar preparados Wilmer. Tudo pode acontecer.

Apenas assenti. Esse era o maldito problema.

Eu não estava preparado.

Eu não havia conseguido aceitar.

Eu não consigo me imaginar indo para o velório dela, não suportaria verla em um caixão.

A ambulância havia chego, os paramédicos desceram apressados com Demétria a levando para o atendimento, invadindo uma sala.

Eu havia estacionado meu carro, Dianna e eu corremos para a recepção.

Eu tremia.

Minhas mãos tremiam.

Dianna deu entrada no hospital, deixando os dados de Demétria.

Era um hospital público, e eu havia percebido isso pela simplicidade do local. Dianna me deu uma etiqueta com meu nome, e adentramos uma sala.

_Temos que aguardar noticias.

Dianna falava.

_O problema é a espera, parece interminável.

Falei suspirando, andando de um lado para o outro, enquanto Dianna permanecia sentada no sofá.

Estava conversando com Deus em meus pensamentos, pedindo a ele que a guardasse, que deixasse com que ela vivesse seua últimos momentos e que seus sonhos se realizassem.

Eu a amo.

Eu amo de uma tal forma.

Como pôde? Eu... a pior pessoa, um adolescente rebelde conhecido por todo bairro por causa de minhas traquinagens me apaixonar por alguém como ela?

Agora eu entendia o que Demétria queria dizer com os planos de Deus, e eu enxergava que ele havia permitido isso.

Eu estava em pé ainda, quando um médico adentrou a sala.

_Senhora Lovato?

Dianna se levantou, e eu me aproximei dela.

_Doutor Noah.

Dianna proferiu.

O homem aparentava ter seus 42 anos, era alto e tinha a pele clara. Ele tinha um sorriso frouxo nos lábios enquanto Dianna e eu esperavamos por respostas.

_Como ela está? Como minha filha está?

Dianna falava preocupada.

Noah a olhou nitidamente, com compaixão.

_Senhora, o caso de Demétria é delicado. Você está ciente de que isso iria acontecer não estava?

Dianna assentiu em lágrimas fazendo com que eu a abraçasse.

Eu Sempre Lembrarei (Dilmer)Onde histórias criam vida. Descubra agora