Capítulo 10

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_Qual é cara? Não acredito que beijou a esquisita.

Carter falava quando vinha ao meu encontro no corredor das salas de aulas.

Aquilo estava me cansando, eu não aguentava mais os olhares maldosos sobre Demétria, ou os comentários sobre a seu respeito.

_Nunca mais a chame assim, entendeu?

Falei sério esmurrando a porta do meu armário, trazendo olhares para nossa direção.

_Não acredito que está apaixonado por ela Wilmer.

Ele falou indignado.

_Você está errado, não estou apaixonado.

Eu falava alterado para o garoto a mimha frente que era meu amigo, o pessoal do grupo dos populares me olhavam atentos fazendo com que eu não percebesse a presença de Demi ali.

_Não está apaixonado?

Katy perguntou arqueando uma sobrancelha.

_Não, não estou apaixonado por aquela esquisita como todos vocês a chamam. Deveriam ter vergonha na cara antes de julgar uma pessoa assim. Ela nunca fez nada a ninguém para receber esse castigo, ao contrário, ela sempre foi humilde com todos nós. Eu não estou apaixonado por Demétria, eu a amo.

Falei alto e claro, eu não precisava daquela amizade, eu tinha algo mais importante para me preocupar e importar. Demétria. E a mesma estava ali, quando me virei para sair dali, dando as costas para aquele grupo de imbecis.

Vi seus olhos encherem de lágrimas, e minha única reação foi pegar em sua mão saindo dali. Era o último dia de aula, e não tinhamos a obrigação de estar ali. Haviamos ido apenas para pegar nossos pertences em nossos armários, e isso era o que eu havia acabado de fazer antes de discutir com Carter.

_Você está bem?

Perguntei segurando sua mão recebendo olhares de todos os lados sobre nós.

_Sim.

_Vamos sair daqui.

Falei vendo a mesma concordar, a levei até sua casa, ficamos horas conversando sobre vários assuntos, até a mesma resolver a falar.

_Você me ama Valderrama?

Ela perguntou sería enquanto me fitava fundo nos olhos.

_Eu nunca tive tanta certeza em minha vida antes.

Respondi soltando um sorriso para a mesma que corou.

_Eu não sei o que sinto.

Ela pronunciou.

_Não entendi.

Comentei confuso vendo a mesma suspirar pegando sua bíblia em mãos.

_Lembra quando eu te disse que Deus nos dá o livre arbítrio? Você é a minha escolha Valderrama, eu tinha tudo para desistir de você, más Deus me ensinou a esperar, ter fé, porque uma hora ou outra ele iria conceber. Nada acontece sem o consentimento de Deus, ele escreve certo em linhas tortas Wilmer, e você é a minha linha torta. Eu não sei o que sinto, sinto medo, ansiedade e amor. Eu amo você, e acho que você et um dos planos que Deus colocou em minha vida.

Prestei atenção em cada palavra que saia de seus lábios pálidos enquanto ela me fitava fundo nos olhos, ela me amava, e eu estava feliz por ouvir aquilo.

Nunca ninguém havia depositado tanta fé em mim antes, e eu estava maravilhado com aquilo, Demétria sempre acreditou em mim, sempre, e mesmo depois de tudo que eu havia a causado, ela se permitirá me amar.

_Como consegue me amar depois de tudo que já te causei?

Perguntei curioso.

_Não devemos questionar os planos de Deus Wilmer.

Ela respondeu.

Estavamos sentados em sua varanda, o vento batia em seus cabelos fazendo com que a mesma os colocasse atrás da orelha.

_Eu queria poder te beijar.

Demétria sorriu segurando minha mão a alisando, só eu sabia a sensação que ela me causava.

Só eu sabia que aquele amor era verdadeiro. Eu não queria nada dela, só o fato de estar ai seu lado e poder sentir seu cheiro, ou verla sorrir bastava.

Ali eu percebi.

Não precisa de sexo para amar alguém.

Eu nunca me imaginei transando com ela, não que eu não quisesse isso. Eu queria, más para mim aquelas simples coisas, que para mim eram grandiosas, bastavam. E eu não precisava de sexo para poder ama-la.

Demétria sorriu docemente para mim.

_Não fique com vontade.

E assim eu fiz, juntei nossos lábios a puxando para um beijo, um beijo verdadeiro e desejado. Cada parte do meu corpo implorava por aquilo, e foi ai que percebi que era dependente dela.

Terminamos o beijo, colando nossas testas, sua respiração estava ofegante, e ela a todo tempo sorria.

_Posso te pedir uma coisa?

Ela falou com os olhos brilhantes, como os de uma criança quando querem que os pais comprem algo no mercado.

_Claro.

Respondi alisando sua mão.

_Venha ver as estrelas comigo hoje a noite?

Eu realmente não tinha como negar um pedido desses, principalmente vindo dela.

_Estarei aqui, as 21:00, pode ser?

Ela concordou, fazendo com que eu a beijasse novamente.

Eu Sempre Lembrarei (Dilmer)Onde histórias criam vida. Descubra agora