Era uma vez o rei de um povoado muito próspero em diamantes. Ele, junto à adorável rainha, teve duas princesas. Elas eram completamente diferentes, por mais que tivessem o mesmo tratamento em todo o reino. Enquanto a filha mais velha era amável e gentil para com todos, a filha mais nova era rebelde e inconsequente, trazendo assim muitos riscos para o reinado da sua família.
Certa vez, o rei para punir a mais jovem de suas herdeiras decretou que ela deveria ficar fora de seu castelo por longos três meses, até que decidisse qual caminho escolheria seguir.
A princesa então, reunindo toda sua coragem, colocou poucos pertences em sua pequena bolsa de viagem e partiu para fora da cidade com o queixo erguido.
O reino comentou durante dias, semanas, e em meio a esse tempo a amável filha mais velha tentou convencer o pai para que buscasse sua irmã. Insistiu ao noivo que ele deveria ajuda-la e perdeu por poucos dias sua pose de boa moça graças aos seus gritos estridentes e desesperados que reverberavam por diversos cômodos do castelo. Argumentou dizendo que entendia todos os motivos do pai, mas que sentia falta da sua companheira.
O rei parecia irredutível, mas todos gostavam tanto da princesa, com ele não era diferente. Todos sentiam falta do sorriso em seu rosto e para trazê-lo de volta, o rei, por fim, cedeu, e no outro dia guardas já estavam andando aos derredores em busca da princesa mais nova.
A menina não foi encontrada em lugar algum, nem nas cidades ao redor, muito menos nas outras. Todos pensaram se tratar de algum ato de rebeldia, mas quando o meio do terceiro mês chegou e logo em seguida o quarto, mas a menina não apareceu, o reino entrou em profunda depressão. Até mesmo o tempo parecia acompanhar o sentimento de perda do povoado, pois choveu durante várias semanas.
Ao fim de nove meses do sumiço da princesa, quando todos já haviam perdido as esperanças de um dia vê-la novamente, eis que uma surpresa apareceu a todos. E essa surpresa já tinha um nome.
Uma pequena bebe estava em frente aos portões do castelo com uma carta em seu colo perfeitamente coberto com uma manta de seda rosa, e para acompanhar um pequeno urso de pelúcia da coleção da princesa mais nova. Havia um longo cordão em volta dela e a carta trazia as seguintes palavras:
"Cuidem dela, é tão minha quanto de vocês. Talvez um dia acreditem, quando ela crescer e apresentar os traços do pai. Afinal, minha palavra não valeria de nada quanto a do noivo de minha irmã, tão querido e adorado.
'Pobre George, ele nunca faria isso'.
Tenho certeza que o covarde não assumirá enquanto não houver necessidade disso e todos iniciarem os burburinhos. Sei como a reputação sempre está acima de tudo para pessoas como vocês.
Princesa Jane."
O rei então, assustado com a possibilidade da pequena menina arruinar todo o império que ele criara, decidiu com a ajuda do futuro genro (e possível pai) trancá-la em uma torre até que completasse a maior idade e fosse livre e dona de si. Juntos, eles escolheram a torre mais alta do país, mas que também era confortável e como companhia havia outras meninas, onde ela teria chances de crescer e não ser vista com maus olhos pela sociedade. Ao fim de cada mês, eles depositavam uma generosa quantia na conta da menina e quando ela crescesse seria ainda mais feliz do que já era na torre, sequer se lembraria de como era sua vida ali, além de não sentir falta de uma família que nunca tivera.
Porém, as coisas tomaram outro rumo, e a confortável torre escondia na verdade uma assombrosa e horrível prisão, com punições severas e desumanas. No entanto, por sorte, antes da hora a menina foi liberta. Seu cavaleiro não usava armadura nem tinha um cavalo branco. Também não teve beijo, como de praxe nos contos de fadas.
Seu cavaleiro tinha o poder de um abraço terrivelmente aconchegante e carinhoso. E assim como ele fora quem estragou tudo, confiou a si mesmo a responsabilidade de repor tudo em seu devido lugar.
Mesmo que tanto tempo já tivesse passado, ele queria a chance de começar novamente com a sua possível filha. A nova família, que ele adquirira ao longo do tempo, a receberia de braços abertos, e faria de tudo para que ela se sentisse em casa.
Sua casa. Que é o lugar de onde ela jamais deveria ter saído.
Eu estive me esquivando pra esquerda e pra direita
Amor, você não faz bem
Acho que me apaixonei por você, por você, por você
Acquainted – The Weeknd
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O atraso certo (FINALIZADO)
Ficção Adolescente(Livro 1 da Duologia) Por quase dezoito anos, Amelie viu a vida passar diante dos seus olhos sem que pudesse fazer nada para muda-la. No entanto, em uma manhã de domingo, depois de um acidente que poderia ter acabado com a sua vida, ela vê uma nova...