Minha chegada no Acampamento Meio-Sangue

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Minha chegada no Acampamento Meio-Sangue

Quando acordei, estava em um lugar totalmente diferente. Parecia mais uma enfermaria numa casa antiga. As paredes eram de madeira e havia muitas camas no cômodo. Um leve cheiro de remédios no ar fez meu estômago revirar. Tentei me levantar da cama em que estava deitado, mas uma mão forte e um pouco rude empurrou meus ombros para trás, fazendo-me deitar novamente. Olhei para minha direita e vi o mesmo garoto que me salvou ao meu lado, segurando um copo com alguma substância verde dentro.

- Pode ficar quietinho aí. – ele disse. – Precisa descansar.

Ignorando a ordem dele, tentei levantar-me mais uma vez. Dessa vez ninguém me impediu porque eu mesma caí novamente. Meu corpo estava todo dolorido.

- Precisa ouvir meus conselhos. – ele disse, abrindo um sorrisinho torto lindo.

Tentei sorrir também, mas não foi um gesto muito autêntico porque tive certa dificuldade. Ao perceber isso, seu sorriso se apagou e ele se aproximou mais de mim.

- Ronnie, beba isso. – disse estendendo o copo que estava em sua mão.

Fiquei surpresa por ele ter lembrado meu nome, mas para felicidade de muitos, consegui beber o líquido. Apesar de não ter gosto de vômito e sim de biscoitos de chocolate. O que era bem estranho, mas só o fato de eu ser semideus já é estranho.

- Nossa... Isso é bom. – comentei, sentindo que minha expressão era de encantamento.

Ele riu da minha cara. Não acredito que ele riu da minha cara.

- Sim, é muito bom sim. Agora me diga... Você realmente é filho de Poseidon? – perguntou ele e, pelo tom de voz que havia usado para fazer a pergunta, percebi que tentava ser cuidadoso com as palavras.

- Sim, eu sou filho de Poseidon. – respondi.

Ele me olhou torto, parecendo duvidar.

- Você se parece mesmo com ele, mas também me lembra muito Ártemis.

- Você conheceu meu pai? – meus olhos começaram a brilhar. Ele assentiu e ficou sério. – Mas como assim eu pareço com Ártemis?

Seus olhos começaram a brilhar. Isso me deixou inquieto, mas tentei parecer indiferente.

- Sei lá... Você me parece muito durão. E é lindo. Igual a Deusa da Caça. – corei e agradeci por não estar perto de um espelho.

O que confirmou meu último pensamento foi o fato dele começar a rir de mim de novo. Não daquele risinho sem graça que ele dera antes. Ele riu de verdade, como se nunca tivesse achado graça em nada antes.

- Você é engraçado. – corei ainda mais e ele riu da minha cara ainda mais.

- Quanto tempo fiquei aqui? – tentei desesperadamente mudar de assunto. Odiava corar, por qualquer motivo que fosse.

- Por três dias inteiros.

- Isso tudo? – assustei-me. E como não se você passa 3 dias em quase coma e acorda toda dolorido?

- Isso tudo. – ele abre um pequeno sorriso. – E eu acho pouco contando que você lutou com uma criatura mitológica que cospe fogo pela boca.

- É... Bem pensado. – ri baixinho.

Ele começou a rir de novo. Não que eu estivesse realmente irritado com isso.

- Por que você não para de rir de mim? – apelei. Fiz a melhor carinha de "cachorro perdido" que consegui, mas ele riu ainda mais.

O Filho de Poseidon e O Filho de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora