Vejo Nico beijando uma qualquer

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Vejo Nico beijando uma qualquer

Corremos até o Pavilhão do Refeitório e encontramos todos às mesas conversando animadamente. Nico me puxou até perto da mesa de Poseidon e virou-se para mim, sorrindo.

- Pronto, está entregue!

- Obrigada.

Sorri e apertei-lhe a mão, querendo dar outro beijinho em sua bochecha, mas ciente do olhar de Percy sobre nós. Na verdade, com o olhar de todos sobre nós, mas Percy é meu irmão e iria ficar irritado. Soltei sua mão e sentei-me de frente para Percy e Lannah.

- O que foi aquilo, hein, Ronnie?! – perguntou Lannah, apressadamente, assim que Nico se distanciou. – Quero saber todos os detalhes!

Ela parecia uma adolescente comum querendo umas fofocas de primeira mão com a irmã mais velha. Isso mesmo, eu sou mais velho – Lannah tem quinze anos. Percy lançou-a um olhar irritado e ciumento.

- Lannah! – reclamou.

- Tudo bem, Lannah. – ri. – Estávamos apenas rindo entre amigos. Mas pode deixar que depois eu te conto todos os detalhes de como ficamos rindo da cara de irritado de Percy. – provoquei e começamos a rir quando a tonalidade das maçãs do rosto de Percy tornou-se de um vermelho forte.

Ouvi um murmurinho de vozes entrando do Pavilhão do Refeitório e virei-me para ver quem era. Uma garota de estatura mediana, morena e linda estava liderando uma fileira de garotas e garotos, tão bonitos quanto.

- Drew, a conselheira-chefe do Chalé de Afrodite. – disse Percy, seguindo seu olhar.

- Sinceramente... – falei. – Não fui com a cara dela.

Ela comandava seus irmãos com certa arrogância, que apenas de olhar, já me dava nojo.

- Não dá papo para ela, ok? – falou Lannah. – Ela é bem persuasiva e não queremos que você caia nas armadilhas de amor falso que ela prega.

- Ah, pode deixar! – exclamei, a raiva subindo pela minha garganta. – Dessa daí estou vendo que quero distância.

- Calma, garota! – falou, Percy. – Estou vendo que o mau-humor oceânico já começou a se infiltrar em você!

Ri.

De repente, apareceu o mesmo prato com grande quantidade de comida, da qual já estava me acostumando, à minha frente. Aos poucos, todos foram parando de falar e, Mesa por Mesa, todos foram queimando sua oferenda aos deuses. Quando chegou a vez da mesa de Poseidon fazer sua oferenda, passei meu olhar rapidamente pelo local, à procura de Nico, mas não consegui achá-lo. Encaminhei-me até a fogueira e rapidamente localizei Héstia.

- Olá, Héstia! – exclamei.

- Olá, Ronnie! – ela sorriu para mim e depois diminuiu o tom de voz, enquanto eu jogava mais da metade da comida para os deuses. – Saiba que estou do seu lado! – e piscou.

Lembrei-me do sonho que tive. Héstia havia confrontado Hera a favor de meu amor com Nico. Que ainda não consigo ver como que surgirá. Ainda assim sorri para Héstia, tentando parecer que não sabia de nada, e voltei até a mesa de Poseidon. Não estava muito animada e nem com fome; uma forte tristeza se abateu sobre mim e senti um aperto no coração. Não sabia o que significava, mas podia garantir que não era coisa boa. Quando se é um semideus, esses pressentimentos nunca podem ser apenas imaginação.

- Ronnie, está tudo bem? – ouvi alguém perguntar-me, então levantei minha cabeça e encontrei Percy encarando-me com um olhar preocupado e Lannah olhando para meu prato.

Baixei meus olhos para o prato e percebi que havia razão para se preocuparem. Eu não havia tocado na comida. Na verdade, apenas fiquei misturando-a, tornando algo indecifrável e nojento, enquanto vagava pelos cantos sombrios da minha própria mente. Mas é claro que eu não falaria nada disso. Não quero preocupar nenhum deles. Soltei o garfo e deixei-o cair em cima da comida, enquanto me endireitava no banco de mármore e olhava para os lados, procurando uma desculpa, mas claramente sem muita ideia para uma.

O Filho de Poseidon e O Filho de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora