Controlo meu poder sobre a água
Passei a noite em claro, raciocinando todas as possibilidades que eu poderia desenvolver sendo filho de Poseidon. Fui aperfeiçoando o controle da água e, aparentemente, se desejasse fechar a minha mente, conseguiria. Em minha opinião, esse poder não me servia de nada. Para que eu iria querer esconder meus pensamentos quando os possíveis controladores de mentes são, também, filhos de Poseidon? É claro que me foi bem útil na noite passada, quando tranquei parte de minha mente para que Lannah não suspeitasse de meu plano de virar a noite tentando descobrir meus poderes. Mas além desse caso, não via grande necessidade de fechar minha mente durante uma batalha. Se caso eu pudesse inserir meus pensamentos na mente de outra pessoa, seria muito mais útil.
Quando senti leves brilhos no canto direito de minha visão, deixei o copo com água sobre a cômoda, fazendo o mínimo possível de barulho para não acordar Percy e Lannah, e fui em direção à fonte dessa luz. Ao chegar perto da fonte de água mais ao canto do dormitório, percebi que parte de sua água brilhava intensamente. Levantei mais um pouco o olhar e percebi que a luz não vinha do quarto e sim do lado de fora. Eram os primeiros raios solares pela manhã.
Esgueirei-me silenciosamente pela porta até o lado de fora a fim de não perder essa imensidão de luz coloridas que era proporcionada no nascer do sol. Pude ver Evanlyn e Annabeth conversando mais ao longe, perto do Pavilhão do Refeitório. Ao me verem, sorriram e deram um breve aceno, mas logo voltando a conversar avidamente sobre o que quer que seja. Havia também um grupinho de filhas de Afrodite ao centro do ômega que os Chalés formavam. Fofocavam e olhavam-se em pequenos espelhinhos que carregavam em mãos. Típico de qualquer patricinha que se encontra em qualquer escola.
Não havia muitos campistas acordados, provavelmente porque ainda era muito cedo para qualquer atividade no Acampamento. Ou até porque o Sr. D se recusava a levantar-se cedo para acompanhá-los. Não sabia e não fazia diferença, pois estava mais concentrada em seguir até o lago que havia ali e sentar-me próxima à margem, onde ali a vista era privilegiada. Já vi tanto o nascer do sol que poderia desenhá-lo em detalhes se quisesse, mas nunca havia visto-o de uma forma mais distorcida, como se estivesse vendo atrás de um copo de água.
Água.
Eu poderia voltar ao Chalé e pegar o copo com água que havia deixado em cima da cômoda para fazer a experiência, mas tinha quase certeza que não voltaria a tempo. E eu não estava muito disposta a acordar cedo na manhã seguinte apenas para isso. Minha falta de sono hoje foi apenas um treino necessário para conseguir me virar sozinha quando saísse daqui à procura dos instrumentos. E eu precisava treinar. Poderia simplesmente usar a água do lago para conseguir fazer minha experiência e ainda assim estaria treinando para meu objetivo.
Relaxei os ombros e levei a mão direita em frente à água. Aos poucos, um torpor foi passando por minhas veias e, diante de meus olhos, a água do lago moveu-se silenciosamente para cima. Primeiro, ela tornou-se uma torre, mas logo uma esfera maciça de água estava bem em frente aos meus olhos, flutuando. A imagem formada através da esfera era ainda mais bonita do que eu imaginava. Ela era opaca e irreal – maravilhosa. Até eu abaixar a mão rapidamente, perdendo o controle sobre a água e fazendo a esfera voltar quando ouvi uma voz doce, porém séria, atrás de mim que fez meu coração acelerar.
- Vejo que conseguiu controlar seus poderes.
Ao olhar para trás, vi Nico di Angelo vindo em minha direção e parando ao meu, de braços cruzados sobre a jaqueta preta. Seus olhos estavam mais sérios que na noite anterior e havia olheiras abaixo deles, como se não tivesse dormido mais do que eu essa noite.
- É... Um pouco difícil, mas consegui. – comentei, tentando não parecer tão surpreso com sua presença.
- Não me pareceu difícil.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Filho de Poseidon e O Filho de Hades
Fanfiction(Você pode encontrar o original A Filha de Poseidon e O Filho de Hades no link que está no meu perfil) Aos 16 anos, descubro que sou semideus, filho de um dos Três Grandes e tenho um irmão mais velho. Meu mundo vira de cabeça para baixo e tenho que...