Museu de arte é um péssimo lugar para fugir

3.2K 254 123
                                    

- O que faremos agora? - perguntou Percy.

- Não sei vocês, mas já que estamos aqui, eu quero entrar. - eu disse. Provavelmente eu estava com os olhinhos brilhando. Eu adorava arte.

- Onde? Ali? - Percy perguntou, apontando para o Denver Art Museum e fazendo uma careta.

- Onde mais seria, Perseu Jackson?! - ele fez outra careta e eu apelei para Nico. Eu necessitava ir lá. - Nico! Por favor...

- O que você não pede sorrindo que eu faço chorando? - ele disse.

- Não seria ao contrário?! - eu perguntei, confuso.

- É ao contrário, mas eu não aguentaria ver você chorando. - ele respondeu, meio a contragosto, e corou.

Acreditem, Nico di Angelo corando é a coisa mais fofa que tem.

- Obrigada! - eu disse, dando um beijo em sua bochecha e puxando-o pelo pulso em direção à entrada. Eu podia ouvir Percy vindo resmungando atrás de nós. - Deixe de ser chato, Percy! Vem logo!

Compramos - digo, Nico convenceu a nos liberar de graça usando a Névoa - nossas entradas e adentramos ao maravilhoso espaço da arte. Eu estava maravilhado. Sempre adorei arte e ver ali aquelas esculturas e pinturas era como um sonho para mim. Olhei para os garotos, procurando algum sinal de curiosidade e, por mínima que fosse, eu o encontrei no olhar deles. Nico olhava tudo aquilo confuso e curioso; e Percy olhava com tédio, mas parecia curioso sobre uma ou outra obra.

O lugar não estava vazio, mas não estava tão cheio quanto eu esperava. Ou quanto diziam que ficava àquela época do ano. E essa foi minha primeira desconfiança.

- O que acharam? - eu perguntei a Nico e Percy.

- Estanho. - disse Percy.

- Diferente. - respondeu Nico, ao mesmo tempo que Percy, e eu ri baixinho.

- Vamos, ainda temos muito o que ver. - eu chamei-os.

Passamos a outra sala de esculturas, onde se via uma réplica humana deitada de bruços em algo que parecia ser uma cama de cimento. Não sabia qual a finalidade, mas era interessante a criatividade. Passamos por quadros abstratos e quadros de pintura a óleo, retratando momentos humanos e emocionais em uma perfeita sintonia. Eu olhava curiosa para uma das esculturas. Era uma escultura de uma mulher e quatro crianças diminuindo o tamanho gradativamente. Eu conhecia aquela obra, mesmo não me recordando do nome, mas conhecia. E sabia que havia alguma coisa errada, pois havia outra pessoa, maior, atrás da mulher.

- Anh... Gente? - eu chamei-os e eles logo vieram para meu lado.

- O que foi, Ronnie? - perguntou Percy.

- Eu conheço essa obra. - eu comecei, mas interrompida.

- E...? - perguntou Nico, sem entender nada.

- Eu tenho certeza que é só a mãe e quatro filhos. - eu disse, já imaginando que estivesse ficando louca. - Por favor, me diz que não é só eu que estou vendo uma quinta... coisa!... atrás da mãe. - pedi. Ou melhor, implorei.

- Não, eu estou vendo sim. - disse Percy e eu engoli em seco. Algum sinal de emergência piscava na minha para darmos o fora daqui.

- Eu também. - concordou Nico e o sinal piscou ainda mais forte. - Por quê?

Foi quando eu vi o que estava de errado. A pessoa que estava atrás da mãe se mexeu levemente, mas eu percebi o movimento.

- Vamos dar o fora daqui! - eu disse, já puxando os dois para descer o monte de escadas que subimos para ir parar ali.

E então a confusão se instalou.

Eu olhei para trás, sentindo que algo nos perseguia, e vi um gigante se levantando de detrás da mulher e vindo em nossa direção. Merda! Justo um gigante! Não podia ser alguma coisa mais bonitinha de se matar? Como a Medusa? Ok, exagero, mas eu ainda acho que é melhor.

- Não fujam! - o gigante gritava atrás de nós, enquanto via-se pessoas gritando e correndo de todos os lados. - Hera me deixou brincar com vocês!

- Que droga, hein! - eu disse, mas para mim mesmo, mas os dois, que corriam ao meu lado, conseguiram ouvir o que eu dissera.

- Me diz que Hera também não quer o mesmo que meu pai. - Nico quase implorou, quando viramos uma esquina que dava para uma sala escura.

- Infelizmente, metade dos deuses mais importantes querem a mesma coisa! - eu respondi, puxando-os para a escuridão, enquanto o gigante nos seguia.

Mas não permaneceu escuro por muito tempo, pois algumas pequenas luzes coloridas foram acendidas, formando desenhos desconexos na parede. Conseguimos driblar o gigante ali dentro, para que desse tempo de voltarmos pela porta. O que, graças aos únicos deuses que gostam de mim, conseguimos.

- Jura?! - perguntou Percy, rindo.

- Pare de rir, idiota! - resmungou Nico.

- Voltem, semideuses! - ouvi a voz do gigante e ele estava perto. - Sra. Ártemis não gostou de saber, mas Hera me deixou para brincar com vocês!

- Ah, meus deuses! - resmunguei, indignada, - Será que passaremos por algum lugar onde os deuses não vão colocar algum monstro?!

- Quem é aquele gigante, afinal?! - perguntou Nico, enquanto estrávamos em uma sala toda pintada de vermelho.

A sala simulava uma refeição, com pratos, copos, mesas e cadeiras vermelhas, com apenas as raposas - ou lobos, tanto faz! - de miniatura estava ali. Infelizmente, foi todo destruído enquanto passávamos por ali. Vasos e vidros foram quebrados enquanto passávamos e isso não seria nada legal.

- Se não me engano, é Órion. - eu disse, forçando a memória. - Ele foi um gigante caçador, um dos melhores a serviço de Ártemis. Ele foi colocado por Zeus entre as estrelas na forma da constelação de Órion.

- Mas isso não é o importante! - disse Percy. - Como derrotamos?

- Ninguém nunca o enfrentou antes! - eu disse, entrando em desespero quando ficamos encurralados entre duas esculturas parecidas.

E eu pensei que era o nosso fim. Órion se aproximava cada vez mais de nós e minha mente funcionava a mil por hora, procurando uma solução, mas não foi preciso isso tudo. De repente, uma ave laranja-avermelhada planou sobre o gigante, com alguma coisa no bico que foi jogada sobre o rosto dele. Um escorpião.

- Por que tem um escorpião na cara do gigante? - perguntou Percy.

- A lenda mais famosa é que o escorpião da Constelação de Órion foi o mesmo que o matou. - eu disse. - Então quer dizer que fomos salvos por essa ave.

E quando o escorpião picou o olho dele, Órion se transformou em fogo primeiramente, para depois cinzas.

- Uma fênix. - disse Nico, enquanto a ave pousava em seu braço.

A fênix, diante de nossos olhos, pegou fogo e se transformou em cinzas, que foram caindo no chão. Agachei-me e vi uma pequenina fênix ressurgindo dali. Era um lindo milagre. Mas me assustei ao ver o fogo ressurgindo, para depois sumir com um passe de mágica, junto com a fênix e as cinzas. Me levantei de novo, encarando os dois garotos, confuso.

- Não era para a fênix simplesmente ter voltado mais nova? Ela simplesmente sumiu!

Nico sorriu, me deixando ainda mais confusa. - Foi um símbolo de Héstia. Ela estava a favor, não estava?

Eu sabia sobre o que ele estava falando.

- Estava. - confirmei, sorrindo.

Ele me abraçou forte, e eu só aproveitei o momento. Até que ouvi uma tosse forçada atrás de mim. Quando me separei, deparei-me com Percy impaciente.

- Será que dá para ir procurarmos um hotel logo? - ele bateu o pé. - Estamos acordados desde a noite - era quase dez da manhã, mas ele estava certo - e eu já estou quase desmaiando de sono!

Eu e Nico rimos, ainda meio abraçados, e ele respondeu ao meu irmão.

- Conheço um hotel perfeito aqui perto.

O Filho de Poseidon e O Filho de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora