Pegamos uma van emprestada
Acordei com os primeiros raios de sol batendo em meu rosto. Bocejei e pisquei os olhos para que se acostumassem com a claridade. Enquanto eles lutavam contra as lágrimas que queriam cair, por causa da luz, olhei em volta, tentando me lembrar de como vim parar no Central Park.
De repente, as lembranças da missão invadiram minha mente.
A profecia, as dracaenae, o quase beijo na Colina Meio-Sangue, eu ajudando James, a Porta de Orfeu, a voz de Poseidon em minha mente falando algo que agora me era incompreensível. E Nico, que dormiu comigo. Ao me lembrar deste último detalhe, olhei para a esquerda, já me xingando por não ficar acordado para vê-lo dormindo. Mas nem precisei me apedrejar. Nico dormia tranquilamente, a expressão serena. Podia ficar o dia inteiro vendo-o dormindo, mas como a sorte sempre está do meu lado, segundos de observação depois, as pálpebras dele começaram a abrir-se, revelando orbes negros como a noite.
- Bom dia, dorminhoco. – falei, tentando me levantar do peito de Nico, mas ele envolveu minha cintura com os dois braços, me impedindo de sair.
- Agora o dorminhoco sou eu?!
Fingir estar pensando e depois respondi.
- Sim.
- Não fui eu que dormi assim que Percy saiu...
- Tá zoando, é?!
Droga, nem tive a oportunidade de conversar com ele decentemente.
- Não, não estou. – riu.
- Ótimo – falei, ficando um pouco irritada e cruzando os braços. – Agora vou ficar com fama de dorminhoco.
- Na verdade, fama de que fala enquanto dorme.
Arregalei os olhos. Minha mãe já disse que falo enquanto durmo, mas nunca liguei muito para isso. Agora me arrependo profundamente por nunca ter procurado nada que me ajudasse a acabar com isso. E se eu tivesse falado alguma merda? Sobre aquele sonho, sobre o que eu sinto por ele, sobre o que eu queria que acontecesse, sobre qualquer coisa. Eram muitas as opções que poderiam me colocar numa situação extremamente vergonhosa.
Eu nunca vou me perdoar.
Fechei os olhos bem apertados e respirei fundo, preparando-me para o pior.
- O que exatamente eu falei?! – perguntei, abrindo os olhos e olhando diretamente para os dele.
- Quer saber mesmo?
Pensei por um segundo. Imagino que seria melhor eu passar por toda a vergonha de uma vez. Assenti.
- É, eu quero.
Ele sorriu.
- Meu nome.
Arregalei os olhos e, impulsivamente, soltei-me de seus braços, sentando-me. Tapei meu rosto com minhas mãos e fiquei balançando a cabeça, pensado que desse modo eu poderia retirar tudo isso. E, é claro, eu não posso. Senti Nico sentando atrás de mim, abraçando minha cintura com os dois braços e descansando a cabeça em meu ombro esquerdo. Sua respiração fazia cócegas em meu pescoço e sua aproximação fazendo meu coração disparar.
- Ai que vergonha! – exclamei.
- Vergonha por quê? – perguntou, tirando minhas mãos de meu rosto e voltando a me abraçar pela cintura, ainda segurando minhas mãos para que eu não voltasse a tapar meu rosto.
Fechei os olhos bem apertados para não ver sua expressão e mordi o lábio inferior, nervosa. Ele depositou um beijo na base do meu pescoço. Sentir seus lábios quentes na minha pele fria fez-me arrepiar por inteira. Senti-o sorrir sob minha pele ao perceber o poder que tem sobre mim. De repente, seus braços já não me envolviam mais e senti um vazio imenso em meu peito. Mas logo ele voltou a disparar quando ele apareceu em pé na minha frente, com a mão estendida para mim e um olhar amoroso. Pisquei os olhos, para ver se realmente vi certo, mas segundos depois sua expressão voltou a ser dura. Aceitei sua mão estendida e ele me puxou para cima, levantando-me e quase caí em cima dele.
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O Filho de Poseidon e O Filho de Hades
Fiksi Penggemar(Você pode encontrar o original A Filha de Poseidon e O Filho de Hades no link que está no meu perfil) Aos 16 anos, descubro que sou semideus, filho de um dos Três Grandes e tenho um irmão mais velho. Meu mundo vira de cabeça para baixo e tenho que...