A DOR

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Miguel

Não sabia o sentido da dor até perder você...!

A última imagem que guardarei de Sofia,será seu olhos cheios de dor e lágrimas,e sua expressão de nojo ao olhar pra mim, e pior de tudo por uma coisa que não fiz.

Não consigo acreditar que nunca mais verei Sofia,com aquele sorriso encantador seu jeito de durona e ao mesmo tempo delicada. Tudo que temia aconteceu, conseguiram tira-lá de mim, nada tira da minha cabeça que minha avó estava por traz disso. Ela e Amanda andavam muito próximas ultimamente,só isso explicava aquela maluca ter aparecido daquele jeito no ambulatório e armado seu showzinho.

_ Miguel você está bem?

Meu avô perguntou me tirando dos meus pensamentos.

_ Como o senhor acho que estaria...acabei de perder a mulher que amo,por causa dessa maluca.

Falei apontando para Amanda.

_ E assim que você trata a garota Miguel?... Você acho que ela é seu brinquedinho, você terá que responder por seus erros!

Minha avó falou me tirando do sério.

_ O que? Será que ouvi bem? Eu não vou assumir nada porque eu nunca tive nada com ela...a senhora bem sabe que isso não passou de uma armação sua para me separar de Sofia...e vocês duas estão de parabéns, conseguiram oque queriam!

Falei enquanto batia palmas,num gesto de ironia.

Minha avó permaneceu em silêncio, com toda certeza eu estava certo em minhas suspeitas, mais mesmo assim nunca conseguiria provar isso se ela não confessa- se, e isso ela nunca faria.
Doutor Afonso parecia decepcionado com sua filha, apenas a segurou pelo braço e levou para carro e foi embora sem dizer nada,ele era um homem justo e conhecia sua filha muito bem para ter agido daquela maneira, sem tirar nenhuma satisfação,talvez também desconfiava que aquilo não passava de uma armação.

Sai dali em direção a sedia me enfiando no quarto,abri a gaveta do criado mudo e tirei uma caixinha,dentro dela estava o anel de noivado que daria a Sofia hoje a noite.

Apertei com força o anel em minha mão e chorei,sem me envergonhar disso pois amava Sofia e nunca mas amaria ninguém dessa maneira.

Respirei fundo e fui arrumar minhas coisas, não queria ficar nem mas um minuto ali, tudo me lembraria ela,e ficar aqui sem ela não fazia mas sentido.

Depois de tomar um banho e colocar minhas coisas na camionete fui me despedir de dona Gema e do meu avô que estavam na varanda.

_ Meu filho você não precisa ir, tente falar com ela novamente!

Meu avô me disse enquanto me abraçava.

_ Não adianta vô ...conheço Sofia ,ela é turona demais para acreditar em mim!...enfim minha avó conseguiu oque queria!

Meu avô apenas confirmou com a cabeça tendo um olhar triste,fui até dona Gema e abracei com força e limpei algumas lágrimas do seu rosto e beijei sua face. Ela ainda tentou me convencer a deixa-lá ir falar com Sofia, mas achei melhor não,isso só iria complicar ainda mais as coisas.

Antes de sair cruzei com minha avó parada na porta, não disse nada apenas a olhei e fui em silêncio,e assim ela também permaneceu sem dizer sequer uma palavra.

Entrei na camionete e segui meu caminho,mas antes tinha que passar em um lugar.

Entrei no nossa refugio que na noite passada nos abrigou por horas, e que nunca mas nos estaríamos juntos novamente, seu cheiro ainda estava presente como se ela estivesse aqui.

Ouvi um barulho, quando me virei vi uma pessoa parada na minha frente.

_ Sofia é você?

Falei com entusiasmo, quando ela se aproximou quase não a reconheci, não se parecia nem um pouco com minha garota.

_ O que você fez Sofia...!

Falei tentando toca-lá, mas ela se afastou e me encarou com o olhar triste me entregando algo amarrado com um lenço.

_ Não quero levar lembranças suas por isso o cortei...iria deixar aqui no galpão, mas já que você está aqui,fique com ele...!

Me disse com a voz trêmula, se virou e começou a descer as escadas.

Eu segurei pelo braço e puxei contra mim selando meus lábios nos seus, mas ao contrário de antes ela não correspondeu meu beijo, ele não tinha o mesmo sabor, era amargo como a dor que sentíamos, me afastei e deixei ela ir, então vi apenas seu vulto se afastar entre as primeiras gotas de chuva que começavam a cair.

Quando abri o lenço que ela havia me entreguado,fiquei surpreso ao ver seus lindos cabelos dentro,então pode entender o tamanho de sua mágoa e me odiei por isso.

Coloquei seus cabelos junto as mantas que antes servia de nosso aconchego e fui embora, deixando pra traz meu coração e minha vida, enquanto uma forte tempestade caiu levando todo o amor que um dia ela trouxe...!

E com um único pensamento..

NÃO IMPORTA AONDE EU VÁ,
OU QUANDO TEMPO LEVE,
NUNCA DEIXAREI DE TI AMAR,

SOFIA!................................................

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