Capítulo 8

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Ajusto o vestido ao corpo e torço o nariz tentando fazer com que ele milagrosamente se torne mais comprido, mas obviamente não resulta. Quando o vi na loja e o imaginei na minha cabeça, nunca esperei que me ficasse tão curto. Adorei-o pela simplicidade, com uma pequena e elegante racha na lateral, mas até ela me parecia menor antes de o vestir. Coloco a capa vermelha de veludo em meu redor, sempre melhorava a situação. Observo-me de alto a baixo e quando me inclino para endireitar as altas meias brancas até ao joelho, recebo um assobio que rapidamente ignoro.

- Demasiado inocente para o Halloween, não? - comenta Joey vindo do lado oposto da estrada e eu observo-o na totalidade.

- Bem, Jack Sparrow, não te vou tirar o protagonismo de poderes salvar a noite.

- Uh, bela perna Miss Evans. - comenta Elizabeth e quase me arrependo de o usar, olhando para ela em desespero. 

Joey acena em aprovação como quem gosta do que vê. Eu sabia que ele o tinha pensado apesar de não o ter falado. Elizabeth vai ao encontro do namorado e Joey chega perto de mim, coloca-me o carapuço da capa na cabeça, volta-me a observar e sorri.

- Não existe forma de não ficares bonita. - comenta. 

Sem que tenha tempo de lhe agradecer, pega em mim ao colo e corre em direção ao areal, enquanto lhe chamo vinte nomes diferentes agarrada ao seu pescoço.

O céu estava enublado mas não estava frio. O típico céu de Halloween, com as nuvens a cerrar a lua. Sentia-se um pouco a neblina, mas era confortável. Estava mais gente do que esperava, imensas caras desconhecidas e no meio da multidão lá ia conhecendo uma ou outra familiar.

- O que estás a fazer? - exclama Joey assim que me sento na areia a observar a enorme chama da fogueira. Reviro os olhos. - Não me vais dizer que já estás cansada, acabada de chegar!

Resmungo quando me puxa por um braço e me abraça.

- Nem penses! - depressa digo quando me apercebo que vamos dançar, mas foi o mesmo do que ficar calada.

 Fiquei durante alguns minutos a tentar controlar o meu interior quando Joey me obriga a seguir os seus passos, eu era uma desajeitada que nem conseguia entrar no ritmo da musica.

- Eu não sei dançar! - berro por cima da música enquanto ele me arrasta para o meio das pessoas.

- Desculpa? - pergunta como se não entendesse o que eu acabei de dizer.

- Eu não sei dançar! - berro mais alto ainda.

- O quê? - ele volta a questionar e afasto-o para poder olhar para ele com o seu sorriso pateta. - El, durante toda a tua vida danças-te, melhor que ninguém para dizer a verdade, não me venhas com desculpas. - será que ele tem noção do sorriso bonito que tem e do impacto que provoca no meu cérebro?

Agarra nos meus pulsos e coloca-os em redor do seu pescoço, agarrando de seguida na minha cintura para me guiar, mas eu estava mais concentrada em controlar os meus batimentos cardíacos antes que ele notasse e em segundos é arrancado de mim. Dou graças por tal, assim que alguns dos seus amigos chegam e o abraçam. Prometo-lhe que não vou sair daqui quando dispersam para ir buscar bebida. Olho em meu redor e decido voltar a sentar-me na areia no mesmo sitio que inicialmente. 

- Safari, como tu gostas. - diz Beth ao sentar-se ao meu lado, dando-me um copo para a mão.

- Não estou muito no mood, sabes?

- A intenção da bebida é mesmo essa, ajudar a colocar-te no mood. - torço-lhe o nariz. - Até porque tenho umas questões que acredito que só me respondas com sinceridade após pelo menos quatro ou cinco desses. 

- Esquece Beth. - respondo com humor já sabendo quais são as questões.

- Porquê El, até um cego poderia sentir tudo isso que existe entre vocês e melhor, estando a dez metros de distância. - não está errada.

- Não quero. - lamento, uma vez mais, destruindo o seu sonho de princesa.

- Daqui a cinco copos vais querer. - como se o álcool fizesse algo mais, sem ser intensificar o que já existe.

- Não preciso dos cinco copos Beth. - digo e ela olha-me instantaneamente com entusiasmo, deixo-me rir mas rapidamente complemento a minha resposta para lhe trazer a desilusão. - Somos bons amigos e juramos a ambos que isso sempre seria o mais importante, prevalecendo sobre qualquer outro sentimento que nos pudesse trazer destruição.

- Mas El, não tem de ser assim!

- O amor trás destruição Beth, a nós só nos trouxe destruição, nunca deixaria que nada neste mundo nos desse nem que fosse uma pequena milésima de chance de nos estragar.

- Mas até já uma própria amizade pode trazer isso e tiveram de se permitir a ela para terem o que de bonito hoje existe! - ela tinha razão.

- Nós estamos bem Beth, prometo. - digo-o com sinceridade, no meio do caos das nossas vidas, nós estamos bem como estamos.

- Vocês apenas não o querem aceitar. Porque não se acham merecedores de alguém tão bom e têm medo de se estragar. E vocês são esse bom na vida um do outro. Mas sabes uma coisa Eleanor, eventualmente irão fazê-lo, estragar tudo, quando existir uma terceira e quarta pessoa nas vossas vidas. Vão continuar a ser tão um do outro quando isso acontecer?






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Hii there! :)

Aqui têm mais um capítulo, espero que estejam a gostar!

A música que adicionei é a que a Eleanor estava a ouvir e a cantar.

Se gostarem por favor partilhem, votem ou comentem, adoro ler as vossas opiniões sejam boas ou más, prometo que irei fazer o meu melhor para vos agradar! :)

Boas leituras!

Sarry, xx

FallenOnde histórias criam vida. Descubra agora