O vampiro-motorista derrapou o ônibus com força, o jogando na direção da beira daquela ponte enorme, porém, graças ao ótimo equilíbrio que adquiri no Rio das Águas Pesadas, consegui ficar de pé; e o ataquei com a minha Takohyusei. Cortei a cabeça daquele homem num golpe só e, no segundo seguinte, peguei no volante e tentei jogá-lo para o lado oposto. Mas o aro circular estava extremamente pesado, quase impossível de mudar a direção! Então Jake me ajudou...
Por sorte, conseguimos girá-lo para a esquerda e puxei o freio de mão, parando o ônibus bruscamente. Ouvi um barulho no interior do mesmo, sinalizando que os garotos haviam caído - e eu torcia para que não tivessem nenhum ferimento grave. Estávamos, agora, no meio da pista, no meio da ponte, provavelmente longe da cidade.
Suspiramos de alívio, enquanto o homem sem cabeça virava areia.
Natsuno logo chegou onde estávamos, acompanhado dos demais, todos pasmos e trêmulos, principalmente após verem o monte de pó sobre a poça escura de sangue no banco do motorista e no chão onde Jake e eu pisávamos.
- O que houve?
Olhei para o Jake, não sabendo o que dizer. Aliás, a única explicação lógica que se encaixaria ali seria a verdade, mas a verdade seria um pouco não convencional aos garotos da minha sala.
- O motorista era um vampiro - o garoto loiro decidiu dizer -, e quase nos matou jogando o ônibus para o rio - todos olharam para o rio, espantando-se ainda mais. A ponte era alta demais! Dava para perceber por causa do morro à frente, que possuía um precipício enorme.
- Como assim? - logo começaram a fazer perguntas.
- Isso é possível?
- Vampiro? Só pode ser brincadeira!
Era normal aquilo, mas tínhamos problemas maiores: estávamos no meio do nada!
- O que é aquilo? - perguntou Thiago, apontando para alguma coisa no teto. E então meu coração acelerou: era uma bomba! E faltavam apenas dez segundos para explodir, agora nove, oito...
- Vamos dar o fora daqui! - gritei, apertando o botão que abria a porta.
- Mas e as nossas coisas? - ainda indagou Otávio, olhando para o interior do veículo.
- Nossas vidas são mais importantes - falei, sério. - Saiam, agora!
Numa correria, todos foram descendo os degraus e saindo do ônibus, correndo pela rua à frente. Fui o último a sair e corremos o mais distante possível, até ouvirmos a explosão. Olhei para trás vendo a destruição que o fogo causava, jogando partes do veículo para todos os lados ao mesmo tempo em que produzia uma fumaceira espessa e escura. E o que eu menos esperava, aconteceu: a ponte estava desmoronando!
- Merda, merda! - gritei, me virando novamente. A serra, que não fazia mais parte da cidade, estava um pouco longe, me deixando ainda mais desesperado. - Corram! - gritei.
Todos corremos à toda velocidade, sendo eu o último do grupo, rumo ao morro. Dei uma rápida olhada para trás, onde a pista se desfazia e caía no rio lá em baixo, este muito fundo. Se caíssemos ali, dificilmente sobreviveríamos!
Mais a frente, o primeiro do grupo, Natsuno, conseguiu chegar. Depois Thiago, Marcelo, Lucas, Joe, Mike, Jake, Nícolas, Otávio, Rafa, Vinícius, Samuel, Anderson, Luan, Igor, Lincoln, Ari, Carlos, Rodrigo, Felipe e Kai. O único que ainda estava na pista era eu, quase chegando, faltando apenas alguns metros.
- Pula, Dio, rápido! - gritou Natsuno, desesperado. Senti meu pé afundando, e percebi que não havia mais jeito.
Pulei.

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Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETO
AdventureLivro 3 da saga CAÇADOR HERDEIRO. Ser um Caçador de Vampiros pode ser mais complicado do que parece, visto que a qualquer momento um ente querido seu pode partir, e Diogo Kido descobre isso da pior forma possível. Os vampiros não são os únicos inimi...