42 - O Troféu da Colina Rosan!

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Assim que deu meio-dia meu tio Michael e Karen chegaram na minha casa, exatamente na hora em que estávamos almoçando.

- Bom dia tarde - disse ele, pisando na cozinha.

- Bom dia tarde - minha mãe e eu respondemos, juntos.

- Estão servidos? - Sarah levantou-se.

- Acabamos de tomar o café da manhã - respondeu Karen, e sentou-se. Meu tio me olhava de forma estranha, como se quisesse falar comigo, e decidi perguntar:

- Há algo errado, tio?

- Que tal darmos uma corridinha por aí? - disse ele, sorrindo de forma desafiadora.

- Pode ser - falei. Terminei de comer e coloquei uma bermuda simples.

Corríamos pelas ruas do meu bairro perante àquele sol quente, não tão rápido, meu tio e eu lado a lado, com Billy aos nossos pés. Ali a movimentação era apenas de famílias que aproveitavam o sábado para passear. Muitos indo para a praça verde, outros só caminhando mesmo. De vista, eu já conhecia todos, e cumprimentava, mas não sabia o nome de quase ninguém. Aliás, meus únicos amigos que moravam ali eram a Zoe e o Riku.

- Então é hoje, hã? - Michael puxou assunto, assim que passamos pelo parque do meu bairro. - A final do Torneio da Cidade. Tá ansioso?

- Com certeza - falei, confiante, e me lembrei daqueles setes jogadores de ontem, todos caçadores, mas decidi não pensar naquilo. - Se formos campeões, ganharemos vaga no Paulistão Sub-17 do ano que vem!

- Sério? - meu tio ficou surpreso, e arqueou uma sobrancelha; fiz que sim.

- Foi o treinador quem nos disse. Nunca imaginei isso, tio, precisamos ser campeões de qualquer jeito! - eu estava mesmo animado.

Michael sorriu.

Decidi perguntar:

- Como tá sendo os treinos com o pessoal?

- Tranquilo. Tudo em ordem. O Guga aprende rápido as coisas, ao contrário do Joe, que só pensa em comer - ri só de imaginar aquilo; dobramos à direita, outra rua animada repleta de crianças jogando bola no asfalto. - Mas faz parte - disse meu tio. - Eles ainda serão ótimos Místicos de batalhas, e pensam até em caçar, mesmo isso sendo loucura.

Assim que falou isso, lembrei dos vampiros do túnel abandonado. Eram dos evoluídos, derrotados pelo Guga e pelo Léo. Lembrei-me também da nossa última batalha, onde os dois e o Joe nos ajudaram a derrotar todos aqueles inimigos. Não seria uma loucura tão grave assim.

- Fico feliz por saber disso - falei, por fim, e Michael sorriu.

- Eu também. Gosto muito de treiná-los, me divirto bastante. Não vejo a hora de montar a minha própria academia de artes marciais - Michael tinha um brilho nos olhos que eu conhecia muito bem, o brilho da esperança, da animação; o brilho de um sonhador.

- Au! - latiu Billy, abanando o rabo. Parecia feliz por estar correndo conosco. Dobramos à esquerda e me vi numa rua repleta de árvores, lembrando até mesmo o bairro onde eu morava antes, no Belém.

- Você devia correr mais com ele - falou meu tio. Olhei para o cãozinho. Michael estava certo, eu precisava dar mais atencão para Billy. Então uma dúvida apareceu na minha cabeça. Meu tio saberia responder?

- Tio - decidi perguntar -, se eu estiver longe do Billy e gritar "modo ataque", ele pode me ajudar? - Michael me fitou, como se eu fosse louco, mas então assentiu, sorrindo. - Como?

- Acho que eu deveria te contar antes, sabe? - respondeu ele, aumentando ainda mais a minha curiosidade. - O Billy é um Cão Ultradimensional.

- Como assim?! - estranhei, e ollhei novamente para o cachorro, que apenas corria.

Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora