24 - A arrogância de Gefrey Matsu

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Caramba... Aqui é bem diferente, né?

Joe estava boquiaberto. Não parava de olhar para os lados enquanto nos esgueirávamos pelas ruelas de cascalho da cidade de Firen. Mas eu o entendia. Havia um contraste muito grande entre Firen e Honorário, em inúmeros quesitos: design das casas e prédios, vestes dos moradores e, talvez o mais importante, a ausência de veículos motorizados.

As pessoas não demoraram em perceber que éramos visitantes. Algumas delas olhavam para Joe de forma estranha, enquanto outros tinham olhos surpresos voltados para mim. Por ser um Kido, o Natsuno já havia explicado. Mas quem ganhava grande parte da atenção, sem dúvida alguma, era o Riku, que parecia extremamente desconfortável.

— Era mais do que óbvio que estranhariam um Medeiros andando livremente pela cidade — ele disse em certo momento. E os olhares de receio e de, algumas vezes, julgamento não cessavam. O que restava era ignorar.

Firen era movimentada feito um centro comercial. Pessoas de todas as idades vagavam por entre as ruas e vielas das quadras pelas quais passávamos. Cheguei a ver algumas carroças conduzidas por cavalos em certas partes.

Não demorou para chegarmos ao edifício vermelho da organização Ko-Ketsu, localizado numa região mais tranquila de um bairro do leste. Não imaginava que estaria de volta em tão pouco tempo.

— Demais! — Joe parecia uma criança encantada.

Tratava-se de um prédio de cinco andares e repleto de janelas na fachada, a despeito da parte acima da porta. A porta, trabalhada em aço e desprotegida de guardas fardados (o que ia contra o padrão de organizações secretas, segundo alguns filmes), era estreita e tinha uma importância ótica em relação ao tom escuro do vermelho das paredes, assim como o telhado de formato piramidal.

No momento em que chegamos à porta, percebi dois dos meus amigos hesitando: Riku e Jake. Riku era de uma tribo rival, e Jake simplesmente um vampiro. Confesso que eu estava ansioso para ver a reação dos agentes Ko-Ketsu, embora estivesse preocupado. Tranquilizei-os, dizendo que os novos líderes era o Sandro e o Hebert, pai do Natsuno.

Entramos na pequena sala quadrada, sendo analisados pela linha brilhante amarela que servia como um dispositivo de segurança do edifício.

— Opa, pera lá — Joe deu um passo para trás no momento em que a linha horizontal começou a subir em direção ao teto. — O que é isso?

— Um detector de entrada, grandão — explicou Natsuno. — Não precisar mijar nas calças, serve só para se assegurar de que você não é nenhum inimigo.

O fio amarelo chegou à nossa cabeça e se dissipou. Em seguida, uma voz robótica disse:

— Boa tarde, senhores Diogo Kido e Natsuno Kogori.

Eu ainda queria saber aonde estava o alto-falante. De qualquer forma, devolvemos o 'boa tarde' em uníssono.

— Não consegui identificar os outros três indivíduos — disse Helena.

— São, hã, meus amigos — falei, com um certo receio.

— Nomes completos?

Recordando das chamadas feitas em sala de aula, comecei a dizer:

— Jhonatan Leal...

— Jhonatan Leal — repetiu Helena, rápida como um raio; Joe me encarou assustado.

— Jake Haitou — continuei.

Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora