05 - O Falcão furioso

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Eu estava lá "novamente", naquela praça ampla, matando ninjas de uma forma fria e cruel, completamente sem consciência. Matava até os meus três primos que pediram minha ajuda - e até me ajudaram - e depois matava os últimos.

Sobrara apenas um: Glen Vinográdov.

Ele estava a alguns metros de mim, completamente assustado e surpreso com o tamanho da minha força. E eu o olhei...

Assim que olhei para ele, o ódio tomou conta. Eu pensava apenas em matá-lo, e era isso que eu ia fazer!

- Você vai morrer – foram as minhas únicas palavras.

Desapareci e apareci na frente do assassino e lhe ataquei com o Punho de fogo. Meu tio ainda tentou se defender, algo que foi totalmente inútil contra um golpe tremendamente poderoso, que o fez voar contra a lua azulada da noite, sua armadura se estraçalhando.

Enquanto a couraça de Glen se tornava cinzas aos poucos, eu já estava no céu, acima dele, preparando outro golpe. Só esperei ele se aproximar o suficiente para que eu pudesse acertá-lo com um chute, que o mandou de volta para o chão. Mas eu ainda não tinha acabado...

Meu corpo começou a pegar fogo, asas flamejantes surgindo em minhas costas, e voei na direção do ninja numa velocidade inimaginável, erguendo o punho e cortando o vento num som escaldante, berrando:

- Falcão... FURIOSOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!

Quanto mais eu me aproximava do desgraçado, mais a minha ira aumentava. Precisava matar aquele que havia matado o meu pai. Precisava mostrá-lo a verdadeira dor, e faria isso com um golpe totalmente mortal.

- HÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!

De repente, meus olhos foram cegados por um clarão branco e poderoso. Senti as minhas energias indo embora e, quando me dei conta, eu acordei.

Sentado na cama, olhei ao redor e notei que estava no meu quarto, com a porta aberta mas a janela fechada, e quando minha mãe apareceu, me apressei em dizer que foi apenas um pesadelo. Sarah mostrou-se preocupada e voltou ao seu quarto, enquanto eu ainda pensava não só no sonho, como também naquele golpe que, por sinal, era a primeira vez que aparecia num dos muitos pesadelos que tive nos últimos dias referente ao dia em que me descontrolei.

- Falcão furioso - falei a mim mesmo, surpreso e ansioso ao mesmo tempo, e tive uma ideia.

Sorrindo, voltei a dormir.


- Você está bem, filho? – minha mãe perguntou, quando já estávamos tomando o café da manhã.

- Estou sim, mãe – fui sincero, uma vez que grande parte da tristeza que eu sentia já havia ido embora. Ela sorriu, e lembrei-me que precisava contar a ela sobre os caçadores e vampiros, todavia decidi que esperaria mais um pouco, pelo menos até eu me senti preparado. – Meu tio vem hoje? – decidi perguntar.

- Acho que sim - disse ela. - Por quê?

- Tem como você ligar pra ele e falar pra ele me trazer um colchão cinza?

- Por quê? – Sarah me fitou. - O seu está com problemas?

- Não, não - falei. - É pra outra coisa.

- E por que cinza? – ela arqueou uma das sobrancelhas, e soou tão jovem que me perguntei se minha mãe tinha mesmo trinta e quatro anos de idade.

Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora