07 - Caçadores e Vampiros

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Estávamos sentados no mesmo sofá da sala, minha mãe e eu, ela ainda estranhando o fato de eu tê-la chamado para uma conversa séria, e eu nervoso, prestes a revelar toda a verdade sobre caçadores e vampiros.

Seria extremamente difícil, mas eu tinha que falar.

Era necessário.

Até o 'tic tac' do relógio era possível de ouvir naquele momento de tensão, onde Sarah me fitava seriamente, esperando uma iniciativa minha.

Enchi os pulmões de ar e então, finalmente, falei:

- Mãe, eu e o meu pai... nós nunca te contamos nada, mas a verdade é que viemos de uma família de caçadores.

- Caçadores? - estranhou ela. – O que você quer dizer, filho? Caçadores de quê?

Hesitei, com o coração acelerando, mas respondi:

- De... vampiros.

Sarah franziu o cenho, talvez incrédula. Seus olhos negros pareciam querer me estudar, ver se eu estava bem; continuei:

- Inclusive descobri sobre sua família biológica, e todos eram ninjas que assaltavam e matavam.

Eu esperei por uma reação de raiva da minha mãe, perguntando se eu estava com brincadeira besta para o lado dela, no entanto ela fez algo que eu não esperava: sorriu.

Eu esfreguei bem os olhos pensando estar vendo errado, e senti um frio na espinha quando minha mãe mudou seu sorriso para uma gargalhada horrível, coisa que nunca vi ela fazendo antes.

- Do que você está rindo, mãe? – perguntei relutantemente, porque eu já estava ficando assustado. Seus risos aumentaram e minha mãe fechou os olhos, dizendo a frase que venceria facilmente qualquer coisa horripilante que já enfrentei antes:

- Eu já sabia de tudo, só queria ver até onde vocês dois iriam com essa baboseira toda. Mas agora chegou a hora. – Ela mostrou dentes afiados e abriu os olhos, íris totalmente avermelhadas. – Chegou a sua hora de morrer!

Feito uma fera assassina, minha mãe saltou para cima de mim com uma agilidade anormal e uma força que eu nunca imaginei que ela tinha. Quando ela ia me morder... eu acordei.

- Meu Deus - falei a mim mesmo, respirando pesada e rapidamente. O grande alívio era que eu estava sentado na minha cama, completamente suado, porém protegido – protegido de uma mãe assassina que não existe, felizmente.

Sonhos... Isso é uma coisa que ainda me assusta muito.

Voltei a dormir.


- Está na hora de acordar, filho.

Minha mãe abriu a janela e a luz do dia invadiu o meu quarto com agressividade, clareando completamente a minha visão.

Havia parado de chover.

Quando minha mãe ia saindo do meu quarto, tomei fôlego e falei:

- Mãe, preciso te contar uma coisa.

- Hum, ok - disse ela. - Agora?

- Quando eu descer.

Ela sorriu.

- É sobre a Sophia? – perguntou, e então reparei que ela olhava para o porta-retratos do criado-mudo ao lado da cabeceira da minha cama, Sophia e eu abraçados. Eu me senti constrangido, porque nem mesmo falei à minha mãe que estávamos namorando, tampouco falei sobre o término do namoro.

Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora