56 - Missão Suicida: Infiltração!

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Corríamos pela floresta rumo à base dos vampiros, que não estava tão longe.

A cada passo eu sentia meu pé afundando na grama alta e úmida, pois começara a garoar. A nossa pressa era enorme, pois corria o risco de a chuva lavar todo o sangue do nosso corpo, sangue de carne de açougue, o que estávamos usando para poder nos infiltrar no território inimigo sem chamar a atenção.

"Aconteça o que acontecer, não se separem", disse Kai, antes de partirmos. A nossa sorte foi que trouxemos uma barraca de acampamento, onde o nerd ficou para proteger a si e aos aparelhos da chuva, que não demoraria em vir. "E se vocês se separarem, saiam do local. É um lugar assustador e traíra.".

"Mas por que será que a base tá vazia?", estranhou Jake, levantando a grande dúvida.

"No verão os vampiros daqui separam uma semana para caçar no sul do país, para que tenham comida durante o calor sem precisarem sair da base", disse Riku, pensativo. "Raramente fazem isso em outra época do ano. Talvez seja essa a explicação".

"Isso é estranho", falei, quando algo veio à minha mente. "Sequestraram o Natsuno para que eu fosse resgatá-lo... Por que fariam isso com a base vazia?".

"A base não está tão vazia", interveio Kai. "Ela só não tem tantos vampiros quanto eu imaginava. Ainda é um lugar perigoso".

Com isso, decidimos dar continuidade à missão, preparados para qualquer coisa. Finalmente chegamos em frente ao portão de entrada. Eu me lembrava bem daquele lugar, onde fomos enganados constrangedoramente por um vampiro supremo meses atrás.

Eu estava com um mal pressentimento.

Riku correu em direção à entrada e, quando chegou perto, saltou na direção do tronco de uma árvore grossa para pegar impulso e então agarrou no muro da base, pulando para dentro em seguida; fizemos o mesmo.

- Primeiro passo: concluído - falei, assim que pousamos.

- Okay, prossigam - disse Kai, sua voz entoando nos fones que tínhamos em nossos ouvidos, ao qual o garoto nos entregara antes de partirmos, assim poderíamos nos comunicar de forma prática. Dentro do lugar quase não caía água, devido à imensidão de árvores curvadas que tinham enormes galhos que serviam como um teto para o "quintal". Olhei para a base, escondida num mar de troncos e folhas. Era impossível saber dali o quão grande poderia ser. Me perguntei se não nos perderíamos no interior do "enxame". Caso acontecesse, seria difícil sobreviver.

Senti cada pelo do meu corpo se arrepiando enquanto caminhávamos rumo à porta de entrada. Que sensação era aquela? Era como se estivéssemos andando em direção à morte.

- Só eu que estou com medo? - Guga falou, quebrando o silêncio tenso.

- Não, eu também - admitiu Joe, com uma expressão de pavor. - É a primeira vez que faço isso, sabe? Ainda não me acostumei. Entrar em território inimigo...

- Também nunca me acostumo, grandalhão - falei, tentando soar tranquilizante, me lembrando das dezenas de vezes que Riku, Natsuno e eu entramos em aldeias infestadas de vampiros. Sempre dava medo. Mas o medo que eu sentia naquele momento era sobrenatural. Talvez pelo fato de estarmos entrando numa base de vampiros supremos.

- Foco, galera - advertiu Jake, sua voz abafada pelo pano branco que tampava sua boca e nariz. - Toda a atenção é pouca.

Nessas alturas, o céu já estava escuro lá fora, deixando o lugar onde estávamos pouco iluminado. A nossa sorte era que a base estava iluminada por dentro, sendo possível iluminar um pouco onde estávamos graças às janelas de vidro.

Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora