62 - A Explosão de Luz! Últimas Forças

335 31 26
                                    

Eu ainda me recuperava do susto, enquanto Pandora me fitava naturalmente, muito calma, como se não estivesse acontecendo nada. Até pensei em perguntar em como ela podia aparecer nos lugares mais estranhos de repente. Ou então no porquê de ela não ter aparecido antes. Porém tinha coisas maiores para me preocupar.

- Se você está aqui é porque tem algo - falei, apressado. - O que vai ser, dessa vez? Você vai me arranjar um daqueles rifles? - perguntei, esperançoso, me lembrando da vez em que matei vários vampiros com pouca munição naquela floresta, enquanto salvávamos o vampirinho rebelde. Okay, talvez eu estivesse agindo feito um mandão babaca, mas não tinha tempo! Riku estava em apuros.

- Isso não posso conceder - disse ela, ainda com um olhar meigo e descontraído. - Aquilo mataria os vampiros. Hoje vou te dar isso - ela pegou um artefato que estava num dos bolsos laterais da enorme mochila, sem nem ao menos tirá-la das costas. Era oval e escuro, possuindo uma alavanca que começava no topo - onde havia um pino parecendo um anel - e terminava perto da base. Cabia na palma da mão de uma pessoa, e dava até medo só de olhar; era uma granada.

- Isso não é, hã, muito perigoso? - perguntei, fitando o objeto.

- Depende da forma que você usar - disse ela, descontraída como sempre. - Pressione a alavanca e puxe o pino, depois é só lançar - ela explicou rapidamente, me entregando a tal bomba. A peguei, com certo receio. - Não se preocupe - disse Pandora, rindo divertidamente - essa é uma granada de luz. E pega isso também - eu nem havia reparado que na outra mão a garota segurava uma pequena garrafa de vidro. - Vai ajudar nos ferimentos. Mas somente neles - peguei a bebida, que já estava aberta, e tomei o restante que tinha sem perder tempo. No mesmo instante senti algo formigando dentro do meu corpo, passando pela garganta e depois chegando ao estômago, indo então até meus braços, onde os arranhões do Jake ainda sangravam. Naquela região começou a queimar, mas não doía tanto quanto a dor que eu sentia quando utilizava muito poder. Aquela dor era suportável. Olhei para os meus braços, me surpreendendo ao perceber que as feridas estavam se cicatrizando e... desaparecendo!

- Acho bom se apressar - ouvi a voz da garota-fantasma, em ecos, como se ela estivesse se distanciando de mim -, seu amigo precisa de você.

Olhei para frente e Pandora já havia desaparecido. Mesmo as feridas desaparecendo, eu ainda me sentia dolorido e cansado, sinal que essa bebida era diferente da outra que bebi da outra vez. Enquanto essa apenas curava os ferimentos, a outra exterminava o cansaço e as dores, além de fazer voltar as energias. "O Riku!", pensei, olhando para a granada em minhas mãos. Soltei a garrafa e corri até a câmara iluminada, preocupado. Passei pelo portal e vi que Riku ainda utilizava seus poderes, jogando uma grande ventania contra os inimigos, porém, mesmo sua pele coberta pela aura prateada, eram claras as veias pelo seu rosto, como se quisessem sair para fora.

- O que você... tá fazendo aqui? - perguntou o Medeiros com certa dificuldade, sem nem ao menos olhar para trás, provavelmente percebendo minha presença. Os vampiros ainda estavam sendo prensados contra a parede, mas um deles caminhava lentamente na direção do garoto; era o Padre.

- Pode deixar comigo! - falei, pressionando a alavanca da bomba. Todas as criaturas olhavam para o objeto em minha mão, surpresas. Vi uma expressão de espanto no rosto do Padre. Com a outra mão puxei o pino e, como se estivesse lançando uma bola de beisebol, joguei a granada na direção dos inimigos. Riku só percebeu quando a mesma já havia ingressado no vendaval.

Fechei os olhos - e o único som que ouvi foi algo que lembrava o barulho de um flash de uma câmera digital gigante.

Quando abri, o vento havia parado, enquanto Riku e todos os vampiros piscavam sem parar, alguns esfregando os olhos, outros tentando enxergar em volta - não havia sequer um deles que se isentou de ser afetado.

Caçador Herdeiro (3) - Relâmpago Vingativo | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora