- Pai! Vai mais devagar!- disse enquanto sentia o carro acelerando.
- Nossa, filha, mas eu estou a 80 quilômetros. -dizia calmamente o meu pai, Fernando.
- Parece que está a 120 km por hora!
- Vai mais devagar Fernando, sabe como nossa filha é. - minha mãe diz, me defendendo.
- Vou mostrar o que é 120 km por hora pra você, filha! você vai adorar Henriquetta!
Eu sinto ele acelerando e me aperto ainda mais no banco, vejo pelo espelho meu pai sorrindo, enquanto minha mãe, estava, como posso dizer, assustada também.
- Fernando, olha! - Minha mãe grita, mas a partir dai eu só sinto o carro batendo em alguma coisa, e depois sinto o carro capotar. Minha visão ficou toda branca, e desmaiei. Nosso começo de 2016 foi assim, com um trágico acidente.
Meu pai sempre foi um brincalhão, e adorou a adrenalina, olha no que isso nos levou.
10 dias depois
Abro os meus olhos, e vejo um clarão, mas depois a visão volta ao normal, parece que estou no hospital. Odeio hospitais, mas arrisco a perguntar a uma mulher que aparenta ser uma enfermeira.
- É... onde estou? - Noto que minha voz está muito falha, e percebo que estou respirando por aparelhos, não é nada necessário, eu acho.
- Não force muito para falar, moça, você está no hospital, sofreu um acidente grave.
Eu lembro, lembro de todos os fatos do acidente, foi horrível!- Q-que dia é hoje? - minha voz melhorou, um pouco, mas melhorou.
- Dia 11 de janeiro, você acordou bem rápido, parabéns!
Eu já ia agradecer a ela, quando um homem entra no quarto, muito sem graça, e meio nervoso, um pouco triste, talvez.
- Olá Henriquetta, se recuperou rápido.
- Sim, cadê meus pais?- pergunto, odeio quando minha voz tá falha, que saco, odeio hospitais, odeio minha vida!
Ele para e me olha, com um olhar de dó, o que estava acontecendo?
- Lamento muito Henriqueta, os seus pais... seus pais... é... - ele diz com o olhar de mais dó ainda, estava ficando nervosa!
- OS MEUS PAIS O QUÊ? -meu grito quase não sai, mas saiu, isso que é importante, na verdade não, já estava quase chorando, prevendo o que ele ia falar, eu era a única com cinto de segurança, e o baque foi bem forte, NÃO HENRY, NÃO FOI ISSO! Brigo com o meu pensamento ridículo.
- Os seus pais... eles morreram, eles não estavam com os cintos de segurança, a batida foi bem forte, você teve sorte.
- Que sorte? - grito, dessa vez saiu, não importa! Já estava chorando, gritando - Que sorte eu tenho nessa porcaria de vida? Os meus pais morreram! O que eu vou fazer? - começo a chorar loucamente, já soluçando - Tudo culpa do meu pai!
- Meus pêsames, sua tia, Luzia, vai vir te buscar, amanhã ela está aqui, você se recuperou bem rápido, você vai morar com ela.
- O que eu fiz pra essa minha vida virar uma bosta! O que eu fiz? Que raiva! Deus! O que eu fiz? - pergunto indignada.
- Eu sei que é ruim Henriqueta, mas o melhor é você dormir, é melhor. Eu sei bem o que é isso, eu sei... - aí eu fiquei curiosa, do jeito que eu sou, ainda chorando, mas nem tanto, pergunto:
- Como você sabe?
- Ah! A minha filha, tinha 12 anos, foi atropelada, quando estava andando de bicicleta, mas isso já tem 10 anos, passa, o que fica é apenas as lembranças.
- Se você está dizendo... - eu já estava triste, agora estou mais ainda.
- Bem, isso não importa, o importante é a sua saúde, vá dormir. - o médico diz, um pouco ignorante, mas tudo bem, resolvo respeita-lo e dormir.
É isso gente! Primeiro capítulo da fic, espero que vocês gostem, um beijo, um queijo e... tchau!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Primo [ CellBits]
RomanceEm um mundo onde tudo parecer ter barreiras, sempre vai haver conhecidências entre duas pessoas. A simples perda de contato pode significar muita coisa, e tudo que você vê, mas não liga, também. O amor já está traçado, mesmo que você não perceba, e...