O acampamento era muito bem organizado, próxima a entrada, havia a Casa Grande, onde segundo Nico, Quiron estava lá junto a Dionísio (deus do vinho), logo atrás a quadra de vôlei, tinha um grupo de garotas jogando, que logo acenaram ao verem Nico, havia a casa de artes e ofício, a torre de escalada e o anfiteatro. No outro lado, o campo de morangos, os estábulos, arsenal, arena de combate e a 'grande floresta' (a apelidei assim) e no meio do local os chalés e o pavilhão do refeitório. Nossa que lugar gigante!
-Você vai gostar daqui, é bem legal. - assenti com a cabeça e logo veio um grupo falar com nós-
Ouvi várias perguntas do tipo: -Ei Nico, até que fim voltou, quem é esta!? - Namorada nova Nico? - todos o abraçaram, parecia querido, enquanto me espantava com o abraço de alguém, era uma garota loira com olhos azuis, e estava acompanhada de um garoto com cabelos pretos e olhos verdes-marinho.
- Oi eu sou Annabeth, e este é Percy, Percy Jacson. Filha de Atena, e ele é de Poseidon. Já sabe quem é o seu pai? - neguei com a cabeça- Qual é o seu nome?
-Charloe! - ela meio que abriu a boca, mas não entendi o porque e Percy a interrompeu.
-Annabeth, depois. Sem histórias de Charloî, chame Leo para equipa-la! - o resto da turma que estavam com Nico começaram a rir pelo comentário de Percy.
-Tah bom- ela disse, fazendo beicinho, não pude deixar de não rir- olha, tiramos um sorriso da garota! Vem, vou te levar até Leo, ele vai te dar uma arma.-ela me puxou. Antes de irmos ao Leo passamos por um grupo de garotos, todos de cabelos claros e olhos azuis. Havia apenas uns dois de olhos verdes em sete- São filhos de Apolo -Annabeth continuou- todos imbecis que não podem ver um espelho que já se atiram nele, não são nada legais- ri um pouco. Alguns assoviaram para nós, revirei os olhos.
Fomos até o estabulo, ele estava lá, treinando com uma garota, que tinha olhos escuros, tão bonitos que pareciam uma escuridão e cabelos negros. Leo tinha cabelos castanhos, olhos escuros e um lindo sorriso, ele suava bastante, e estava sem camisa, mas isso não foi o que me chamou atenção. Eu o conhecia de algum lugar. Minha mania feia de reparar demais, chamou a atenção de Annabeth:
-Cuidado, a moreninha é nervosinha. É capaz de descepar a sua cabeça por causa dele.-falou apontando pra menina que estava lutando com o Leo, e que agora o ajudandava a se levantar com um sorriso grande.
-Não olhei pra ele nesta intenção, eu o conheço de algum lugar. -continuei olhando, só que a morena ao seu lado acabou reparando e meio que me fuzilou com os olhos.- Como ela se chama?
-Elise, filha de Hades, ela é irmã de Nico. Vamos!? -ela me chamou indo na direção deles- Oi Leo, oi Elise!!! -falou acenando.
-Oi Annie. Quem é esta!?- ela continuou a me fuzilar.
-Charloe. Leo, equipe ela por favor!? -Ele se virou, meu deus, quem era ele? Eu o conhecia eu tinha certeza, mas eu não fazia ideia de onde. Eu acho que ele também me conhecia, porque ele me olhava também. Até voltarmos pra realidade.
-Oi! Bom... Elise podemos continuar amanhã? Já está quase na hora do almoço, e tenho que equipa-la.
-MAS... Não estou boa o suficiente! -Annabeth já tinha ido, e ela fez cara de coitada-
-Que isso Elise, você acabou de derrubar o mestre das armas. Eu te garanto que está errada.-sorriu e deu um beijo em sua bochecha enquanto saíamos de perto dela, ao passar por ela seus olhos se cravaram no meu, eu pisquei, parece que ela ficou mais furiosa ainda.
Nós andamos até o arsenal, não era longe do estabulo. Na verdade era ao lado do estabulo. O arsenal era como um balcão, cheios de prateleiras com flechas, espadas, linhas e varias outras coisas para a construção da armas.
-Então Loe... Você é boa em que?
-Eu nunca usei uma arma. Você me chamou de que? -só uma pessoa tinha me chamado assim durante a minha vida toda. Leonardo. Meu antigo melhor amigo. Mas ele tinha morrido, não era possível-
-De Loe, tem problema!? -neguei com a cabeça- que tal começarmos com uma adaga? -concordei ele a jogou pra mim continuando a falar - o seu cabelo... ele é natural?
-Sim, ele acompanha as estações -Leo me olhou e perguntou "como assim?"- no outono a cor dele é vibrante, e como estamos no outono, é uma boa hora para dar exemplo. Ele fica assim, -me virei e mexi no cabelo- No inverno, fica mais ainda, como se fosse fogo, posso dizer que ele fica alaranjado, você verá! -falei piscando- na primavera ele perde cor, fica cheio de mechas loiras, e no verão eu fico loira. Não loira, loira. Mas uma loira ruiva. Meus olhos também mudam, junto as estações. Ah, a adaga é leve de mais pra mim. -falei devolvendo.
Leo me olhou como se eu fosse uma mutante. O que eu tato temia, mas eu confiava nele. Não sei porque, mas confiava. Ele se virou para as prateleiras, e de lá puxou uma espada, era de bronze, a mais bonita que tinha visto em minha vida, peguei e tentei equilíbra-la em minha mãos. Neguei com a cabeça, era pesada de mais.
- Então o seu cabelo e seus olhos mudam de cor?- ele disse enquanto passava a mão de arma em arma, até que parou na parte de arco-fleshas. Ele pegou um de prata, tinha linhas onduladas que o acompanhava até as duas pontas. Suas flechas eram de madeira com riscos que davam a impressão de serem feitos a mão, sua ponta de prata parecia ser tão tão rígida que eu acho que atravessaria uma árvore. Peguei o arco acompanhado com uma das flechas, o passei pelo meu ombro e o armei ele era bom e bonito ao mesmo tempo, só que linha para a lançada da flecha era dura de mais. E resolvi responder a sua pergunta.
-Sim, estranho né!? O arco é bom, só que a linha é dura de mais.
-O que acha desse?-Leo me passou um outro, não muito diferente, mas era de bronze, fiz o mesmo processo, pesado de mais. Eu queria um mais simples, sem bronze e nem nada de prata. Um puro de madeira, então dei uma sugestão:
- O que acha de um menos imperial? - ele assentiu, e na mesma hora vi um que me chamou atenção atrás dele. O arco-flecha era de madeira, não tão grosso nem tão fino, encaixava perfeitamente em minha mão, seu arco era menor do que os outros, seu detalhe era perfeito. O arco não era arredondado, era como um escorregador fazendo curvas perfeitas, e o seu fio era ótimo, duro mais nem tanto. Suas flechas era de madeiras, finas, mas cumpridas, quase do tamanho do meu braço. Sua ponta era de bronze, e no final de cada uma havia penas marrons e brancas. Possivelmente as mais belas que já vi. Pareciam ser de águias, senti meus olhos brilharem - PERFEITO- eu disse meio que gritando.
-Então vamos -Leo me levou até o anfiteatro.
Havia vários bonecos de palhas e espumas encapados com couro, que serviam para treinamentos com espadas e adagas, tinha alvos circulados pintados de vermelho e branco fazendo o contorno do circulo, eles estavam pendurados e presos em uma madeira em horizontal, acho que era para arcos-flechas. Mais ao lado, uma parede alta, pintada com linhas vermelhas, aquela área era para treinamento de lanças. Nós fomos para a área de arco-fleshas. Leo começou me dar as instruções:
-Você tem que se concentrar -disse isso enquanto se equipava com um arco-flecha- deixe os seus pés alinhados junto aos ombros, e traga a flecha a bochecha, já que o alvo está mais afastado mire um pouco acima de onde que acertar- prestei atenção, ele tinha usado o pé esquerdo como base, ou seja, o pé esquerdo estava na frente do direito, ele respira fundo a solta. O alvo deveria estar a pelo menos cinco metros de nós, e Leo acertou. Bem no meio. -Viu!? Agora é a sua vez.
Eu peguei o arco e fiz o mesmo, e tentei. Acabei me esquecendo de mirar mais acima, e a flecha pegou na madeira.
-Bem no meio da madeira, um bom começo! Vamos, tente de novo! -eu peguei outra flecha e trouxe a ao meu rosto, e ele me concertou -o problema é a mira, você está mirando onde você quer acertar, assim vai sempre errar, ainda mais nesta distância, ele levantou meu braço concertando a minha mira -Solte. -Leo disse e eu a soltei, era ótima a sençação, me sentia livre, com liberdade. Era aquele arco que eu queria. A flecha parou bem no meio. Eu e Leo treinamos mais algumas vezes até eu conseguir sozinha.
-Você já conversou com Quíron?-aí céus, me esqueci disto. Anelise tinha me pedido pra ir lá antes de ir treinar com Leo.
- É... Não. Me esqueci, tenho que ir lá. -falei apontado para trás e recuando, ele acenou e fiz o mesmo.
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-Charloe- Filha do Olimpo
RandomQuando situações ruins te cercam, muitas vezes você não tem escolha. Se os filhos dos deuses estão em perigo, as pessoas juradas de morte, e os própios deuses, aqueles encarregados por cada elemento, cada estação, sentimento, ou virtude, podem ser...