* A FUGA *

127 7 0
                                    

Já fazia quatro dias que eu estava no cativeiro. E agora, era a hora de colocar o plano em ação. Estes últimos poucos dias que eu passei com Jack nos aproximaram muito. Passávamos o dia e a noite toda conversando, ele me contou o que fazia antes de parar aqui, disse de suas namoradas, escola, exatamente tudo. E eu fiz o mesmo. Poderíamos fazer um livro contando da vida de cada um, ele parou no primeiro ano do ensino médio, e disse quando sair daqui iria terminar a escola. Eu ia fazer o mesmo. Então decidimos que talvez, faríamos juntos, só que eu ele estaria no segundo ano e eu n oo primeiro.
- Já é a hora!?
- Espera... - me levantei e fui até a janela. - Sim!
- Você começa? - Jack sugeriu.
- Vou tentar. - me ajoelhei perto da porta e coloquei o arame, eu mexia de lá e pra cá.
- E ai!?
- Impossível. Tenta você. - eu lancei o arame e ele também tentou.
Nós já tínhamos gastado uns trinta minutos, estava muito complicado. Tentamos varia vezes, múltiplas vezes e nada! Depois disso, tentamos outras coisas, como meu brinco. Ficamos parados pensando em algo, pronto, já tinham ido duas horas e agora faltavam quatro. Eu sei que era muito, mas qualquer tempo naquela situação era valioso, e poderia haver um imprevisto e o homem chegar mais cedo. Comecei a pensar enquanto Jack tentava. Acabei começando a analisar a fechadura, era muito grande para aquele pequeno pedaço de arame, não sei como Annabeth tinha conseguido.
- TOMA! Eu desisto! - ele lançou o arame mais uma vez, só que ele caiu em um vão.
- DROGA! NÃO. NÃO. NÃO.
- O que houve!?
- O arame, caiu aqui!!!
- Sério!?
- Claro neh!? Eu não estaria brincando nesta situação.
- Tenta pegar!!!
- Estou tentando! - Machuquei minha mão tentando pegar o arame dentro do buraco, mas tinha revestimento. - É impossível!
- Vamos Charloe. Eu sei que você consegue.
- Não dá.
- Merda!
- ESPERA. - eu me lembrei do meu sonho, do colar de Poseidon, ele tinha virado uma faca naquele dia, e se ele virasse uma chave também!? Toquei no colar - Chave.
- O que você está fazendo?
- Nada. Já te explico. Kay.
- Ei... O que você está fazendo!?
- Eu sonhei que este colar poderia virar qualquer coisa que eu pedisse. - Eu pensei em uma chave, e o colar se transformou, eu não precisava falar, era só pensar.
- Oh...
Coloquei a chave na fechadura, e comecei a gira-la. A porta deu um click e se abriu. Olhei pra Jack e vi o seu brilho no olho. Me ajoelhei e comecei a fazer o mesmo na dele Só que estava dura. Parece que meu pai não queria que ele fosse solto. Em minha cabeça ouvi uma voz dizer: - NÃO. NÃO! EU SOU SEU PAI, E DIGO PARA NÃO SOLTA-LO.
- Pai!!! Eu vou sair daqui com ele! - tentei abrir de novo e nada. Estava muito duro. - Se é assim. - pensei em uma faca, e coloquei em meu pescoço.
- Ou você me deixa sair com ele, ou ninguém sai e missão não é completa. - nada, ele poderia achar que eu estava blefando, mas eu não estava. Comecei a apertar a faca mais ainda contra o meu pescoço.
- Charloe não! - Jack se levantou gritando.
- Eu não estou blefando Apolo. Você tem cinco segundos pra me deixar abrir, ou se não, vai ter que procurar outro filho para a missão. - transformei a faca para chave novamente e encaixei na trava, ainda não conseguia girar. - 1... 2... 3... 4... 5... Péssima escolha. - comecei a cortar o meu pescoço, eu já tinha perdido muito sangue por conta do primeiro machucado, e estava sem comer, estava fraca, então logo cairia no chão.
- Pare! - de novo meu pai se manifestou. Deixei um leve sorriso tomar conta conta do meu rosto e coloquei a chave novamente na trava. E se, abriu.
- Obrigada.
Neste exato momento a outra fez barulho, o homem tinha chegado. Nos escondemos e o homem passou por nós sem mesmo perceber, voamos em direção ao lado de fora e logo a batemos. Antes de acompanhar Collin me assustei com os barulhos dos socos e chutes que vinham do lado de dentro.

- Charloe, vem...

- Des... Desculpa! - quando terminei de falar o colar se transformou de chave para sua forma normal novamente, o pingente quase caiu no chão, e o coloquei no pescoço. Comecei a andar, para acompanhar Collin. Não demorou muito e já estávamos adentrando a floresta, era fria, e a luz do sol mal ultrapassava, dava pra ver que era de dia, porém causava grandes sombras. O trajeto era difícil, principalmente porque Jack, estava quase correndo, parece que este tempo todo dentro daquele lugar, o limitou de muitas coisas, e isso tudo graças ao meu pai, ouvi comentários ( antes mesmo de saber que ele era meu pai) que ele era o Deus da beleza, nunca dúvidei disso. Mas juntos a estas falas, diziam o quão ele era bom, e compreensivo, mas aquilo... Não passava de baboseiras. E se ele não era capaz de perdoar alguém por uma falia eu suponho que não seria capaz de perdoa-lo por um erro proposital. Fiquei muito chateada por ver o quanto Jack estava mal, ele parecia uma criança solta em uma loja de brinquedos, seu sorrisos eram contínuos e seus olhos brilhavam, ele tocava em tudo o que via, e cheirava também, era uma ação meio estranha, mesmo sabendo o ele passou durante aquele tempo.
- Vem, Charloe!!! Anda mais rápido!
- Eu to andando, só que você está... AII! - Eu capotei, em meio aquilo tudo, cai de cara na neve, que saco! Tinha me esquecido o quão frio estava.
- Hahaha! Cuidado! - Collin disse me levantando.
- Eu... Eu... Acho que eu caí.
- Eu também. Ohh!!! - desta vez ele que caiu. Só que o imbecil não me soltou, e eu voei em sua direção, minha cabeça doeu mais ainda mesmo Jack amortecendo a minha queda.
- Collin!
- O que!? Aqui tá escorregadio! Foi mal, e você tá bem pescadinha viu!? E cuidado pra não encostar em mim.
- Vai a merda. - não pude de deixar de rir.
- Vamos com cuidado okay?
- Ta Bom. - ele me estendeu a mão, e eu fiz o mesmo. Aí! Tinha me esquecido que não podia toca-lo, desta vez o choque foi mais forte.
- E agora!? Onde vamos? - ainda estávamos dentro da floresta.
- Como eu vou saber, eu fiquei 3 anos preso lá dentro.
- Você não disse que tinha o plano do lado de fora?
- Sim. Disse, mas... Mas... Ah! Não sei.
- Vem, temos que ir sempre para o leste, vamos encontrar os garotos, se não me engano no caminho. Tomara.
- Ah é!? E como você quer chegar até lá!? Ir andando?
- Você está certo.
- Foster!
- An!? O que você disse?
- Foster.
- E o que quer dizer com 'Foster'?
- Você verá. - ele começou a associar. Tão alto que doía minha cabeça.
- O que você está fazendo Collin?
- Chamando o Foster.
- MAS QUEM É!?
- você verá!
Nós ainda andamos um tempo, e por fim, chegamos na ponta da floresta, havia um estrada, a rota 72, onde eu tinha sido pega, olhei para os dois lados a procura da lanchonete, e nada, parece que estávamos um pouco afastados.
- Você vem!?
- Ah... - ele já estava no outro lado, e eu sai correndo.
- Devia me esperar né!? - corri em sua direção.

-Charloe- Filha do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora