Quando situações ruins te cercam, muitas vezes você não tem escolha. Se os filhos dos deuses estão em perigo, as pessoas juradas de morte, e os própios deuses, aqueles encarregados por cada elemento, cada estação, sentimento, ou virtude, podem ser...
Já na entrada do cassino, uma brisa fria tomou conta do cenário totalmente. O inverno se aproximava cada vez mais, pelo canto do olho pude ver uma mecha que já estava totalmente alaranjada, e não demorei muito pra perceber a figura que estava na minha frente. Leo.
- A onde você vai?
- A... É... Eu estava indo no supermercado, aquele que estávamos.
- Sério? Posso ir também?
- NÃO. Quer dizer, queria ficar um tempo sozinha.
- Tá bom, se você prefere ir sozinha. - não conseguia entender sua expressão, a situação estava tão estranha, ele passou por mim de cabeça baixa.
Assim que iria dar meu primeiro passo, Leo me interrompeu:
- Charloe... Ninguém vai a um supermercado com uma mochila de roupas nas costas.
- Leo, eu... - não tive chance nem de explicar, ele se virou e bateu a porta com força, senti muita vontade de ir lá e explicar tudo, e o abraçá-lo mas eu não podia.
Depois de mais umas duas quadras andando e olhando para todos os lados, finalmente achei um ponto de ônibus, o veiculo não demorou muito para chegar, e logo entrei dentro dele. O frio continuava constante, sentia minha garganta secar a cada respirada, fiquei sozinha no meu assento até a metade da viajem, porém, uma melhor com fones de ouvido e um livro sentou-se ao meu lado. A fome já começava apontar, só que iria demorar muito para chegar no meu destino. Não queria puxar assunto com minha acompanhante, ela parecia concentrada. Me esqueci do tempo e recuperei um pouco do sono em que eu estava.
Logo após duas horas, que não pareciam ter fim, finalmente cheguei onde Leonardo havia me pedido para ir, era uma cidade bem próxima daquela em que eu estava, o céu estava o mais nublado possível, as nuvens pareciam estar em guerra, a ventania poderia levar qualquer um que se encontrasse com guarda chuva, aquilo tudo era muito estranho. Me sentia sozinha, mas livre, calma, porém atormentada. Na calçada, havia desenhos arredondados e linhas onduladas que se prolongavam em retas, formando uma figura indescritível. Sem fim e nem começo.
- Charloe Adams, presumo. - uma garota de olhos escuros, pele morena e cabelos cacheados me estendeu a mão.
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- Quem é você? - ignorei o comprimento.
- A sua mais nova companheira. - a garota sorriu. - Nádia, filha de Hefesto.
- É....
- Não vai dizer nada? Você é filha de quem? Hades não me disse.
- Você conversou com Hades?
- Sim. Ele nunca fez isso com você?
- Não.
- A....
- Sou filha de Apolo.
- Não parece. Filhos de Apolo costumam ter cabelos loiros, e não... Ruivos alaran... Jados.
