* As garotas da quadra de vôlei *

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Entrei dentro da sala calmamente, passo a passo, até me assustar com um dardo vindo em minha direção, eu abaixei a tempo dele não me acertar.
-Você é rápida! - um homem com barba diz pegando outro dardo e jogando, só que desta vez não era em minha direção.
-Quíron!? -perguntei, não queria puxar assunto, estava com pressa.
-Não. Dionísio -fiz uma referência, ele se espantou com a minha atitude - você é educada criança, não são todos que me tratam assim aqui!
-Por que eu não trataria você assim!? Você é um Deus! -disse soltando um sorriso nervoso!
-Faz bem criança, você está atrás de Quíron certo? Ele está na varanda! - agradeci e fui até a varanda e Quíron estava lá, me espantei, pois ele era metade cavalo da sua cintura para baixo.
-Oi, queria falar comigo? -falo quase sussurrando.
-Sim, Charloe Adans certo!? - assenti com a cabeça. E ele continua - você sabe por que está aqui?
- Não. Quer dizer... Não sei. Depende do que você está falando. Eu sei que meu pai é um Deus do Olímpo, e que eu sou uma semideusa.
-Bom... É um grande início, mas vamos ao que interessa, quando você chegou, quando você passou por aquela barragem despertou a ira de alguém muito poderoso, felizmente e infelizmente ele está morto. Ele se chama Cilo. Eu sei que você não deve fazer a mínima idéia de quem seja, mas ele é uma pessoa poderosa que roubou o arco-flecha de Cronos e o escondeu. Mas Cilo, morreu a muito tempo, e agora vive em tártaro, só que como ele esta morto não sabemos onde o arco está. E ele teme a cada vez que um filho de Deus chega aqui, pois tem medo que sejam filhos de Apolo. São os únicos que podem tocar no arco.
- E você acha que eu sou filha de Apolo?
-Eu não sei. Você é que tem que me responder, alguma tatuagem surgiu em você? -neguei, não queria mostrar a minha tatuagem a ele, não confiava nele, e ele continuou - então tá... Tome cuidado até saber de qual deus você é filha, você tem alguma pergunta!?
-Sim! -era a minha oportunidade de tirar as dúvidas, não ia desperdiçar - quanto tempo irei ficar aqui?
-É a sua casa agora. Não irá mais sair, é o único lugar seguro para você agora.
- Mas e minha mãe!? Não a verei mais? Levantei a voz desesperadamente
- Verá, mas não em frequência. Espero que não ligue, direi quando a oportunidade de vê-la aparecer. E ela está bem, eu garanto, quando Nico te levou em casa pediu pra ela ir. Sumir do mapa.
- Por que me contou a história do arco-flecha de Cronos? -mudei de assunto, meu coração se apertou quando ele disse "sumir do mapa", segurei o choro.
- Por que se você for filha de Apolo, começará a sonhar, os pesadelos serão amedrontuosos, e quando a missão chegar, se ela vier para você, não a fará. Por medo.
- Eu não terei, mas como você tem tanta certeza disso? -ele fez uma expressão de medo parece que não queria responder a minha pergunta, e foi neste exato momento em que a concha tocou -
-Você deve ir ao refeitório, agora. Não perca tempo -ele saiu da sala trotando, e eu logo atrás. Ao passar pela porta, ouço alguém me chamar, era Dionísio:
- Prazer em te conhecer bela criança - disse sorrindo, e eu fiz uma referência saindo da sala após dizer "o prazer é todo meu".
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Ao chegar no pavilhão, vejo várias mesas de pedra, e em cima delas desenhos, como uma coruja, um lobo, uma borboleta, um cavalo marinho, um javali, uma tartaruga e muitos outros, estas imagens feitas de azulejos davam para ser vista logo na entrada, já que o refeitório ficava uns sete degraus abaixo do acampamento acho que esta era a intenção, mostrar os desenhos das grandes mesas. Eu não sabia em qual mesa sentar, não tinha sido reclamada! Procurei por Nico, não estava, mas resolvi descer mesmo assim. Até avistar Elise, Annabeth tinha me dito que ela era irmã de Nico, acho que ela devia saber onde ele estava. Fui até ela.
- Oi Elise, desculpa o incômodo, mas você viu o seu irmão?
- Não, ele não está no acampamento. Acabou de sair para buscar outro semideus. -ela me ignorou com olhar completamente
- E Leo, você o viu?
- O que você quer com o Leo? -ela finalmente me olhou dentro dos olhos
- Ah... Eu não quero nada com seu namorado, não se preocupe, é que eu não conheço todos e eles são um dos poucos dos meus amigos aqui. - o seu olhar de ódio se transformou para brilhante, parece que tinha gostado de eu falar que os dois eram namorados.
- Ah entendo. Bom... Eu vou pra minha mesa agora, só que lá não tem nada de tão legal, Annabeth está logo ali - me despedi e fui a Annie ( resolvi chama-la assim também, parecia que era o seu apelido aqui).
- Oi Annie, tudo bem!? Me ajuda em algo? Onde eu posso me sentar?
- Oi Loe! Senta aqui, as meninas não se importam, se importam garotas? -elas negaram com a cabeça, acho que eu tinha um novo apelido também - vamos peça algo!
-Como assim? -Ergui as sombrancelhas
- Pense no que você quer comer e jogue o resto na fogueira. - fiz o que ela disse, pensei um prato de salada com arroz e um suco de goiaba, comi e joguei o resto na fogueira, depois voltamos a nossas atividades normais.
Fui a quadra de vôlei, as filhas de Afrodite jogavam, no lado direito da quadra as garotas usavam blusas brancas e short-saias rosas, no outro lado o mesmo visual, só que com as blusas de cores verdes. Queria jogar, fui até o banco das meninas que estavam de fora, o visual era totalmente diferente, não havia nada de rosa, eram short-saias pretos, e blusas azuis, me chamou atenção. E eu fui até uma garota de cabelos pretos e olhos verdes-marinho, mais bonito do que os de Percy:
- Ei posso participar?
- Parece que nós não vamos jogar hoje, elas não querem sair! Eu sou Abell, filha de Poseidon, e você?
- Charloe, não fui reclamada. Elas são metidas quanto aparentam ser!? -ela disse que sim com a cabeça, e disse que era meio que impossível de tirar elas de lá, já que tinham o apoio dos filhos de Apolo. Os garotos mais bonitos do acampamento. - vamos tentar! - quando a bola caiu no chão, as interrompi.
- Posso jogar?
- Não tem lugar não sabe contar? - eu não sou destas garotas que caçam brigas, mas elas meio que me zuaram e os garotos filhos de Apolo riram, isso não ia ficar assim -
- Na verdade sei contar sim... Eu contei cinco no outro time, elas jogam bem, todas elas, mas neste aqui vi que são quatro!
- O que você está querendo insinuar com isso? - ela colocou a bola de baixo dos seus braços e chegou mais perto de mim.
- Depois eu que sou a burra da história, quis dizer que você não joga, e que até um javali ganha de você. - as garotas do time da Abell começaram a rir, e os de Apolo mais ainda.
- Qual é seu problema!? Não ligo pra sua opinião, e não vou parar de jogar. - percebi que eu estava sendo burra, e que eu ia jogar certo desta vez, quando era pequena vivia ouvindo que os espertos se fazem de tolos para vencerem os "inimigos" e eu ia fazer o mesmo.
- Você está certa, não ligue para a minha opinião. Mas poderia muito bem nos deixar jogar! - ela me ignorou por completo, e sacou a bola, caiu no meu jogo. Iria tira-las de lá. E isso começaria ao pedir ajuda de Dionísio.





-Charloe- Filha do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora