- Não vai dar certo, Harry. Olha pra nós. Nunca deu e nunca dará. - disse cansada
- A gente pode tentar de novo. Olha até onde chegamos. - ele me dizia chateado
- Pra você parece fácil, mas pra mim não é. - disse olhando para baixo, não queria olhá...
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Os dias tem passado bem rápidos, mesmo que nossa equipe esteja se mantendo três dias em cada cidade, não há tempo para perder. Finalmente estamos indo para Londres, estou com um sentimento bom. Claro que as chances de encontrar Harry naquele lugar são mínimas, mas eu sinto que ele estará e quero continuar pensando assim.
— Você esta bem animada, hein Lizz? — Albert diz notando o meu nervosismo ao sair do avião
— Sim, estava louca para desembarcar logo. Você sabe né, altura não é muito a minha praia! — digo disfarçando
— A verdade é que ela estava louca para vir a Londres. — Louise completa, ela já sabia de tudo
— Por que? Tem alguém especial aqui? — Albert parece perdido no assunto
— É o lugar. Sempre quis vim aqui para conhecer. — digo sem graça, óbvio que minha ansiedade era para poder tentar procurar alguém, Harry, para ser específica, mas revelar para Albert não seria muito profissional, já que esta viagem é a trabalho.
— Porque não disse logo, Lizz. Quando o trabalho acabar podemos dar umas voltas por aqui. — Albert diz gentilmente e em seguida olha para Louise — Conheço um lugar ótimo para nós jantarmos.
— Adoraria conhecer! — Louise lança um olhar sedutor para Albert
— Ai gente! Para, eu estou aqui. Deixem a melação para depois. — digo cortando o clima deles que riem, mas continuam indo em direção ao corredor até conseguirmos sair e achar um táxi.
Depois de nos hospedarmos, fomos logo para o local do evento para encontrar com alguns colaboradores. Acertamos todos os detalhes e estávamos muito cansados, mas com a consciência de que tudo estaria pronto para de noite.
[...]
Mais um desfile concluído com sucesso. Faltavam apenas mais três para encerrarmos essa fase de promover os looks que a agencia de Albert haviam criado com os designers da minha irmã. Para minha sorte, todos seriam aqui em Londres, o que nos dariam dias aqui, facilitando mais para que pudesse me encontrar com Harry. Pensei em ligar para ele, mas tive medo que fazendo isso ele não atendesse ou arrumasse um jeito para que eu não o encontrasse.
— Lizz, não é querendo te decepcionar, mas você não pode sair pelas ruas de um lugar que você nem conhece para procurar um cara. – Lou dizia delicadamente
— Não é só um cara, Lou. É o Harry. Eu sinto que vou achá-lo.
— Esta bem, mas você não vai sair por ai sozinha. Já é tarde também, então fique aqui no quarto. Vou sair com Albert. — ela me avisou e se foi, provavelmente eles irão jantar juntos, o que realmente não me interessa.
Permaneço no quarto ajustando algumas coisas sobre o trabalho que tenho feito nessa viagem. Depois que termino, me aproximo da janela do quarto. A visão é linda, já são 21h aqui e o céu está num tom azul marinho coberto por estrelas. Luzes se podem ver por toda a cidade. Esse é exatamente o tipo de visão que imaginei ter caso viesse a conhecer este lugar. O sono vem, seguido pelo cansaço e a satisfação de mais um dia ter chegado ao fim. Fecho as cortinas, me deito na cama e coloco os fones de ouvido. E ali, ao som de All Of The Stars do Ed Sheeran eu adormeço.
[...]
— Olha ali, Lizz — Lou me mostra uma loja cheia de coisas antigas. Estamos no centro de Londres, eu, Louise e Albert viemos comprar algumas coisinhas para comer e aproveitamos para conhecer mais sobre o lugar.
— Amo lojas assim. — realmente eu amo coisas antigas, sei lá, é como se fossem as marcas de outro alguém que esteve ali, deixadas para nos trazer uma mensagem. Não me julguem, meu jeito é estranho assim mesmo!
— Vamos dar uma olhada, vai que tem algo do nosso interesse. — Albert é um ótimo cunhado, porque para ele não basta fazer apenas Lou feliz, ele quer que todos estejam felizes.
Entramos e olhamos algumas coisas. Louise escolheu um toca fitas pequeno, ela disse que desde pequena sempre quis um daquele. Albert também pegou algumas coisinhas antigas e eu apenas fiquei com uma caixinha de músicas, daquelas que quando se abrem tocam uma música tranquila e uma bailarina se dispara a dançar até que a caixa seja fechada.
Saímos dali satisfeitos com o que havíamos comprado, aliás isso seria até um meio de lembrarmos que estivemos nesta cidade. Depois de comermos, fomos para um ponto de táxi. Louise e Albert ficaram se beijando e cochichando, sem se importarem com a minha presença. Então para disfarçar o fato que eu estava de vela, coloquei meus fones mais uma vez e deixei a música fluir. Continuei olhando para os lados ignorando o casalzinho do meu lado. E foi nesse momento que o vi. Uma eletricidade percorreu por todo o meu corpo. Nossos olhos se cruzaram e eu sabia que ele também me via, assim como eu tinha certeza que estava o vendo do outro lado da rua. O táxi chegou, impossibilitando com que eu atravessasse a rua e fosse de encontro a quem eu tanto procurava.
— Lizz? Vem!! — Louise me puxou para dentro do táxi, me tirando do transi. — O que deu em você? Quase perdemos o táxi e outra pessoa.. — ela percebe que eu não estava prestando atenção e começa a estralar os dedos na frente do meu rosto — Lizz? Você tá ai? Parece que viu um fantasma!
— Eu o vi, Lou. Era ele. — eu dizia sem acreditar no que tinha realmente visto e mal podia conter minha respiração desesperada
— Viu quem? — ela ficou confusa e Albert pareceu assustado com a forma que eu estava agindo
— Harry, Lou. – dei uma pause para processar tudo que estava dizendo — Eu vi o Harry!
