- Não vai dar certo, Harry. Olha pra nós. Nunca deu e nunca dará. - disse cansada
- A gente pode tentar de novo. Olha até onde chegamos. - ele me dizia chateado
- Pra você parece fácil, mas pra mim não é. - disse olhando para baixo, não queria olhá...
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Estou cansada e com muito sono, a noite não foi tão longa como esperava. Ontem foi bem desgastante e se eu soubesse que o Harry iria ficar enchendo o saco querendo meu número hoje, eu nem teria aceitado aquela carona ou poderia ter evitado dele ter pedido. Vocês estão entendendo? Não? Então vou explicar o que está acontecendo.
– Bom dia, Peter. – cumprimentei – Oi Viollet. – chego no trabalho com o mesmo jeito de sempre
– Oi, bom dia. – diz Peter e logo acrescenta – Se apresse, já temos cliente! – ele olha animado
Não podia ser, novamente aquele garoto estava ali. Quando olhei para Harry ele fez questão de mandar um tchauzinho e um sorriso debochado. "O que eu fiz de errado pra merecer isso?", pensei. "Não seja idiota, Lizz. Ele até é gato.", opaaaaa. Se concentra garota, foco!
– Bom dia, o que deseja? – me esforcei
– Seu número de telefone. – ele retrucou rindo
– Só servimos café, senhor. – disse mantendo a educação
– Então quero um café e o seu número.
– Você não percebe que estou no horário de trabalho – cochichei – Para com isso, por favor!
– Você não percebe que quero seu número – Harry cochichou de volta – Me dê, por favor – e riu
– Eu não acredito. Com licença. – sai dali indo pra cozinha – Viollet, atende aquele cantorzinho, eu não aguento mais. Ele é irritante.
– Atendo, mas calma ai Lizz. Você tinha que agradecer que pessoas como ele vem até aqui. Acho que nunca sairei desse fim de mundo. – lamentou. O sonho de Viollet era viajar o mundo, eu também tinha essa vontade, mas não como um grande sonho igual a ela.
– Tá, agora vai lá. Antes que o Peter nos xingue. – empurrei e ela foi ate ele. Fiquei do balcão observando. Viollet ria e Harry ria de volta. Ela até o abraçou, "Só eu não me simpatizo com caras assim? Devo ser alguma diferentona da vida ou ter algum problema.", meus pensamentos sempre me ajudam, nossa! Continuei olhando e depois de abraço, conversas e risadinhas e até foto, Viollet voltou. – Então, ele pediu algo? – perguntei curiosa
– Sim, um café e tostadas. – ela disse passando o pedido pra cozinha
– Ah sim, viu era comigo o problema. E você pediu pra tirar foto com ele? – debochei
– Sim, mas só pedi porque ele pediu seu número. Então fiz uma troca. Ele ficava com o número e eu com a foto. – ela dizia iluminada
– O QUE? – gritei – Você deu meu número a ele? Viollet, por que?
– Deixa de ser retardada, Lizz. O cara é rico, famoso e bonito. Ta querendo seu número, é claro que você tem que dar. Até quando você vai ser idiota assim e se proteger com essa casca de "sou uma menina solitária, não preciso de ninguém, me deixem", se liga. Já parou pra pensar que isso pode ser uma oportunidade pra os seus sonhos se realizarem. Agora para de reclamar e agradeça, ué. – esqueci de mencionar que Viollet tem paciência curta, um dos motivos por não sermos tão amigas, porque ela não gosta do meu jeito. Tudo bem, eu precisava ouvir isso, mas foi cruel.
Continuei o meu trabalho com as palavras de Viollet vagando pelo meu pensamento. Ela estava certa, eu deveria ver mais o lado bom das coisas e parar de me esconder tanto. Continuei limpando o balcão até que Harry veio ate mim.
–Posso ajudar? – falei
– Vim pagar. Aqui – entregou o dinheiro – fica com o troco.
– Obrigado. – se eu não estivesse tão chateada pelo que Viollet disse, eu teria imediatamente falado que não precisava do dinheiro dele e que ele iria levar o troco com ele, mas eu não me permitir fazer esse showzinho e apenas agradeci
– Ahm.. sem xingamento ou tirada final? – ele provocou
– Não. Obrigada. Volte sempre. – disse olhando séria
– Okay. Te ligo depois. – ele piscou e se foi.
[...]
Eu não quero mudar, gosto de ser assim. "Assim como? Grossa?", não sou grossa, eu juro. Como Viollet disse, é apenas uma proteção pra que não me machuquem. Eu sou uma pessoa carinhosa, amável, prestativa e tenho sonhos como qualquer outra, mas só demonstro com quem merece. Todos deveríamos ser assim, protetores dos nossos sentimentos. O mundo é cruel, as pessoa são cruéis, e não sabemos o que elas realmente querem de nós. Eu não vou mudar, nem deveria tentar. Só preciso aprender a não tratar as pessoas de uma forma que pareça grosseria. – meu celular vibra com toque de mensagem, é um numero desconhecido então leio a mensagem.
[Harry's Messeger]:
"Oi, boa noite. Sou eu, Harry. Sua amiga foi bem legal me dando seu número, já agradeci a ela, mas agradeça novamente por mim. Acabei de deixar uma coisa na sua porta. Espero que goste. Mande um beijo a sua irmã haha brincadeira. Ate logo xx ;) "
Primeiro, Viollet não é minha amiga. Segundo, não agradecerei nada. Terceiro, o que será? Saio correndo até a porta, e vejo um embrulho pequeno na escadinha da entrada. Abro. É um colar dourado com uma pedra linda. Até que ele tem bom gosto pra escolher as coisas.
[Harry's Messeger]:
"Gostou?"
Resolvi responder.
[Elizabeth's Messeger]:
"Talvez. Como sabe que já vi o presente?"
[Harry's Messeger]:
"Porque estou por perto, e daqui vi seu sorriso."
Por perto? Procurei, mas não vi nenhum carro ou pessoa.
[Harry's Messeger]:
"Não procure! Haha"
"Já que gostou, boa noite."
[Elizabeth's Messeger]:
"Não estou procurando u.u"
"Boa noite, obrigada."
Tá, Okay. Eu não disse na mensagem, mas sim, eu gostei do presente. Não esperava isso dele, mas não quer dizer que meu conceito sobre ele mudou. Me comprar com presentes não funciona. Mas talvez eu mude de ideia e agradeça a Viollet, mas não por ele e sim, por mim.