- Não vai dar certo, Harry. Olha pra nós. Nunca deu e nunca dará. - disse cansada
- A gente pode tentar de novo. Olha até onde chegamos. - ele me dizia chateado
- Pra você parece fácil, mas pra mim não é. - disse olhando para baixo, não queria olhá...
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— Está tudo bem. Tanto com você, quanto com bebê. - O médico fala ao terminar de observar o ultrassom
— Já dá para saber de quantas semanas o feto está? - Louise pergunta curiosa
— Sim. Duas semanas. - O médico diz satisfeito. — Vou passar algumas vitaminas para você, Elizabeth. Está bem abatida e abaixo do peso, e isso não é bom para uma gestante.
— Sim, senhor. - Falo desanimada enquanto o Médico faz um relatório e descreve o que preciso comer.
Louise me trouxe em uma clínica para fazer exames. Afinal, não se deve confiar em testes de farmácia. Porém, o resultado continua o mesmo. Estou grávida de duas semanas. Mesmo que eu não demonstre importar com essa criança e ignorar todos os meus problemas, já quero saber o sexo e quero amá-la e protegê-la. Tentarei fazer tudo que posso e manterei Harry o mais longe possível de nossas vidas.
[...]
— Você tem certeza que não vai contar para ele? - Louise pergunta
— Sim. Ele não merece essa criança. Não depois de tudo que me fez passar. - Bebo um gole de chá verde, que o médico receitou.
— Mas a criança merece saber que tem um pai, Lizz. Pensa bem.
— Já tomei minha decisão. - Continuo teimando e sei que Lou ainda não concorda comigo, mas essa decisão não cabe a ela, e sim, a mim. Minha vida que está em jogo e eu não irei sofrer novamente por causa de um idiota chamadoHarry Styles.
Voltamos para o apartamento. Está tudo calmo hoje, quando Louise está comigo, meus problemas somem e consigo finalmente respirar. Relaxo meu corpo no sofá, enquanto o delicioso cheiro de alho e orégano vem da cozinha. Louise está fazendo o jantar.
Fico pensando o que, será da minha vida daqui para frente. Será que terei um novo emprego? Será que me apaixonarei de novo? E se eu me apaixonar outra vez, será que essa pessoa amará tanto o meu filho quanto eu?
Às vezes, sinto que tudo está perdido. Porém, sei que próximo a mim existem pessoas que querem meu bem e será próximo dessas pessoas que eu recomeçarei. Algo dentro de mim mudou, e eu não quero mais ficar aqui alimentando um sentimento de dor, que me causa tristeza e solidão. Quero viver o novo. Quero cuidar dessa criança e cuidar de mim, me amar e amá-la. Sabendo que independente de qualquer decisão que eu tomei, agora estou seguindo o caminho certo.
Eu me enganei em dizer que a vida é uma baita porcaria, não existem vidas ruins ou vidas boas, apenas vidas comuns, as decisões que tomamos é que define os caminhos e as coisas que irão acontecer conosco. E agora, mesmo que eu resolva não contar ao Harry que eu estou grávida, sei que estou fazendo o melhor para mim e para essa criança.
Não digo isso por ódio, mágoa ou tristeza, Harry é muito ocupado para ser pai, ele tem uma carreira e uma vida muito diferente do que estou acostumada. Não quero que essa criança seja frustrada como eu fui, com esperança de ter um pai que não dará a atenção que ela mereça. Muito menos, que ela viva no meio das brigas entre mim e Harry.
Duas semanas mais tarde...
— Está linda, minha querida! – Minha mãe diz enquanto ajusto o vestido de dama de honra. Sabia que em algumas semanas a barriga daria uma crescida, mas mesmo com um pequeno volume, o vestido que Louise escolheu para mim ficou ótimo.
Estou em Holmes Chapel para participar do casamento de Louise e Albert. Cada dia que se passa estou me acostumando com a ideia de ser "mamãe" e Louise está super animada em ser tia. Meus pais tiveram uma reação bem negativa quanto a situação, porém, decidiram me apoiar em tudo que precisar, inclusive sugeriram que eu voltasse para Holmes Chapel, mas ainda não pensei sobre isso. Quero pensar bem antes de tomar mais uma decisão radical. Eles também prometeram guardar esse segredo de qualquer um que perguntasse, não só pela privacidade da minha vida, mas pela deles e do bebê.
— Onde está Louise? – Pergunto. Estou um pouco ansiosa, não vou mentir.
— Está terminando de se vestir. Você precisa ver como está ficando linda. As minhas duas filhas são lindas. Que orgulho. – Minha mãe acordou radiante hoje e tudo "está lindo" para ela. Dou uma risada.
— Vou falar com ela. Já volto. – Saio.
Ao entrar no quarto onde Louise está se arrumando, me surpreendo. Ela está de pé, em frente ao espelho, ajeitando mechas soltas do cabelo. Já está vestida com um lindo vestido, no qual Albert mesmo havia desenhado. Ao me ver, ela sorri e percebo que ela está nervosa e animada.
— Está pronta? – Pergunto sorrindo
— Quase. Estou nervosa. Olha. – Ela segura minhas mãos e vejo que ela está tremendo — Vou passar mal. – Louise dá um sorriso forçado
— Não vai, não. Tudo dará certo. E você está linda. Acho que Albert é quem passará mal. – Dou uma risada
— Será? – Ela ri forçado e cada vez mais percebo seu nervosismo. — Obrigada por estar aqui, Lizz. E você ficou ótima nessa roupa.
— Obrigada. Dá para notar a barriguinha? – Falo virando de lado e alisando a barriga
— Ainda não. Está linda. Cadê a mamãe? – Louise pergunta
— Está lá fora, conversando com os convidados.
— Ah sim, o Albert está lá?
— Sim.
— Pode chamar ele, por favor. Preciso conversar com ele antes disso. Se não vou ter um ataque. – Ela sorri
— Okay. Boa sorte. – Dou-lhe um abraço e me retiro.
Vejo Albert conversando com seus parentes e o chamo.
[...]
As madrinhas estão posicionadas, Albert está em seu devido lugar. As famílias também preenchem todo espaço do altar. As damas de honra estão prontas para entrar, e atrás de mim, nervosa e tremendo, está Louise. Ela respirar ofegante tentando se controlar. Dou risada com isso. Fico imaginando se fosse o meu casamento, se estaria tão nervosa quanto ela.
A música para as damas de honra entrarem começa a tocar. Suavemente uma a uma vai entrando, lançando flores por todo tapete beije que se estende pelo caminho. Louise e Albert escolheram uma igreja com a aparência de um castelo antigo, muito bonita por sinal. Há flores por todos os lados e a medida em que entramos, os convidados vão se levantando. Tento não correr os olhos para os lados, para evitar o nervosismo, mas é impossível não olhar quando um homem de topete bem feito e cabelos escuros, com um terno azul marinho me encara. Já o vi em algum lugar. "Lembre-se, Lizz." Ele me encara e sorri, desvio o olhar. Sigo olhando para frente até chegar ao altar, lá me posiciono com as outras e olho novamente para o homem, que continua a me encarar. Disfarçadamente, ele me dá um tchauzinho e lembro imediatamente de onde o conheço.
— Perdeu alguma coisa, cara? – Harry diz
— Desculpe-me? – O rapaz parece não entender
— Você perdeu alguma coisa? – Harry repete e nisso todos já estão com os olhos fixados nos dois
— Não que eu saiba. – O sujeito dá um meio sorriso
— Então pare de encarar minha namorada, está nos incomodando.
— Não parece incomodar ela - ele olha para mim novamente e sorri.
O cara do restaurante. Aquele sorriso debochado eu reconheceria em qualquer lugar. Saio dos meus pensamentos quando a marcha nupcial começa a tocar e vejo Louise sorrindo na porta da igreja. Fico nervosa por ela.
