- Não vai dar certo, Harry. Olha pra nós. Nunca deu e nunca dará. - disse cansada
- A gente pode tentar de novo. Olha até onde chegamos. - ele me dizia chateado
- Pra você parece fácil, mas pra mim não é. - disse olhando para baixo, não queria olhá...
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Eu nunca gostei tanto de uma garota como gosto de Elizabeth. Confesso que quando a vi pela primeira vez me apaixonei. Tudo nela era lindo. Desde os seus olhos esverdeados, até o seu sorriso e as maçãs do seu rosto. Lembro-me de sentir inveja daquele cara que estava ao seu lado. Será que por algum instante ele percebeu que ela era tão bonita? Ou talvez percebesse que os seus olhos transmitiam os sentimentos mais puros?
Eu não sei. Provavelmente sim. Afinal Harry Styles sempre implorou para Elizabeth voltar. O que eu estava achando estranho era que depois de setes meses, finalmente ele não a incomodara mais, muito menos ela mencionara o seu nome. Será que eles haviam se entendido? Ou estavam apenas fingindo que um ao outro não existiam?
Eu e Lizz nunca sentamos para falarmos a respeito disso. Apenas conversamos sobre o tempo, sobre o bebê, sobre as nossas famílias. Não queria que o momento em que ela estivesse ao meu lado ficasse pensando em outro. Por isso nunca falamos sobre o Harry.
Eu sabia que o que eu sentia por ela não era o mesmo que ela sentia por mim, mas eu sentia necessidade de estar ao seu lado. Sentia que queria protegê-la e amá-la. Sentia que qualquer medo que ela sentisse poderia desaparecer com a minha presença. Graças a Deus eu estava certo. Depois de tanto conversar comigo finalmente ela resolveu me dar uma chance de construirmos uma vida juntos. Sabia que o que ela estava fazendo era apenas montando uma família para sua filha, ela não queria que a criança nascesse sem pai mesmo, mesmo que a decisão de não contar ao Harry sobre estar grávida fosse dela. Talvez ela pensasse que eu fosse um pai melhor.
[...]
Hoje é sábado e Lizz adora os sábados. O dia está claro e o sol brilha. Está um dia perfeito para pedir a mão dela em noivado. Sinto um pouco de medo, sei que posso receber um não, mas não custa nada tentar. Faria algo especial, aliás ela merece coisas especiais. E com essa decisão espero ser tão especial para ela quanto ela é para mim.
— Trouxe uma coisa para você. - Digo entrando na cozinha
— Oi, querido. Para mim? - Ela me beija no rosto e olha para a sacola
— Sim. Trouxe ingredientes para fazer brigadeiro. - Ponho a sacola no balcão
— Hmmm adoro. Vou preparar. - Ela vira de costas e vai até o fogão.
Elizabeth estava linda. Usavam um roupão de seda branco, bem justo que realçava a volta da sua barriga. Seu cabelo estava levemente bagunçado e ela tinha um rosto limpo como se tivesse acabado de acordar. Não consegui me controlar e abracei por trás e envolvi sua barriga. Formaríamos uma ótima família.
— Desse jeito não vou conseguir me concentrar para fazer o brigadeiro! - Ela fala brincalhona, soltando risadinhas.
— Nossa! Você viu? Ela chutou. - Falei depois de sentir um empurrão enquanto pousava minha mão na barriga de Lizz.
— Sim, eu senti. Ou ela gosta muito de você ou ela quer que você saia de perto de mim. - Ela disse ainda com tom irônico.
— Bom, eu suponho que não poderei sair de perto de você. - Falo em seu ouvido — O que você quer, hein? - Lizz diz dengosa e se vira para me encarar.
Não podia perder aquele momento. Tirei do meu bolso a caixinha de alianças, levemente me ajoelhei segurando a sua mão. Quando olhei seus olhos eles pareciam confusos. Talvez aquilo não fosse o que ela queria, mas eu precisava tentar.
— Elizabeth, você quer casar comigo? - Pedi calmamente e temi o que ela poderia dizer. Não sei se era porque eu estava tão nervoso, mas senti que demorou um pouco para que ela falasse a resposta.
— Sim! - Ela sorriu e em seguida me abraçou.
— Eu até levantaria você e te rodaria no ar, mas você está meio pesadinha. - Brinquei e ela me deu tapinhas
— Idiota! - Ela ri. Aquele momento poderia durar para sempre se não fosse a campainha. — Vou atender. Olha a panela para não queimar o doce.
Me distraio em pensamentos. Dou mais algumas mexidas no doce e desligo.
— O que você faz aqui? - Ouço a voz de Lizz falhar e vou até a sala ver o que se trata.
Aquilo não poderia estar acontecendo. O que ele fazia aqui? Não hoje. Não no nosso momento.
