Capítulo 2

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_ De-desculpa. - Gaguejei. - Eu não trabalho aqui.

_ A sim, pode me dar licença para eu pegar um café?

_ Claro, desculpa. - Dei um passo para o lado dando espaço para ela passar.

_ Eu estou procurando Thalia Silva, você conhece? - Pegou o café.

_ Sim, ela está na sala que está escrito na porta: Thalia Silva. - Dei um sorriso sínico.

_ Sério? Muito obrigada pela informação. – Disse sarcástica.

_ De nada querida.

Ana ia saindo mas esbarrou em mim fazendo o café cair em minha blusa.

_ Não estou acreditando nisso.

_ Desculpa. - Segurou o riso.

_ Desculpa? E agora?

_ E agora que você vai ter que trocar de blusa.

_ Que blusa querida?

_ A sei lá, só sei que eu tenho uma entrevista agora. - Se virou e saiu.

_ Mais idiota impossível.

_ Obrigada.

Minha blusa estava simplesmente encharcada de café, e ela nem mesmo para me ajudar. Corri no meu carro e peguei uma blusa que tinha alí, ainda bem que sempre tenho uma roupinha reserva. Entrei e fui acompanhar a entrevista. Depois de algumas perguntas Thalia se soltou mais e não parecia tão nervosa. Sempre aquelas perguntas de sempre, carreira, amigos e coração. Eu estava sentada perto da porta e assim que Thalia encerrou a entrevista a Ana passou por mim.

_ Tchau bonitinha. - Sorriu.

_ Tomara que queime no café fervente.

_ Ela é muito simpática, acho que mandei bem. - Revirei os olhos.

_ Simpática? Ela me deu um banho de café e ainda riu de mim.

_ Ela é linda e ainda foi super legal comigo. – Ela estava no mundo da Lua.

_ Com você né.

_ Huhum. - Continuou olhando para o nada.

_ Eu vou pra casa porque conversar com você agora não tem condições. - Me levantei e deixei ela falando sozinha.

Peguei minha bolsa e sai de lá em rumo ao meu apartamento. Cheguei e coloquei minha blusa de molho.

Minha blusa preferida.

Tomei um banho e fui para cozinha fazer alguma coisa para comer, ninguém estava em casa. Fiz um macarrão mesmo e fui me deitar.

(Outro dia)

Fui acordada pela minha mãe dizendo que eu tinha um telefonema, levantei me arrastando e peguei o telefone.

Ligação On

_ Alô

_ Olá, aqui é da corretora e nós achamos um apartamento com as suas especificações, você quer ir dar uma olhada?

_ Sim, só marcar.

_ Pode ser hoje à tarde? Umas 14 horas.

_ Ta ok, envia o endereço pro meu e-mail.

_ Sim senhora, eu estarei esperando você lá.

~~~Ligação Off~~~

_ Era da corretora, vou ver um apartamento hoje à tarde.

_ Tem certeza meu amor? Eu gosto tanto de você aqui.

Mãe sendo mãe.

_ Já está na hora de eu ter meu apê né mãe, minha própria vida.

_ Você pode ter sua própria vida aqui dentro. - Eu ri.

_ Eu já cresci mãe, aceite.

_ Não aceito não.

Voltei para o meu quarto e troquei de roupa, tomei meu café e acordei Maria. Me joguei no sofá e fiquei assistindo TV. Quando deu 12:00 minha mãe chamou para o almoço, almoçamos e eu fui tomar um banho, coloquei uma calça jeans, tênis e uma blusa de botão, peguei minhas chaves e dei uma olhada no computador para pegar o endereço.

Cheguei e era um apartamento bem bonito no Leblon, entrei e estacionei, fui para o prédio e a entrada era muito bonita, chamei o elevador e logo chegou, entrei e a porta ia fechando até uma mão aparecer e impedir, a porta abriu e eu não podia acreditar nisso, aqueles cabelos eram irreconhecíveis, ruivos.

_ Você de novo não!

_ Você? Droga, não tenho café aqui.

_ Ha há, que engraçado. – Disse sarcástica.

_ Você é muito marrenta.

_ E você adora me jogar café.

_ Vamos dizer que você tem um belo par de seios que ficam mais bonitos com café.

_ Ainda por cima é inconveniente, a italiana vai dar na sua cara, e não é uma má ideia.

_ Então você pesquisou sobre mim né.

_ Nossa como que você consegue ser tão irritante? Thalia é a minha melhor amiga e se você não sabe para ela fazer uma boa entrevista faz um levantamento da sua vida.

_ A sim, gosto de mulheres marrentas.

_ A vai te... - fui interrompida pela porta do elevador abrindo, saí e Ana veio atrás. - Agora vai me perseguir?

_ Minha irmã mora aqui, nesse prédio e nesse andar.

Sai andando e nem dei atenção mais pra Ana, a corretora estava me esperando na porta, entramos e ela ficou me mostrando o apartamento, que no caso me agradou muito e era exatamente o que eu estava procurando, apesar do preço bem salgado já que é no Leblon, vale a pena o dinheiro gasto. Fechei o negócio. A corretora teve que ir embora, mas eu pedi para ficar um pouco, fiquei um tempo só olhando a paisagem, aposto que a noite deve ser linda, peguei minhas coisas e sai, tranquei a porta e dei de cara com a Ana apoiada na parede com um óculos maior que a cara e claro com aqueles cabelos irritantemente esvoaçantes.

_ Estava te esperando.

_ Ah sério, agora você está me perseguindo.

_ Nós começamos com o pé errado.

_ Com a mão né, você me tacou café.

_ Meu deus esquece o café foi sem querer.

_ Sei...

_ Você pode ir tomar um café comigo? Agora?

_ Café? Nem a pau, daqui a pouco você me afoga nele.

_ Ta bom café não, comer um pão de queijo. - Disse com sotaque mineiro.

_ Ta bom. – Disse relutante.

_ Então vamos. – Ela chamou o elevador.

O elevador chegou e nós entramos, me apoiei na parede e fiquei olhando o celular, um barulho estranho começou a ecoar e a luz piscar de repente o elevador parou, a única reação que eu tive foi abraçar Ana o mais forte que consegui.

Eu Sei Que Vou Te Amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora