Capítulo 14

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A minha situação no momento se define, difícil, muito difícil, eu não sei mais o que eu estou pensando ou sentindo, aliás, não difícil e sim confusa, daqui a pouco minha mente explode por culpa da Ana. Estaria eu gostando da Ana? Não, óbvio que não, impossível.

Quando a Ana saiu eu fui encontrar a equipe para almoçar em um restaurante ali perto. Voltamos para o colégio e Ana estava rodeada por um bando de meninas que pareciam ser um pouco mais novas que eu, elas pareciam entregar um papel com alguma coisa escrita e Ana parecia animada.

_ Estão te chamando pra gravar Ana.

_ Ta bom, já vou. - piscou para as meninas.

Voltamos a gravar e estávamos sempre rodeadas de gente, vinham e passavam toda hora um maldito pó no nosso rosto, era sombrinha e gente fazendo um monte de perguntas. Eu odeio atenção, e eu vou ter que lidar com isso até essa palhaçada em que eu me meti acabar. Tive que gravar um trecho falando bem da Ana, o que para mim foi bem difícil já que estou com vontade de socar a cara dela.

Quando deu quase 18 horas as filmagens finalmente acabaram, estavam todos cansados então fomos para o Hotel.

Chegamos e Ana foi tomar um banho, quando ela saiu foi a minha vez, me enfiei dentro do chuveiro e deixei a agua tirar todo confusão que estava na minha cabeça, sai e Ana estava terminando de se arrumar.

_ Vou dar uma saída.

_ Percebi.

_ Quer vir comigo?

_ Não obrigada. - Peguei minha roupa.

_ Vamos logo, coloca uma roupa que eu estou te esperando lá embaixo.

_ Vamos aonde?

_ Só se arruma e desce. - Bateu a porta.

Coloquei uma roupa e peguei um casaco já que estava fazendo um pouco de frio, coloquei uma sandália e desci ao encontro de Ana, ela me esperava na frente do hotel com o carro, entrei e ela deu partida.

_ Você não vai me dizer mesmo aonde nós vamos?

_ Não.

Depois de uns 20 minutes passamos pelo Instituto Grambery o colégio da Ana, e mais uns 10 minutos Ana estacionou em uma rua ali perto.

_ Vamos. - Abriu a porta para mim.

_ Aonde nós estamos?

_ Você vai ver. - pegou na minha mão e me levou pra uma casinha ali na rua.

Ana fez um esforço para abrir o portão, mas logo conseguiu, tirou um molho de chaves do bolso e dedilhou até achar a que ela queria, abriu a porta e me chamou para que eu fosse com ela.

_ Foi aqui que eu cresci, nossa faz tanto tempo que eu não venho aqui.

_ Você manteve essa casa todo esse tempo?

_ Sim, eu pago uma menina pra vir aqui todo mês limpar, mas eu não deixo mudar nada, eu sou meio que agarrada com as minhas origens.

_ Meio?

_ A para! Eu cresci aqui, minha mãe me criou aqui, eu jamais abandonaria esse pedaço de mim.

_ Mas você mantém essa casa pra manter essa Aninha ou apenas pra lembrar mesmo? - Me sentei no sofá que ali tinha.

_ Como assim? - Me acompanhou.

_ Não sei, nós geralmente perdemos essa criança com o decorrer da vida.

_ Não nós não perdemos, ela fica guardada aqui pra sempre, é que as vezes nós apenas nos esquecemos dela.

_ Assim espero.

_ Vem ver meu quartinho. - Me puxou e me levou para um corredor e abriu uma porta dando para um quarto. - Esse era o meu cantinho melancólico. - Se sentou na cama.

_ Suas fãs dariam a vida pra estar aqui no meu lugar agora. - Me sentei ao seu lado e ela riu.

_ Verdade, mas sabe de uma coisa, eu não trocaria você por nada. - Disse mexendo no meu cabelo, o que me deixou vermelha.

_ E-eu...

_ Você não precisa dizer nada. - Se aproximou e me deu um selinho demorado e eu fiquei completamente sem reação. - Você foi a única diferente, a única que não se interessou por mim, na verdade a primeira em anos em que eu tenho a oportunidade novamente de brincar de conquistar.

_ Ana... - Ana me interrompeu.

_ Você é extremamente difícil mas eu vou conseguir. - Me interrompeu. - Eu não sou lá uma princesa encantada como você, mas eu... - dessa vez eu a interrompi.

_ Você é muito mais que isso. - Sentei em seu colo e selei nossos lábios.


Eu Sei Que Vou Te Amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora