Eu Sei Que Vou Te Amar.

Capítulo 24

Oi pessoal, eu não postei domingo passado porque eu tive problemas pessoais então eu não pude atualizar a história. Esse capítulo tem um pouco do vocabulário médico e isso me fez repensar a carreira da Isabel, que furada 😂😂 eu não sei merda nenhuma de medicina então se estiver errado não esquentem a cabeça 😂😂

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Acordei com o som do meu celular tocando, olhei para a janela e vi que ainda era noite. Ana se remexia na cama incomodada com o toque. Não queria incomodar o sono dela. Abri minha bolsa e vi que o celular que tocava era do meu trabalho.

_ Dr. Isabel falando. - Eu estava caindo de sono. - O que? Estou indo para aí agora.

Levantei correndo e minha visão ficou turva. Corri para o banheiro, me vesti e escovei meus dentes. Peguei minhas chaves e corri para o meu carro.

[...]

_ O que houve?

_ Como pode ver acabou a luz.

_ Mas e os geradores?

_ Quebraram.

_ A sessão de recém-nascidos, coloca a alavanca nas máquinas e manda todo mundo ir para lá ajudar.

_ Já estamos fazendo isso, mas não tem alavanca pra todas as máquinas.

_ Como não tem?

Eu andava pelos corredores tentando resolver os problemas da ala infantil. O caos se alastrava pelo hospital, pais chorando desesperados, médicos vagando sem saber o que fazer, pessoas nervosas, tudo estava uma merda.

_ Algumas quebraram um tempo atrás.

_ E não pediram outras?

_ Sim, mas não mandaram. Os equipamentos dos hospitais públicos não chegam a meses.

_ Essas crianças vão acabar morrendo. São 7 bebês, quantas maquinas estão funcionando?

_ 4 estão funcionando, e temos 2 alavancas.

_ Tem quantos médicos lá? 1 pediatra e 6 enfermeiras.

_ A gente precisa de 14 médicos, agora.

_ Não temos tantos médicos. A gente tem que se dividir entre as alas.

_ Manda pelo menos 9 pra lá, 6 pra alavanca, 2 pra ambu e 2 pra revezar.

_ Mas doutora vai ficar faltando nas outras.

_ Uma vida nova vale mais que uma que já está no fim.

Eu odeio fazer esse tipo de decisão. É como se milhares de vidas estivessem em minhas mãos e eu tivesse que escolher quem vive e quem morre. E é exatamente isso que estou fazendo. Eu não posso dar a vida de um bebê, que tem todo um futuro pela frente, que vai ajudar o país economicamente, e que tem a possibilidade de ajudar muitas vidas por pessoas que já estão na metade ou no fim da vida. Eu simplesmente não posso.

Corri pra UTI neonatal. Passando pelos corredores pude observar todo o desespero de pais, filhos, netos que estavam fazendo de tudo para salvar seus familiares, a vida dessas pessoas estava nas mãos de cada médico aqui dentro. Tive uma vontade insuportável de chorar pensando que o fim desse dia será terrível, mas segurei as lágrimas. Eu vou salvar o quanto de vidas eu puder.

Me vesti, lavei minhas mãos e entrei. A situação era terrível. Os médicos e enfermeiros estavam tentando manter as máquinas ligadas usando o próprio braço em um calor insuportável do Rio de Janeiro e ainda tinha 2 pobres coitados usando boca-máscara para manter o pulmão dos bebês funcionando.