Nadia olhava pelo janela do carro, ele corria cidades, campos, estradas desertas, estavam viajando a mais de dois dias, dormiam num hotel, ela ficava sozinha num quarto, pensou em fugir a primeira vez, mas, como o homem disse " Se você fugir iremos atrás de seu pai e de você."
Tinha feito um acordo, e, por pior que ele fosse, iria cumprir. Achou que a entregariam para se prostituir até pagar a divida de seu pai. Tentava se convencer que não era tão ruim assim, muita gente faz isso, só não pensou que perderia sua virgindade dessa forma.
Durante o dia quase não paravam, Nadia perdeu a conta das cidades por que passou, não saberia voltar, nem que quisesse, o idioma mudou, sabia que tinham saído do País, pela rota que fizeram foi fácil, e ninguém lhe pediu documentos.
Os homens quase não falavam, apenas o essencial, mas foram educados com ela, e, quando paravam, faziam questão que ele comesse tudo do que mais gostava.
Na manhã do quarto dia chegaram a um local muito isolado, parecia que não havia nada por lá, haviam saído da estrada principal tinha umas duas horas, um silencio absoluto reinava, a não ser pelo barulho do carro, a paisagem era exuberante.
Pararam no portão de uma fazenda, os homens mesmo abriram as portas, a fazenda parecia deserta, foram mais dez minutos até pararem em um prédio de três andares, bem moderno, ao lado dele, havia uma torre de pedra, parecia muito, muito antiga.
Eles a levaram para dentro, um homem pediu os documentos de Nadia, ela deu, ele mandou que tirasse sua roupa, ela ficou nua na frente dos três, pensou que começaria ali a ter seus primeiros clientes, mas o homem, um senhor bem idoso, com muita calma ensacou tudo que Nadia tinha, colocou um numero no saco, e o trancou em um cofre, pegou a chave do cofre e disse aos homens que a tinham levado.
_ Guardem essa chave, se quiserem tirá-la daqui, é só me trazer essa chave. O numero dela é 53.
Os homens pegaram a chave e saíram sem se despedir.
_ Venha comigo.
Nadia seguiu o velho, entraram por um corredor longo, ao final, havia uma sala, ele a mandou entrar.
_ Tome um banho, eu espero.
Nadia entrou no banheiro, tomou um banho demorado, estava com medo, seria esse seu primeiro cliente ?
Depois de muito tempo, sai do banho, enrolada em uma toalha.
_ Tire a toalha e deite na maca.
Havia uma maca, mas, na verdade, era mais uma cama de ferro, como a dos necrotérios, não tinha colchão, o metal estava gelado, Nadia assim mesmo obedeceu, estava com muito frio, com medo.
O velho demorou, mas voltou e trouxe uma venda, era de borracha negra, Nadia se deixou vendar, e não viu mais nada.
_ Agora, estique os braços para frente.
Nadia esticou os braços, logo, uma roupa parecida com borracha vestiu seus braços.e seu tronco.
_ Vire-se
Nadia virou de bruços.
O velho amarrou a roupa em suas costas, parecia uma roupa de mergulho, mas, cobria as mãos, ela não conseguia mexê-las.
_ Agora volte a posição de antes.
Nadia se virou, o velho agora colocou suas mãos uma sobre a outra, em cima da barriga, e as atou na roupa, Nadia não conseguia mexer mais os braços nem as mãos.
_ Levante as pernas.
Nadia levantou as pernas, e uma calça foi colocada nela, também de borracha, ou algo parecido. Depois, suas pernas e pés foram atados, ela não conseguia mais se mexer.
Demorou um tempo, ela ouviu o velho sair da sala, e, depois voltar. Ali, assim, o tempo parecia uma eternidade.
O Velho a virou, já que ela não conseguia mais se mexer, e abriu a calça por um zíper que ia do cóccix a virilha, a deixando totalmente exposta. Naturalmente, Ela se contraiu quando sentiu uma mão com luva passar um creme gelado em seu anus.
_ Calma, só vou colocar uma sonda.
Isso a acalmou um pouco, mas, logo depois, um tubo de ferro com a ponta em bola era enfiado e fixado dentro do seu anus.
Sem uma palavra, o velho apalpou sua vagina e enfiou uma sonda menor por sua uretra até sua bexiga, o zíper se fechou, mas as sondas continuaram dentro dela. Aquilo era incomodo, ficar presa assim estava deixando-a louca.
_ Calma, agora falta pouco.
uma mordaça foi colocada em sua boca, mas era aberta, apenas a impedia de morder. Havia um tubo nela, com uma bola de ferro na ponta.
_ Assim que você for erguida, é só encostar a língua na bolinha de ferro do tubo, vai sair água, e, cinco vezes por dia, uma sopa com todos os nutrientes que precisa. Se você se recusar a se alimentar, passará a a ser alimentada por soro ou um tubo direto até o estomago.
_ A cada semana desceremos você, a sedaremos e trocaremos seu casulo. Quando acordar, estará içada novamente. A cada hora as pressões nas cordas vão mudar, para que você não fique pressionando um lugar só e faça escaras.
Nadia não entendeu nada, mas, uma mascara foi posta no seu rosto, ela tapava seus ouvidos, ela não conseguiu escutar mais nada, não podia se mexer, e com a mascara, nada mais sentia a não ser a roupa.
Sentiu a maca andar, depois, cordas foram amarradas ao longo de sua roupa, deveria haver ganchos, ou argola nela para isso, e sentiu-se ser levantada, içada, por um longo, longo tempo.
Demorou a entender a crueldade do castigo que foi submetida, "Se a quiserem de volta tragam a chave". Essa frase ficava se repetindo em sua cabeça.
Nada mais sentiu, a roupa era confortável, mas, sem poder se mexer, sem ouvir nada, apenas sentir levemente as cordas mudarem a pressão, dormiu, acordou, não sabia o tempo que havia passado nem quanto ficaria ali, gritava, mas ninguém ouvia, chorava, mas nada adiantava, ficar louca, pensou, era só uma questão de tempo, imóvel, abandonada, esquecida... Uma forma cruel de ser enterrada viva.

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A Ordem Negra
Mystery / ThrillerBeatriz e Nádia estão distantes no tempo e no espaço, mas suas vidas vão mudar ao entrar em contato com algumas das mais obscuras Organizações secretas que controlam o destino do nosso mundo. A história começa quando uma descobre que é herdeira de u...