2- Reencontro?

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Dês do ocorrido na rua, nada tinha acontecido de importante. Grace me visitou no dia seguinte, ficou desesperada quando soube. Não contei sobre o garoto... quer dizer, Thomas Seger. Ela ficava falando sobre tudo que acontecia na vida dela, quase dormir uma hora, mas ai ela entrou em um assunto que me interessou um pouco.

-Sabe, ontem antes de acabar o último horário, o garoto gato que vai entrar após as férias foi lá para visitar a escola. E ele é mais gato do que eu estava imaginando! Quem dera um homem daquele na minha vida...

Deixei ela ficar viajando, já que não tinha outro assunto para conversarmos. Ficamos lá no meu quarto por um bom tempo até que ela teve que sair. Às vezes me sentia solitária quando ela não estava comigo, não sou igual às minhas amigas que sempre tem compromisso com outras pessoas, mas também não sou de ficar, vamos dizer, *alone*.

Depois de Grace ir, fiquei deitada em minha cama olhando para o teto. Não tinha nada p fazer, então resolvi andar um pouco na rua. Já era umas cinco da tarde, não estava nem sol e nem chovendo. Normal.

Saí de casa com uma regata, o que foi muito idiota da minha parte, e comecei a andar em direção à biblioteca que ficava a uns quinze minutos de casa. Nesse horário, muitos grupos de garotos e garotas andavam nas calçadas e todos se direcionavam os olhos para mim ao passar, como se tivesse alguma coisa errada comigo.

A coisa mais *mais* constrangedora na vida de uma garota, é passar sozinha na frente de um grupo de garotos. Então... isso aconteceu... E o pior de tudo! Ele acharam no direito de fechar minha passagem e ficarem me encarando com aqueles sorrisinhos de lado.

Continuei minha trajetória, mas eles insistiram em quererem falar comigo. Antes que falassem alguma coisa, lancei um olhar mortal para um, como se eu fosse mata-lo se não saísse da minha frente.

-Olha só o que encontramos! -falou debochando da minha cara. -Uma princesinha sem rumo...!

-Cuidado cara. -falou um que parecia ter deficiência no cabelo de tão deformado e para cima que era. -Parece que ela tem raiva. Acho que não tomou a vacina direito. -começaram todos a rirem da minha cara. Isso já era a gota d'água!

Quando eu era menor, com sete anos, eu era a garota em que tudo fazia eu ficar com raiva, todos gostavam de me zoar por causa daquele meu jeito. Era estressada com tudo e acabei ganhando fama de cabecinha quente.

Mas um belo e terrível dia chegou, minha mãe estava com câncer e tinha morrido. Quando fui para a escola, todos estranharam pois eu estava quieta, não mostrava reação nenhuma até que um garoto chegou e começou falar asneiras comigo. Quando ele falou da minha mãe, a morte ficou ao lado dele esperando a hora, dei um soco tão forte em seu rosto que chegou a sangrar o canto de sua boca, fazendo-o ficar um pouco desordenado.

Por causa do meu ato impulsivo, meu pai me tirou da escola, mas me entendeu do porquê eu ter feito aquilo. Então decidimos nos mudar, tentar superar tudo. Só eu e ele. Ao passar alguns anos, ele encontrou uma pessoa, que fui saber depois que seria minha nova "mãe". Desde então, eu larguei esse meu lado de valentona, estressada, justiceira. Passei a ser totalmente diferente. Então, entrei em uma nova escola. Minhas características? Quieta. Calada. Indecifrável.

Ninguém conhecia a minha história, todos tinham uma visão de quem eu não era. Pensei que naquela hora com aqueles garotos, eu fosse voltar. O eu de verdade, mas não. Simplesmente respirei fundo e dei meia volta. Estava começando a escurecer, uma chuva vinha por ai. O mais alto dos garotos não conseguiu ficar quieto e me segurou brutalmente pelo braço.

-Você pode me soltar? -falei sem olhar e nem mesmo virar para ele. -Está machucando.

-Eu te soltar?! -começou a apertar mais meu braço, fazendo com que realmente machucasse. -Odeio esses tipos de garotas! Pensam que podem tudo! Mas não vou deixar assim não. -me virou para si. Eu estava com um pouco de medo, um sentimento que eu não tivera faz tempo.

Seus amigos ficavam olhando, sem fazerem nada. Como se fossem, literalmente uns espantalhos. Para não mostrar que estava com medo, continuei com o olhar de morte. Tentava vairias vezes me soltar, mas ele insistiu em me segurar de frente para ele.

Por pura defesa, dei um chute em sua perna esquerda. O que impressionou tanto eu quanto ele. O mesmo fez uma cara de ódio e me jogou no chão. Ai que ódio fiquei dele! O meu medo foi em bora em uma fração de segundos. Me levantei sem ligar para o machucado que ele me deixou e dei um chute no meio de suas pernas.

Adorei fazer aquilo. É como se tivesse posto meu ódio todo no chute. Até sorri de felicidade.

Ele começou a gemer de dor. Seus amigos foram desesperados até ele ajudar. Nessa hora aproveitei para correr desesperadamente, pois sabia que minha morte estava por perto.

Vi eles correndo atrás de mim para me pegar. Entrei desesperada em uma loja de CD's e fiquei lá dentro por um bom tempo. Eles não iam embora. Comecei a ficar preocupada, já era umas oito horas da noite, estava lá faz três horas morrendo de fome.

Pedir ajuda? Nem a pau! Ai que os caras iam me seguir para a vida toda.

-Ei garota. -um funcionário me chamou. -A loja ja está fechando, vai comprar alguma coisa?

Tô ferrada... adeus mundo!

Só para disfarçar, peguei dois CD's e comprei. Agora tinha que sair da loja, até que algo me surpreendeu.

-Olha quem eu encontrei aqui! Lucy Heinen! Quanto tempo em!

Um reencontro chocante! Isso é bom ou ruim?

Defina: AMOR (PARADA PARA REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora