Capitulo 23

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-O QUE ? - Nao aguento e grito indignado pela cara de pau dele. - Eu tenho provas que o dono do alemão mato meu pai. PROVAS. - Me levanto e ando de um lado pro outro.

- Amor... - Isa vem ate mim e me abraça. - Calma meu amor. Calma. - Ela sussurra no meu ouvido.

- Nao acredito que ele possa mentir tanto assim Isa. Eu sei o que to falando. - falo convicto.

- Voce falou que o dono do alemão matou seu pai, nao é ? - DH pergunta ainda sentado.

-Sim. - falo saindo do abraço de Isa e encarando aquele assassino. - Vai nega ?

- Nao. - Meu sangue ferve e nao consigo ver nada na minha frente. Avanço nele, socando a cara dele. Ele nao reage. Dou socos em sua cara, com toda a raiva que tenho. - Seu desgraçado.

- ANDRE. - Escuto Isa mas estou com tanta raiva que nem dou bola.

Minha vista esta vermelha, raiva, é so isso que sinto agora. Eu vou mata esse filho da puta.

Sinto uma mao em meu braço e puxo ele com tudo. - FILHA.

Sinto um soco no meu maxilar e caio pro lado. Levanto a cabeça e vejo DH levantando Isa. - Larga minha mulher. - Avanço nele e tiro Isa dele, que me olha com raiva. - Ta bem amor? Me desculpa anjo, eu te machuquei ? - Passo a mao pelo seu corpo vendo se machucou alguma coisa.

- Nao amor. Calma, eu to bem, ta ? - Ela coloca as maos em meu rosto me fazendo olha-la. - Escute oque ele tem a dizer, depois voce bate. - Ela sorri de lado e eu concordo.

Olho pra DH que nos encara com algum certo brilho nos olhos. - Posso me explicar agora ?

Ele esta com alguns vermelhos no rosto, boca sangrando, e sua sobrancelha tambem. - Claro.

Ver ele assim me deixa um pouco melhor. Um pouco.

- Eu nao estava aquele dia, Isa fico doente naquela semana. - Ele olhava pras maos. - Passei o gargo naquela semana pro meu braço direito da época. Rubens. Ele estava aquele dia quando invadiram o morro. Eu ia sair mas Isa pioro, ela começo a fica com medo dos tiros, e a febre tinha piorado. Entao eu nao sai de casa, e deixei Rubens cuida disso. - Ele me encara. - Fiquei sabendo de cada morte naquele dia. Rubens me falou que foi uma confusão muito grande, pessoas que se viraram contra nos, inimigos que na hora era amigos, tudo uma confusão. Eles estavam fugindo, indo pra uma parte afastada. Rubens queria que aquilo acabasse logo, entao seguiu eles, teve troca de tiro, e entao Rubens miro em um deles e atiro mas... Mas o cara nao era um deles. - Ele me olha nos olhos. - O homem estava saindo de uma fabrica, algo assim na hora. Acho que se assusto e queria sair de la rápido. Quando ele tava correndo Rubens atiro nas costas dele. - Lagrimas saiam de meus olhos sem permissão. Droga pai... - Quando tudo acabou Rubens ficou sabendo que aquele homem era um inocente. E ai ele se destruiu. - Encaro DH que me olhava serio. - Meu amigo se perdeu por um erro. Ele foi no velório de seu pai. - Olho DH sem acreditar. - Poise. Ele foi e viu você e sua mae chorando. Ele nunca se perdoo pelo que fez. Ele morreu com a culpa. Ele me pediu se algum dia eu o conhecesse melhor era pra pedir perdão pelo erro dele. Ele podia ter salvo seu pai, mas no meio de tudo ele nao podia confiar em ninguém, e ele se culpa por nao prestar atenção e ver que seu pai estava fugindo pra se salvar. - Nessa hora soluços saiam de minha boca sem permissão, Isa me abraça e isso ameniza um pouco da dor. - No dia da morte de Rubens ele me pediu e agora estou aqui. Pedindo perdão pelo meu amigo, ele se culpou ate o ultimo dia de sua vida por isso. Eu nao sabia que era voce o pequeno que ele falava, se soubesse ja teria vindo antes. - Ele me encarava de um jeito paterno. Naquele olhar eu vi meu pai. Vi de certa forma o amor do meu pai.

Eu perdoo esse tal de Rubens? Eu nao sei. O cara ta morto e pelo que DH me disse ele se sentiu culpado a vida toda.

Mas... Se for mentira? Aah que merda de confusão.

- Rapaz, eu sei que voce deve estar confuso com tudo isso. Coisa demais em pouco tempo, eu sei. - Ele para e olha pra Isa que esta me olhando com cara de dor. - Filha...

- Nao me chama assim, por favor.  - Isa ainda me olha e eu a ela.

- Ok. Mas mesmo voce nao querendo eu ainda sou seu pai, de coração, mas sou. Eu sei que voce ainda me ama como pai. - Ele fala sentido. Quando olho pra DH, ele esta chorando. Me surpreendo. - Rapaz..

- Sim.- Falo o olhando.

- Eu vim me entregar pelo meus crimes. - Isa olha DH assustada. - Eu ja fiz muita merda na vida. Quero ter minha menina de volta, e se pra isso eu tiver que passa anos na cadeia ok. Eu passo. So quero seu perdão filha. Eu fui um merda de um egoísta com voce, quero me redimir. E muitos podem achar que é mentira mas nao... Eu realmente me arrependo do que fiz... - Lagrimas saem de seus olhos.

Olho pra Isa que olha com compreensão seu pai.

***

Naquele dia DH foi preso, Isa nao foi visita-lo ainda. Ela ainda esta abalada com tudo que aconteceu, e eu também.

O homem que eu sempre odiei por matar meu pai, na verdade nunca o matou, meu Deus isso é muito confuso.

- Amor voce precisa comer. - Falo pra Isa que nesses dias anda meio pra baixo. - Voce ta assim pelo assunto do DH meu amor ? - Pergunto me sentando de seu lado na mesa. - Voce tem que reagir pequena, ir pra faculdade, sair um pouco. - Passo a mao em seu cabelo.

-Eu sei, estou bem. É so que é muita coisa acontecendo sabe? - olho seus perfeitos olhos e sorrio de lado. Eu sei exatamente. - Mas vida que segue. Eu so queria ter conhecido meus pais sabe. - assento e vejo ela comendo seu lanche.

***

Isa ta estranha, meio aérea, meio distante. Pra falar a verdade estou com um ponta de medo dessa distancia dela.

Tenho medo dela me deixar novamente. É bobeira sim, mas da ultima vez eu me quebrei, nao quero perde-la. Nao posso.

- Isa ta acontecendo alguma coisa? - Pergunto assim que vejo ela entrar em casa. Ela ainda nao voltou pra casa da tia.

- C-claro que nao amor. - Só eu que senti que ela esta mentindo ? Poise.

- Amor me fala. - falo chegando perto dela. - O que ta acontecendo ? Voce ta distante esses dias. As vezes olha o celular e fica estranha. Muda fica quieta, na sua. O que ta acontecendo ?

Ela chega perto de mim, e passa as maos em meus rosto, sorri de lado

- Eu te amo amor. Nao é nada demais ta ?

- Hum. - Tem alguma coisa que nao ta batendo. - Ta bom. Quando voce se sentir segura em fala eu vou estar aqui amor. - Ainda um pouco desconfiado falo. A puxo pra perto e a beijo.

Meu Grande Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora