Capítulo 9

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- Doente? Eu sou doente Sky? Aquele que você chama de humano, é um bicho idiota. Ele não passa de uma cobaia.



Empurrei o Ched. Não podia acreditar que ele estava falando isso. Eu sair da cela, e deixei o 626 lá, caído. Senti um aperto no peito. Eu ia tirar ele desse inferno, nem que fosse a última coisa que fizesse na vida.



- Porco. Ele é um humano, merece respeito como qualquer um.



- Sky. Você está instável. Então sinta-se a vontade para pegar suas coisas e sumir desse escritório. Quando estiver normal, podemos quem sabe pensar em retomar seu posto!



Rir na cara dele abertamente.



- Vá para o inferno. Eu não quero ser parte desse trabalho repulsivo. Você tortura seres humanos como se não sentissem nada. Eu o odeio por tentar me envolver nosso. Foda-se essa merda toda! Entrego meu cargo, junto com o relacionamento que manti com um doente como você. Tenho nojo!



Antes dele poder revidar sair da sala. Andei rapidamente indo em direção ao meu escritório. Precisava recolher minhas coisas, e ao mesmo tempo pensar em um jeito de tirar o 626. Não o Kall, ele tinha um nome. Sim ele tinha e eu o libertária dessa maldita vida. Custe o que custar.



*


Andei de um lado para o outro sem saber o que fazer. Já tinha empacotado tudo que eu tinha no meu escritório, inclusive o formulário do Kall. Não ia deixar isso para trás, talvez pudesse me ajudar.


Porém nesse momento tudo que eu precisava era de ajuda para soltar o Kall. Várias coisas malucas passaram pela minha cabeça, mas nenhuma foi boa e lógica o suficiente para botar em prática. Parei de andar quando ouvir duas batidas na porta.



- Quem é?



- É a Lily!



- Oh entra...



Ela entrou e fechou a porta em seguida.



- Eu soube do que aconteceu...



- Você sabia desses testes? Se é que posso chamar de testes aquela tortura.



- Não eu só sabia que eles iam a cela dele. Ninguém nunca me conta nada aqui, você sabe, faço apenas a análise dos dados...



Suspirei. Pelo menos ela, não estava envolvida nesse lixo.



- Eles estavam chutando, dando socos, humilhando o Kall...



- Como? Kall?



Passei a mão no rosto não aguentando mais guarda tudo que tinha acontecido pra mim. Eu precisava compartilhar com alguém, e Lily era confiável. Pelo menos eu acreditava, então contei tudo a ela.



- Meu Deus... Isso é surreal. Ele nunca falou Sky, nunca.



- Ele confiou em mim Lily. Eu... Eu tenho que tirá-lo daqui...



Desabei na minha cadeira com a cabeça entra as mãos. Eu simplesmente não sabia o que fazer. Tirar o Kall de dentro da sede era quase impossível, só que não podia desistir. Não queria. Ver o que fizeram ao Kall e deixar continuar, é doente, tanto quanto fazer. Pois se permitisse eu iria ser cúmplice. E ele não merecia isso, nenhum ser humano.


Saber da sua confiança de falar comigo, e de ver que ele se preocupou, fez meu peito se aperta de um jeito estranho.



- Sky você tá louca? Não tem como tirar ele daqui...



A encarrei sabendo que o que ela disse tinha um fundo de razão.



- Eu sei... Mas eu vou tentar, e estou confiando que você não vai abrir a boca!



Ela me lançou um olhar ultrajado.



- Claro que não... Mas Sky, porque vai fazer isso?



Esperei antes de responder. Pensado no porque, e talvez um deles fosse para retribuir a confiança do Kall. Mas no fundo eu não suportava pensar nele sendo torturado. Quando vi o Kall naquele chão, vendo indefeso, alguma coisa ferveu dentro de mim. Precisava protegê-lo.



- Quero ele vivo. Ninguém merece essa vida. E o pior de tudo é que ele nem a escolheu Lily...



Ela concordou levemente.



- Como vai fazer isso?



- Não sei. Mas vou fazer qualquer coisa, tudo mesmo. Tirar ele daqui e minha prioridade, nada importa! Quero o Kall livre...



Lily respirou fundo e esfregou seu rosto levemente em seguida, depois pausou seu olhar em mim.



- Vou me arrepender disso. Eu sei que vou, mas para o inferno... Você é a única pessoa decente que já conheci aqui. Então vou te ajudar.



Quase não acreditei no que tinha ouvido.



- Isso é sério Lily?



- Sim... Vamos tirar o 626 ou o Kall daqui. Mas eu realmente espero que ele não tente nos matar!



Sorrir para ela.



- Ele não vai. Podia ter feito isso comigo dentro da maldita cela. Obrigado.



- Não me agradece, ainda não tiramos ele daqui!



Ela tinha razão. E só esperava que com a ajuda dela esse negócio se tornasse mais fácil.

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