Capítulo 14

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Deixar o Kall sozinho naquela casa me doeu. Queria poder ter ficado lá e ajudado-o mais. E se saísse? Se ele ficasse com medo? Se fugisse? Não! Isso era algo que eu não podia imaginar.
Eu tinha voltado para a cidade há uma semana. E só conseguia pensar nele, em como ele estaria. Se estava bem e confortável. Talvez feliz. Mas nada disso eu sabia.
Não podia me dar ao luxo de ir vê-lo sem ter a certeza que alguém não estava me vigiando. Tinha conseguido falar com a Lily através de um celular por satélite, que o idiota do Ched havia me dado, já que na sede principal do ECP celulares normais não funcionavam. Assim eu sabia que a linha era segura.
Ela pode me contar tudo que aconteceu depois que levei o Kall. Disse que todos ficaram loucos, principalmente o Ched, interrogou todo mundo. Mas não descobriu nada. Sua única pista era o carro que eu usei para passa na guarita, mas não havia encontrado ainda, e mesmo que encontrasse não ia adiantar nada. Porém mesmo a Lily me dizendo que tudo estava seguro. Eu morria de medo deles descobrirem. Não por mim, mas pelo Kall. Ele sofreria por minha causa, se eu não tomasse todos os cuidados, não podia suporta ser a culpada por mais tortura na vida dele.

TIN. TIN. TIN. TIN.

O barulho da campainha me fez quase jogar o café que eu tomava sentada ao sofá. Levantei com um pulo. Quem era? Corri até a cozinha é peguei uma faca. Eu sabia que estava surtando, mas tava pouco me importando agora. Escondi atrás da costa e caminhei até a porta, abrindo-a devagar, dando de cara com o cara o porteiro.

- Boa noite Senhorita Stolen, tudo bem?.... Vim trazer...

- Ah claro, já sei me dê! Obrigada.

Peguei da mão dele o pacote e fechei a porta. Esse homem falava demais, e eu estava sem qualquer paciência pra isso. Rasquei o pacote, neles estavam os documentos falsos pra mim é para o Kall. Rir comigo mesma. Fui a um maldito beco sujo, correndo risco, para conseguir esses documentos antes de roubar o Kall. Nunca estive tão nervosa na vida em negociar com traficantes. Eu tinha uma arma calibrada de tranquilizante.

- William Dasgliesh e Lou Dasgliesh.... É até que os nomes ficaram bons!

Comentei comigo mesma olhando uma foto minha antiga e uma do Kall, que peguei do seu relatório, deu para o gasto. Ser um casal era mais seguro, segundo o falsario que fez os documentos. Agora eu já tinha tudo que precisava ia sair da cidade. Na verdade fingiria que fui para uma cidade onde realmente foi me oferecido um emprego, que eu aceitei, mas disse que me casei recentemente então queria um tempo. Eles aceitaram e claro que eu pedi para incluírem meu nome da lista de trabalho, e que se alguém procurasse por mim, só informasse que eu trabalhava ali e mais nada. Se Ched me procurasse ia saber só o que eu queria.
Respirei fundo. Tava na hora de seguir em frente, de finalmente rever o Kall, e de encontrar uma maneira de fazê-lo viver com segurança. Essa ia ser a parte mais complicada.

*

Meus pés estavam tão doloridos. A chuva não ajudava. Deixei um carro perto lanchonete onde eu sabia que o ônibus que me levava pra cidade onde fui contratada ia parar, assim ia sair sem ser vista e se por acaso investigassem minha viagem ia pensar que fui direto ao meu destino.
Porém eu peguei um carro e dirigir as escondidas de madrugada para a fazenda. Mas é claro que no meio do caminho alvo tinha que dá errado. O carro atolou e eu tive que vim andando por quilômetros na chuva, com um frio que estava congelando até meus ossos.
Eu já conseguia avistar a fazenda. Na verdade em meio aquela chuva torrencial, não sei como, vi algo que fez meu coração saltar.

- Kall!

Gritei.

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