Afterlife: Mundos

Capítulo 07: O Poder de uma Alma

Lugar Desconhecido

Terra

Nathanael era encarado por Phillip Jones, um dos aliados mais poderosos que o anjo possuía; sozinho derrotara o demônio Apoliom e podia controlar com perfeição seu poder herdado, além de ter conquistado todas as habilidades do demônio. Agora, porém, uma força ainda mais poderosa no formato de uma menina estava sugando seu poder, e eles não tinham a menor ideia de como pará-la.

– Uma pessoa? Tem certeza que uma pessoa está sugando toda a energia de magos do mundo? – Phillip duvidou.

Como o rapaz possuía um QI de 212, acreditava e vivia pela lógica, ou pelo menos o quão lógico a mágica pode ser. Acreditar que um ser humano, um ser fraco e frágil estava absorvendo há algumas semanas toda a energia do mundo? Soava impossível. Um corpo mortal não aguentaria tanto poder assim; o corpo explodiria ou, no mínimo, entraria em colapso. Nem mesmo um anjo aguentaria.

– Sim. – O anjo confirmou. – Eu fui mandado pelo Conselho de Prata para perseguir um deus egípcio que escapou do Duat com a ajuda dessa mesma garota. Enquanto estávamos no deserto lutando, ela usou um poder impossível: apenas com um Bán Kính ela nocauteou três anjos. – Phillip soltou um sorriso, como se pensasse que ele mesmo era capaz de tal feito. – Ela tinha palavras de milhares de idiomas diferentes tatuadas pelo corpo; e seus olhos tinham um tom roxo. – Contou-lhe então sobre os encontros que teve com ela e Anúbis; sobre a entidade que invadira sua mente; sobre o Heartless que ganhara um coração e escolhera ajudar Elena.

– Então, essa entidade está usando a menina como um catalizador; uma ponte entre onde quer que a criatura esteja e aqui; precisamos impedir que ele absorva esse poder, pelo menos. Ou nunca teremos uma chance de lutar. Alguma ideia?

– Sim, mas não para impedir a absorção, e sim, que nós não percamos energia.

– Parece bom até descobrirmos como pará-la. – O Artista, chamado assim por praticar a Arte, concordou. – O que precisamos?

– Três túnicas de linho romeno, o melhor do mundo; algum tipo de combustível que pode ser álcool, por exemplo; e um velho amigo.

– Um velho amigo? – Nem mesmo a esperteza de Phillip deduziu aquele pequeno enigma. – Quem?

– Precisamos de Aaron Van Helsing. – Respondeu com um sorriso.

– Boa sorte com isso. – O Artista retrucou. – Faz mais de dois meses que estou tentando entrar em contato com ele, mas sem resposta.

– E Ashley?

– Está bem. Está fazendo faculdade na Inglaterra. Está segura. Tenho alguns amigos de olho nela. Você sabe, sendo ela a Chave da Mansão dos Mortos.

– Mas ainda... Aaron... O que aconteceu com ele?

– A última vez que eu soube ele estava planejando algo com Quinn. – Phillip contou. – Você se lembra dela, né?

– Sim. Ela é a filha daquele agente da Interpol que nos ajudou e irmã gêmea da Kairi, certo?

– Ela mesma. A última notícia que eu tive é que ele estava estudando as habilidades dos Apanhadores de Sonhos. Tentando atravessar para o Reino dos Sonhos.

Nathanael pensou no rapaz, que cheio de determinação, atravessou o Inferno, enfrentou a escuridão de sua natureza, matou uma amiga querida, enfrentou Lúcifer e salvou Ashley, seu grande amor; e também salvou o mundo.

O que você está fazendo, Aaron?, pensou nostalgicamente.

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