Capítulo 18: Guerra

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Londres, Inglaterra

Paraíso

Eu não consegui acreditar no que meus olhos viam. Diante de um mim um fantasma – de certa forma – do meu passado salvara minha amiga. Angel Heckel, provavelmente a garota mais cobiçada de todo o Colégio Andersen, estava diante de mim. Contudo seus olhos estavam vazios, como se sua mente tivesse se apagada. Quando finalmente meu choque terminou, matei os dois Filhos que estavam ali, sobrando apenas os não-possuídos. Apenas ao terminar foi que os olhos dela pareceram assimilar onde estávamos.

– Angel? – Perguntei novamente. – É mesmo você?

– Eu te conheço?

Com essa pergunta, eu percebi a merda que tinha feito.

– Não, acho que não, estou te confundindo com uma pessoa que conheci no ônibus até Tel-Aviv algumas semanas atrás. – Ela pareceu não ter engolido minha história. – Bom, vencemos. Vamos voltar para o barco. – Acrescentei antes que ela pudesse falar qualquer coisa.

– Não exatamente. – Informou Chris, abrindo um pirulito de cereja e colocando na boca. – Ouvi alguns deles comentando que havia outro grupo de prisioneiros aqui no palácio.

– Esse palácio é imenso! Eles podem estar em qualquer lugar! – Týr reclamou em meu ombro; repeti o que ela disse em um tom mais ameno.

– Eles estão na Victoria Tower. – Chris afirmou.

– Como sabe? – Perguntei.

– Pelo mesmo motivo que colocaram os prisioneiros aqui: é estrategicamente o segundo lugar mais seguro.

– Faz sentido. Como chegamos lá? – Angel perguntou.

– Vamos por fora. – Chris tomou a frente mais uma vez. – Se formos por dentro, sem dúvida vamos nos perder. A não ser que um de vocês conheçam o Palácio de Westminster de cor. – Como nenhum se manifestou, ele concluiu que ninguém conhecia.

– Alastor, leve esses prisioneiros até Solomon. – Chris ordenou. – Eu, e nosso amigo Leonard aqui iremos cuidar do resto.

– Eu vou também. – Thais disse com veemência, tentando não deixar espaço pra discussão; triunfou.

– Estou indo também. – Angel afirmou.

– Não acho que seja uma boa ideia. – Chris disse.

– Eu acabei de quebrar o pescoço de dois inimigos. Acha realmente que não é uma boa ideia?

O primeiro imediato calou-se.

Thais, Chris, Angel, Týr e eu atravessamos o terreno do prédio por fora. Com a luz de um novo dia amanhecendo, foi complicado nos escondermos nas sombras, mas conseguimos chegar ao pé da Victoria Tower sem sermos vistos. A janela mais alta que estava a leste era a única aberta. Outra vez, Thais usou a desculpa do fantasma para fazer Týr ir até lá em cima e ver se era seguro subir ou não. Como eles não sabiam como funcionava a magia, enganá-los era fácil. A fada voltou alguns minutos depois dizendo que os prisioneiros estavam naquela janela, e que havia apenas um guarda ali dentro, mas que os outros provavelmente estavam à porta do lado de fora. A quantidade deles era impossível dizer.

Thais pediu a Týr para que tirasse de uma árvore ali na rua o máximo de folhas que conseguisse e um galho de, pelo menos, trinta centímetros. Assim que o fantasma – para os outros – completou a missão, a loira contou o plano. Com o galho ela faria um feitiço para levá-los até lá em cima e as folhas serviriam para criar aquelas prisões de madeira. Contudo, depois desses feitiços, ela estaria esgota, ou seja, não subiria nem lutaria.

Afterlife: MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora